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quarta-feira, 5 de junho de 2013

O início do vendaval

Thaís Teixeira

Vou recuperar aqui o editorial escrito no começo do semestre sobre o curso de comunicação social da Unisul. Ele falava dos bons ventos que sopravam na universidade no início desse ano, da percepção dos alunos sobre mudanças em relação ao quadro de professores e ao currículo e a expectativa para que um vendaval de novidades e iniciativas invadissem os corredores do campus Pedra Branca. Pois bem, vi o início desse vendaval no congresso de comunicação Intercom Sul 2013, que aconteceu nos dias 30, 31 de maio e 01 de junho, na Unisc, em Santa Cruz do Sul – RS.

sábado, 18 de maio de 2013

As justas formas de amor


Rafaela Bernardino

Em comemoração ao Dia Mundial de Combate a Homofobia, a reitoria da UFSC foi preenchida por cartazes em apoio ao dia


Não pude deixar de registrar o momento em que a Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi tomada por cartazes e protestos a favor do direito a qualquer tipo de relação homoafetiva. Como o nosso ilustre colega Leonardo Contin já comentou aqui no Estopim, ontem, dia 17 de maio, foi o Dia Mundial de Combate a Homofobia e reuniu, em todo mundo, milhares de atividades em prol da causa.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Unisul das galochas

Acessório de moda é indispensável para quem chega a Unisul Pedra Branca. (Pra quem sai também)

Leonardo Contin



Vai trabalhar ou estudar na Unisul Pedra Branca em dia de chuva? Não esqueça das galochas! É que desviar das poças d'água que ocupam calçadas inteiras da universidade é missão apenas para aqueles que sabem voar ou dar saltos em distância. Na dúvida, traga sempre na mochila um par de galochas.
Foto: Leonardo Contin
Aparelho: a arma mais potente do século XXI: um celular

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O sono no período estudantil

Um problema comum que observo nos estudantes, principalmente nos universitários, é a falta de uma boa noite de sono. Relatarei os problemas que a insônia pode ocasionar na vida dos jovens. 

Para uma pessoa se sentir disposta, normalmente, ela deve dormir por sete ou oito horas em média. Porém, muitas pessoas acabam reduzindo esse número por uma série de fatores. Os jovens, que necessitam de energia para estarem dispostos para dias de trabalhos e/ou estudos, também, por muitas vezes, acabam não descansando tempo suficiente para usufruir com plenitude de um dia atarefado. 

A insônia pode ter causas orgânicas e psíquicas. A produção inadequada de serotonina pelo organismo e o estresse provocado pelo desgaste diário ou por ansiedade e pressões podem ser consideradas causas da falta de sono. Os estudantes vivenciam muito essas situações-limites de prazo de entrega de trabalhos, pesquisas extensas e apresentações. Ao viver pressões estressantes e cansativas, eles podem se preocupar em excesso a ponto de perderem boas noites de sono em detrimento dessas questões. 

A falta de sono também pode ser causada por outros distúrbios sérios, como SAHOS (Síndrome da Apnéia Hipopnéia Obstrutiva do Sono), Síndrome das Pernas Inquietas e Parassonias. Outras condições como Depressão, Transtorno da Ansiedade, Fibromialgia, Dor Crônica, Distúrbios Metabólicos Hormonais (por exemplo, doenças da tireóide), algumas medicações e substâncias (estimulantes, benzodiazepínicos, bebidas alcóolicas) também podem contribuir para a falta de sono ou de vontade de dormir. Como visto, a insônia é uma questão séria que precisa de tratamento, principalmente jovens precisam se precaver e procurar ajuda, já que dias completos podem ser comprometidos e improdutivos por noites mal dormidas. 

A insônia também pode ser definida em três estágios: a inicial, na qual a pessoa tem falta de vontade de dormir e dificuldades para pegar no sono. A de manutenção, na qual a pessoa desperta por diversas vezes durante a noite, e a terminal, na qual a pessoa acorda antes da hora desejada. As três podem prejudicar consideravelmente o sono de uma pessoa, algumas vezes, sendo graves ao ponto de uma pessoa passar noites em claro ou dormindo bem menos das horas necessárias. 

Segundo Drauzio Varella, algumas medidas podem ser feitas para combater a insônia, que é um problema médico que deve ser combatido. Limitar o consumo de cafeína, praticar exercícios físicos (sem ser antes de dormir), procurar atividades relaxantes antes de dormir (como ouvir músicas, ler um livro), tomar um banho morno para relaxar os músculos tensos durante um dia incessante, tomar chás à base de ervas, conversar com médicos sobre as medicações utilizadas (algumas podem causar insônia), etc. Os estudantes precisam entender que o desenvolvimento deles pode ser comprometido por conta de noites de sono perdidas, ajuda e conscientização de que esse é um problema sério. Sempre tive colegas que se queixam de falta de sono como se fosse algo normal, mas é um problema que precisa ser observado mais atentamente. Jovens precisam revigorar as energias para produzir mais, aprender mais e aproveitar melhor os dias.

Felipe Kowalski

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Quando o estopim não dá fogo
   Porque é o Elóy
      Elóy Simões


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Já nem sei mais há quanto tempo me formei na Cásper Líbero. Sei, porém, que de lá pra cá tudo mudou na relação estudante\Universidade.

Tudo menos uma coisa: a regra segundo a qual aluno nenhum pode ficar esperando que o Curso atenda a todas as necessidades que uma vida profissional exige.

E a regra é implacável: estudante que fica esperando que isso aconteça, quebra a cara quando sai da Faculdade. Vi isso acontecer milhares de vezes. Estudante que na Faculdade não toma nenhuma iniciativa, terá enormes decepções. Ou será um profissional medíocre, ou não conseguirá sequer uma oportunidade no mercado. Ou terá de fazer um esforço sobrehumano para seguir uma carreira.

Daí a importância do Estopim, criado em boas hora por um grupo de estudantes de jornalismo da Unisul.

Ao criar o Estopim, eles abriram uma porta enorme para os estudantes irem praticando o que aprenderam. Ou o que não aprenderam, porque poderão errar à vontade. E a cada erro, percebido por eles, ou corrigido por outros, corresponderá um enorme salto.

Só que, pelo jeito, poucos se dão conta de que é precviso aproveitar e entrar. Não me refiro apenas aos estudantes de jornalismo. Refiro-me aos de todos os cursos.

Afinal, todos os estudantes – todos – precisam aprender e praticar uma disciplina que não consta, necessariamente, do currículo: a comunicação.

Em qualquer profissão, a arte de comunicar, de escrever, de defender um ponto de visa, um produto ou um serviço, é indispensável.

Quando Chacrinha disse que quem não se comunica, se trumbica, estava dizendo, do jeito dele, uma grande verdade. “Se” trumbica mesmo.

No entanto, não consigo ver, no Estopim, a manifestação em massa dos estudantes. Nem mesmo dos que frequentam Cursos diretamente ligados à Comunicação: publicidade, jornalismo (exceto o grupo que criou o Estopim) e design.

Na cabeça deles o Estopim não explodiu, o que é lamentável.

Há, aí, um forte indício de que estão esperando se formar para começar a agir. Se isso estiver acontecendo, eles estão desperdiçando uma enorme oportunidade de treinar e aparecer ao mesmo tempo, porque serás tarde demais.

Se é assim, coitados deles quando tentarem entrar no mercado. Vão tomar uma bela surra. E ficar de fora. Perceberão como o mercado é cruel com os incompetentes.

Elóy Simões

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Entre uma causa imediata e laços consistentes
   O Entusiasta
      Luciano Bitencourt
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- Sobre o que escrevo?

- Sobre a Unisul, escreva sobre a Unisul!

- Tudo bem!

Respondi tão rapidamente que mal me dei conta do desafio. Os caras estão sempre procurando deflagrar algum movimento; isso nem sempre é coisa que valha os anéis e meus dedos andam lisos ultimamente. É embriagante essa permanência em trânsito a que nos submetemos; há coisas em abundância a dizer e nada tão significativo que justifique a si mesmo.

Preciso de conextualização. O Capenga era uma publicação impressa irreverente tocada por estudantes da Unisul no início dos anos 2000. Escrachava as situações vividas na universidade com uma inteligência ingênua, típica de quem demonstra convicções em amadurecimento. Cresceu com o curso de Comunicação Social da Pedra Branca e foi o estopim de muitas ações que valorizaram a formação nessa área promovida pela Unisul.

Eram outros tempos. Parece que algumas gerações se foram. Não é exagero! Estamos falando de cerca de 10 anos e há uma evidente cesura (eu disse cesura: corte, fissura) entre os perfis daquela época e os de hoje. Sem juízos moralistas de valor, nem melhor nem pior. Era outra Unisul. Só o curso de Comunicação Social (à época com as habilitações de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, e Cinema e Vídeo) reunia quatro dígitos de estudantes em dois turnos.

Alguém chegou a buscar comparações entre o Capenga e o Estopim. Talvez como forma de amarrar as temporalidades que os separam com algum fio que sustente a crença de continuidade no percurso do que tentamos construir na universidade. Um fio saudosista capaz de dar esperança ao prestígio que a Comunicação Social tinha e merece recuperar.

- Não há como comparar!

Tratei logo de expressar minha percepção porque não consigo ver semelhanças em organicidades tão díspares. O Estopim é multimidiático, errático, traz o que faltava 10 anos atrás e carece do que, julgo, era a verve da trupe ancestral. São propriedades (que fique claro!) de cada época. Os estopins têm mais energia, parecem mais criativos, são mais ávidos por realizações. Mas se enxarcam de superlativos, são ensimesmados; faltam-lhes as utopias que alicerçam os laços afetivos mais densos de um projeto coletivo.

Não há como comparar, é bom repetir. Porque também não há como comparar os momentos que os separam. O Capenga e o Estopim são boas referências para uma analogia quanto à organização Unisul. Em 2013 põe-se em movimento uma outra perspectiva de estrutura curricular, formatada para aproximar a universidade das espectativas sociais. Claro, há nisso uma tentativa de sedimentar recursos de sustentabilidade, também econômico-financeiros. E é aí que a analogia se materializa.

A visão tecnocrática de projeto (seja administrativo, acadêmico ou pedagógico) entende o termo sustentabilidade pelo viés da estrutura, pelo viés do que dá tangibilidade aos resultados esperados. É fato, contudo, que isso não é suficiente. Sem utopias que fortaleçam laços de convivência talvez não haja permanência para uma proposta de educação em que a formação se inscreve em múltiplas dimensões.

Objeto de desejo, a educação superior representa uma oportunidade de ascenção social ainda para poucos. No Brasil, apenas 17% das pessoas com idade entre 18 e 24 anos frequentam espaços de nível superior. Há uma enorme diferença salarial em favor dos que dispõem de diploma e um gargalo nos processos seletivos para ingresso no ensino superior. Além disso, o índice de evasão entre os poucos que conseguem agarrar a oportunidade é bastante significativo. Segregação socioeconômica e segregação intelectual ainda permeiam a educação superior brasileira.

Como os estopins, a Unisul busca identidade nesse ambiente de permanente transitoriedade; algo difícil de definir nos dias atuais e de conseguir apenas com projetos. É como espaço de permanente circulação que o Projeto Pedagógico Institucional descreve a universidade que se quer construir. Isso pede um portfólio diversificado de oferta com foco no conhecimento resultante desta nova organização; com foco na educação como patrimônio coletivo, ainda que financiada com recursos privados e com bolsas educacionais.

Em 2013 a Unisul deflagra as ações que buscam dar tangibilidade às concepções de universidade que cultua. O Estopim faz parte desse movimento. Enquanto produto é mais um entre muitos que povoam a vida universitária; o que na verdade o faz pertencer ao mesmo movimento é o desafio de tornar-se orgânico, fruto de laços consistentes de afetividade, para além de desejos pessoais para consumo rápido.


Luciano Bitencourt

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A panapaná falante

Para não cair no clichê, nem obrigar-me dar nome aos bois como o era uma vez me pede, apelarei aos contos persas, iniciando com Yeik bood Yeik nabood (Havia alguém, Não havia ninguém), mas que em uma mistura de jornalistas em útero, querendo mudar o mundo, e uma essência de se fazer o diferente, havia um apetite insaciável por escrever e por conquistar espaço.

Nomes existiam aos montes, mas a fórmula certa para equação do Estopim só poderia acontecer de uma maneira. Uma única entrevista que não foi ao ar trataria de emendar os futuros personagens do conto que que ainda se desenvolve. Em se tratando de efeito borboleta, nossa Lepidóptera,  como de praxe, não sabe muito mais do que o insignificante bater de asas que fez, sem a ideia de que do outro lado do mundo criaria um furacão. Eis que hoje lhe revelaremos o seu ato.

Nícolas - (sussurrando) Vamos fazer um ano, eeeeeee!

Cilene - O quê?

Nícolas - (sussurrando) Vamos fazer um ano! 

Cilene - Fazer o quê?

Nícolas - O que vai dar de presente para o Estopim? A entrevista né?! (risos)
(silêncio)

Cilene - E aí?

Gessony - Vale a pergunta, o que vai dar de presente para o Estopim?

Cilene - O quê? 

Gessony - O que vai dar de presente para o Estopim?

Cilene - Uma entrevista, pode ser?!

Gessony - Então, o Estopim está fazendo um ano de aniversário, e acho que o engodo de toda essa entrevista é perguntar como você se sente, sabendo que é a culpada pelo Estopim?

Cilene - (risos) Culpada?... Bom, quando o Nícolas começou a trabalhar ali com a gente, na comunicação e marketing, dava para ver que ele tinha uma sede muito grande de escrever fora dos moldes e dos padrões - pirâmide invertida, lead e tal - e na realidade o jornalismo ele tem uma técnica que engessa o texto, apesar de que é para facilitar o leitor, mas por outro lado faz com que a pessoa não use de seu potencial criativo. E eu percebi isso no Nícolas, que ele tinha um potencial criativo muito grande, e incentivei. Mostrando que no jornalismo existem várias formas de você se expressar, né!? E como ele estava entrando, ainda meio, digamos assim, é... procurando a sua personalidade, assim né, de texto, eu falei "nada melhor do que você se conhecer fazendo", e incentivei, e ele "ah não, 'magina', não sei o que", e eu, "faz! É teu, faz! Faz, faz...".
Então eu fico bem orgulhosa, acho que ele, acho não, tenho certeza! Que ele é uma pessoa que tem um caminho promissor, assim como o Estopim fez um ano, ele também fez um ano de Estopim. E... muito legal o trabalho de vocês. Parabéns...

Gessony - E sobre a entrevista que nunca saiu? Não sei se foi a única (olhando para o Nícolas).

Nícolas - Tu lembras da entrevista que não saiu?

Cilene - Qual? Não me lembro.

Nícolas e Gessony - (risos)

Cilene - Não, não lembro. 
Ah! A entrevista com eleeee.

Nícolas - Isso! Esse é o mote que o Gessony traz para essa entrevista...

Cilene - aham

Nícolas - Nós estávamos conversando e chegamos a essa conclusão.

Cilene - É mesmo.

Nícolas - Foi ali, inclusive, eu já conhecia o Gessony, já tinha visto, já me despertara o interesse. Como teve contigo, que tu olhava "Puxa é uma figura que se veste diferente, tananã... age diferente..."

Cilene - Que agonia a unha comprida, nem eu não consigo escrever com essa unha comprida...

Pessoa inconveniente - Tchau, boa noite.

Cilene - Boa noite. 

Nícolas - Aí que tu pediu que eu fizesse a entrevista com ele, e foi a partir dali que a gente se aproximou, mais, tal.

Cilene - aham... começaram a namorar e tal.

Gessony - Um ano juntos, fazer aniversário de namoro junto com o Estopim.

Todos - (risos)

Nícolas - ...E isso que justifica a pergunta. Assim, no caso você seria a pessoa que deu o start, por causa disso, porque aproximou pessoas que...

Cilene - Eu acho que o ser humano, em geral, não só falando no Estopim, mas no geral, que parte dali né, o ser humano em geral não sabe da potencialidade que tem. Nós vivemos em uma sociedade, que de uma certa forma enquadra a gente, classifica, "Quem você é?" "Eu SOU jornalista" não é eu estou jornalista, pois pode ser jornalista hoje e amanhã ter uma empresa e ser um administrador, ou daqui a pouco você resolve ser nada, vai ser um mochileiro. Então você ESTÁ mochileiro, você ESTÁ jornalista, você está alguma coisa, você não é aquilo, na realidade você é muito mais.
E todas as profissões têm esse padrão, assim como quando você trabalha em uma empresa "A Cilene da Unisul", eu não sou da Unisul, eu sou Cilene Macedo. Mas isso é pelo próprio molde da sociedade que a gente vive, então a gente tem que estar atento a isso, todos os dias, para não deixar que os outros nos classifiquem, que os outros nos enquadrem; e para isso, nada melhor do que você ter uma voz aberta, você ter um local para onde você pode escrever, aproveitar que a gente está na era da web 2.0, que as pessoas podem falar, interagir, porque se fosse a vinte anos atrás, não ia talvez poder fazer o que ele faz, o que vocês fazem. Então tem que aproveitar a oportunidade, que vocês estão em uma era muito promissora para falar o que pensam e fazer com que as outras pessoas conheçam o trabalho de vocês, e até inspirar.

Gessony - Aproveitando que você está falando em liberdade de expressão e da Cilene da Unisul, conta um pouco como foi pra ti (assessora de comunicação e marketing da Unisul) a relação da nossa postagem naquela quinta-feira (02 de agosto)

Cilene - Do Unisul Ontem?

Gessony - Isso.

Cilene - Eu acho que todo mundo tem o direito de se expressar, assim como vocês se expressaram como Unisul Ontem, eu também posso me expressar dizendo que eu achei leviano, mas respeito. É aquilo: não gostei, mas o não gostei é até aqui, daqui pra lá você vai ver o que vai fazer com aquilo. Não costumo interferir relações profissionais com pessoais, se por exemplo, fosse trabalhar de novo com Nícolas, eu iria falar "Nícolas tu pisou na bola aquela vez". Nunca vai ter deixado de ter pisado na bola, entendeu? Mas eu nunca vou deixar de ser amiga dele, porque uma é uma relação profissional e a outra pessoal. Eu já tive problema com várias pessoas, com várias postagens, com várias coisas, e nunca deixei de falar com ninguém. Não tenho inimigos por causa disso, acho que cada um tem que falar o que pensa. Mas eu não concordei não (risos).
Porqueeeeê, na realidade, o Estopim é um privilegiado né?! Porque primeiro ele é um blog de alunos e nenhum blog de aluno até agora teve tanta repercussão ainda na capa do Unisul hoje, não que seja um puxassaquismo, não é isso, mas é porque vocês têm atualização constante e textos muito bacanas. Agora, quando vem uma outra pessoa fez, ele (Estopim) tem que um dia sucumbir e dar espaço para outra pessoa. E ali o Estopim agiu como um menino mimado, que não queria sair da frente e... tudo bem né. Faz parte da idade dele, ele só tem um ano né, imagina-se que com um ano toda criança é mimada. Então a gente entende que muitos anos virão aí pela frente para que ele seja um garoto maduro.

Nícolas - Bem conveniente (risos)... Cilene tu se formou na Unisul também né. Fala um pouquinho dessa época de faculdade, como que era o clima? Como que era a tua turma?

Cilene - Assim, eu sempre gostei de fazer amizade com todas as pessoas da minha sala, e até hoje - estou formada, acho, há oito anos - a gente ainda tem contato, então, da época em que eu comecei a trabalhar aqui na Unisul, não era nem formada e estava trabalhando aqui, a única pessoa que começou em lugar e está ainda no mesmo (risos) sou eu. Esse dias ainda pensei: "Por que eu gosto tanto daqui?" e eu acho que esse ambiente universitário faz com que eu fique aqui, sabe?! Você a cada semestre conhecer pessoas novas, assuntos de aluno pipocando todos os dias, e assuntos de universidade, são assuntos que são positivos, difícil você ter um assunto negativo. Você abre um jornal, e abre o Unisul Ontem Hoje, para ti ver a energia que tem em um e a energia que tem em outro. Então o que me move estar aqui todos esses anos, desde a época da faculdade é isso.
Meu curso foi um curso que eu me encontrei, porque eu tinha feito administração mas sempre, como vocês podem perceber, eu falo muito - escrevo muito, falo muito - sou muito agitada para ser uma administradora. Então eu tinha uma inquietude dentro de mim "Como é que eu vou ficar horas e horas sentada na frente de um computador? Apesar de que hoje eu fico muitas horas atrás de um computador, minha dinâmica de trabalho é muito rápida, o que me permite não me enjoar e não ser um tédio trabalhar. E aí muitas pessoas falavam para mim, minha vó, meu pai, "Devia ser jornalista!". E um dia eu acordei, estava na sexta fase de administração, e falei, "Vou trancar o curso". Aí vim aqui, conversei com o Sardá, porque ele era coordenador do curso na época, e ele que disse que eu estava ficando maluca, que o campo de administração era muito mais promissor que o do jornalismo, que eu não devia trocar, mas eu falei "Eu quero!", mas ele "Ah, tu vais te arrepender" e eu falei "Não tem problema, eu quero!". Aí fiz transferência, e logo na primeira fase falei "Não! É isso que eu quero! Quero trabalhar com jornalismo e ser jornalista".
Fiz todas as áreas. Trabalhei como produtora de tv, trabalhei em rádio, trabalhei em assessoria de imprensa, trabalhei em jornal, e... site, jornalismo online, fiz tudo que eu queria trabalhar. A única coisa que ainda não fiz foi trabalhar em revista, mas, talvez, eu ainda trabalhe.

Nícolas - Seria esse um plano futuro?

Cilene - É! Talvez como assessora mesmo, montar uma revista para uma empresa, alguma coisa assim. É a área ainda que está me faltando, sabe?! Eu adoro revista. Leio revista todos os dias, e é uma coisa que me chama a atenção, o formato da revista... (ahhh! Blá, blá, blá. Todo mundo já viu uma revista)

Nícolas - Com tu te sentes, hoje, durante o teu dia-a-dia? Tu acordas disposta a trabalhar, tu sai cansada?

Cilene - Sempre disposta! Saio cansada, mas adoro. 

Nícolas - Por isso? Pela universidade, pela pipoca que tu falou que existe?

Cilene - Assim, o que me motiva a trabalhar é o novo, é essa coisa de saber que eu vou chegar no meu computador e ver, sei lá, sessenta e-mails de coisas totalmente diferentes aleatórias. E eu gosto disso, eu gosto da novidade, gosto do novo, eu gosto de interagir com pessoas.

Nícolas - O fato de não assinar os trabalhos, não te incomoda um pouco?

Cilene - Não, nunca me incomodou. Poque eu acho que quando você se preocupa muito com isso, você tem que ter um veículo teu, no caso um blog, "Não isso aqui é autoral. É meu!". Quando eu quero escrever algo que é MINHA opinião, eu faço um artigo. Aí é minha marca, sou eu que estou falando. Quando eu estou escrevendo uma matéria, genérica, que tem o quê, onde, porque - o que a gente sabe que precisa para uma matéria - eu não estou colocando muito minha opinião, estou colocando o fato, eu contextualizo o que está acontecendo, mas não tem muito de mim ali.

Nícolas - Leituras? Como que tu te atualizas, além das revista, que tu falou que gosta do formato?

Cilene - Eu tenho vários tipos de leituras. Eu gosto de ler sobre jornalismo, eu gosto de ler livros de espiritualidade, como Osho, gosto de ler sobre tecnologia, aquela revista Info, leio bastante. Gosto de ler Carta Capital, um pouco, porque eu não gosto muito de política, e ela traz alguns resuminhos para quem não gosta (risos). Gosto da revista Época. Não sou muito chegada no esporte, é uma área que não me chama muita atenção, gosto da revista Cult, Caros Amigos, Piauí.

Gessony - E a leitura do Estopim?

Cilene - Ah, a leitura do Estopim é normal né, só que assim, é aquela leitura meio dinâmica, passa o olho, às vezes chama a atenção um texto...
Mas é muito legal, como eu falo para vocês, o que é o legal de vocês é o ousar, é pegar sempre um tema novo, diversificar, o olhar né! O olhar do jovem.

Gessony - Algum colunista?

Cilene - Oi?

Gessony - Oi, tudo bem?! Algum colunista?

Cilene - (Silêncio e cheiro de óleo queimado) Não... Não tenho preferência. Eu leio bastantes colunistas, mas não vou citar nenhum porque não tem nenhum que eu diga assim "Ai! Adoro essa pessoa". Então para não falar de um sem falar do outro, prefiro não falar de nenhum. Colunismo eu leio a título de informação e não a título de idolatria.

Gessony - E dentro do Estopim? Algum aluno? (silêncio que precede a piada) Um pupilo assim como o Nícolas?

Cilene - Ahh, eu gosto... Eu não vou... Não! Aí é sacanagem. Não, nãão

Nícolas - (risos)

Cilene - Todos escrevem muito bem...

Nícolas - Acho que não hein.

Gessony - Também acho que não, mas deixa quieto.

Todos - (risos)

Cilene - Não, não, magina... Jamais faria isso, até porque, é autoral né?! Cada um tem o direito de se expressar como quer. Aí meu julgamento seria uma coisa assim... ruim né.
Tô fora!

Nícolas - O tu achas do jornal de bandeja que a gente produziu?

Cilene - Então, eu fiz um jornal bandeja, durante um ano, quase dois, o nome dele era Jornal de Carteira, e ele seguia mais ou menos a mesma linha do de vocês. Quando eu vi achei muito legal, porque é como se meu projeto estivesse retomando.

Nícolas - Foi aqui na Unisul também?

Cilene - Foi aqui. Então, assim, a gente imprimia e colocava em todas as carteiras, em todas as salas (risos). Ficava as vezes uma manhã inteira, mobilizava todo o pessoal da limpeza para distribuir os jornais, então na primeira segunda-feira do mês todos os alunos tinham um jornal de carteira. E quando eu vi o de vocês muito bacana, porque é um trabalho que facilita a informação para o aluno, ele chega ali cansado, com sono, já tem uma informação quentinha.

Nícolas - Era um movimento parecido, o de carteira? Eras aluna ainda?

Cilene - Não, na realidade eu era aluna mas já era funcionária, entendeu?! Foi um projeto que eu apresentei, para o professor Valter na época, que era o diretor do campus, ele gostou, aprovou, adorou. Então assim, eu tinha algumas matérias, como estava dentro da universidade, uma poucas matérias que eram institucionais, até para valorizar, e o resto era eventos, dicas de livro, bastante informação de aluno.

Como a borboleta que esperavamos, Cilene desviou graciosamente das perguntas mais agudas, e volteou e volteou com perguntas sem grandes propósitos. A entrevista seguiu-se ainda por alguns minutos, falando sobre as preferências literárias, as horas de leituras e as inexistentes crônicas dessa nossa Lepidoptera. Terminou sem grande revelações para nenhum dos dois lados, e acabou porque tinha que acabar.


Créditos da ilustração: Gessony Pawlick Jr.
Nícolas David e Gessony Pawlick Jr.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Com sabor de amendoim

Gosto e cheiro. Esta crônica impregna no olfato do leitor o cheiro de amendoim torrado, ou do amendoim doce. E tem o gosto do amendoim que, agora, mastigo, depois de ter quebrado a casca com alguma dificuldade. Este amendoim, ainda cru, fazia parte da reserva de Genésio José de Oliveira, o vendedor ambulante mais famoso da Unisul.

Ele era o tio do amendoim e deixou-nos sem mais. Vítima de um atropelamento, não resistiu aos ferimentos na cabeça e partiu. Fiquei sabendo da sua morte numa conversa pela internet. Depois do baque, comecei uma apuração jornalística na tentativa de localizar a família a fim de entrevistá-los para uma matéria e consegui.

No outro lado da linha, atendeu-me, Genésio. Enganou-se o leitor se pensa que se tratava de um Júnior, ou um Filho, que nada, Genésio Vieira era genro de Genésio José de Oliveira e há 16 anos está casado com Cleia de Oliveira, filha mais velha do tio do amendoim. E a coincidência não tem outro nome senão coincidência.

Educadamente, Genésio, o genro, topou a entrevista. Acompanhado de uma excelente fotógrafa, fui destinado a conhecer e a contar, depois, a história do mais importante vendedor que a Unisul já teve o prazer de permitir concessão ao comércio. As fontes seriam os familiares, e a casa o estúdio.

Sai de casa com uma ideia fixa: conversar, principalmente com a viúva, dona Mariza Terezinha de Oliveira. Felizmente foi diferente, pois a entrevista virou bate-papo. Um interrompia o outro, o outro interrompia o um. Salvo alguns resquícios de saudade e lamentação os “causos” contados motivaram muitas gargalhadas.

In locu, o gravador era a única resistência jornalística. Até a fotógrafa entrava na conversa, matando suas curiosidades. Noutros momentos, ouvia-se uma risada dela. O bloco e a caneta eu logo abandonei, focado em ouvir as declarações da árvore genealógica que Genésio construiu baseadas sobretudo no respeito e na educação.

Os familiares contaram-me que Genésio não gostava de acordar cedo. Levantava-se perto do almoço. Sentava-se à mesa com a família e, depois da refeição, começava a rotina como ambulante. Só acordava mais cedo se precisasse renovar o estoque. Então, pedalava até o Direto do Campo no Centro de Florianópolis.

Já em sua casa, ele torrava e ensacava o produto para finalmente vendê-los em três pontos da Palhoça: praça central da cidade, prefeitura, e a Unisul, de onde retornava às 22h30min. No aconchego da casa, no Bairro Caminho Novo, tomava o banho e anotava o lucro das vendas num caderninho.

O ritmo de vida foi interrompido numa terça-feira, 14 de agosto. Ele que, aos 17 anos havia superado um derrame, e que já tinha sofrido outros dois acidentes graves ¬- um desses arrancou-lhe um dedo da mão -, não resistiu aos ferimentos e aos 71 anos saiu da vida e embarcou em nossas memórias.

Segundos antes da conversa, eu estava aflito, porque poderia encontrar pessoas tristonhas. Eles não estavam felizes, mas nos receberam com alegria e não poderia ser diferente. O tio do amendoim não admitiria que um aluno da Unisul fosse mal recebido. Saímos da conversa com sentimentos divididos. Ora lamentávamos a perda, ora ríamos das maravilhosas histórias.

Estávamos de saída e fomos agraciados com pacotes dos últimos amendoins que Genésio tinha preparado para vender. São esses mesmos que mastigo e, agora, engulo, para deixar nessas linhas que se estendem saudosas, o saboroso gosto do Amendoim Genésio.
Nícolas David

domingo, 19 de agosto de 2012

Desvendando o Ciência sem Fronteiras

Passagem aérea: confere. Seguro saúde: confere. Uma bolsa mensal pra ajudar com as despesas: confere. Auxílio-instalação e 1000 dólares para comprar um notebook ou tablet: confere. Pra quem for aprovado no programa Ciência sem Fronteiras (CsF), do Governo Federal, além de poder estudar em uma universidade estrangeira por um ano, todos os itens acima estão garantidos. Mas, antes de conseguir a bolsa, é preciso muita paciência (para ler e entender os editais, juntar a papelada e esperar os resultados) e sorte – afinal, são poucas bolsas e muitos, mas muitos inscritos.

À primeira vista, é tudo maravilhoso: o programa, que está estruturado para conceder 101 mil bolsas em até quatro anos, deve terminar o ano de 2012 com cerca de 20 mil bolsistas no exterior e é considerado um case de sucesso lá fora. Na verdade, o CsF é a resposta da presidente Dilma Rouseff ao desafio de Barack Obama, que a questionou sobre a quantidade de brasileiros estudando nos EUA, em comparação aos 130 mil chineses e 100 mil indianos que estudam nas terras ianques. Daí surgiu o programa, que já foi tema até de reportagem especial da revista inglesa The Economist.

Esse ano já foi lançado um edital e os alunos aprovados embarcam no começo de setembro. Mas, pra quem está interessado em participar, ainda dá tempo: até o dia 14 de setembro, alunos matriculados em cursos de graduação e que preencham os requisitos (você pode conferir tudo no quadro abaixo) podem se inscrever para viajar no começo de 2013.

São sete países – Alemanha, Austrália, Canadá, Coréia do Sul, EUA, Holanda e Reino Unido – e 5000 bolsas disponíveis. As áreas contempladas pelo programa são: Engenharias e demais áreas tecnológicas; Ciências Exatas e da Terra; Biologia, Ciências Biomédicas e da Saúde; Computação e Tecnologias da Informação; Tecnologia Aeroespacial; Fármacos; Produção Agrícola Sustentável; Petróleo, Gás e Carvão Mineral; Energias Renováveis; Tecnologia Mineral; Biotecnologia; Nanotecnologia e Novos Materiais; Tecnologias de Prevenção e Mitigação de Desastres Naturais; Biodiversidade e Bioprospecção; Ciências do Mar; Indústria Criativa, voltados a projetos e processos para desenvolvimento tecnológico e inovação (arquitetura, design, software); Novas Tecnologias de Engenharia Construtiva; Formação de Tecnólogos, nas áreas e temas listados nos itens anteriores.

Confira abaixo o especial Desvendando o Ciência sem Fronteiras e tente: apesar de toda a burocracia, um intercâmbio sempre vale a pena.

Para ler todos os editais, saber mais sobre o programa e, é claro, preencher o seu formulário de inscrição, acesse o site oficial do Ciência Sem Fronteiras.
Bruna Carolina

terça-feira, 26 de junho de 2012

Uma vitória sobre a cadeira de rodas

Meu texto de hoje é Hipermidiático em homenagem àqueles que não param. O vídeo abaixo é uma antítese ao olhar preconceituoso e cômodo dos que veem a dificuldade como pretexto para esperar o tempo passar.
Adilson Costa Jr.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Seu curso, nossa universidade

Nós, dessa tal imprensa universitária, chamada Estopim, resolvemos acompanhar as eleições do Diretório Central dos Estudantes, do Hospital Unisul, que ocorrerão no dia 13 de junho. Vamos visitar o maior número de cursos de graduação da unidade Pedra Branca, se possível cada fase desses cursos para perguntar aos acadêmicos quais problemas eles percebem na Unisul.



A equipe de jornalismo do Estopim deu a largada nesta segunda-feira, 21 de maio. Depois de levantadas essas informações, levaremos o resultado às chapas que lançarem candidatura para as eleições do DCE. Metidos a praticar jornalismo, queremos conhecer os problemas dos alunos e saber o que atrapalha sua formação na Unisul.

É importante ressaltar, que não temos a pretensão de lançar uma chapa para as eleições do DCE. Nosso trabalho é restrito ao papel da imprensa. É isso que pretendemos exercitar. Vamos melhorar a comunicação entre estudantes e o Diretório e questionar as chapas quais são as possíveis soluções que elas têm para os problemas apontados. Mesmo que elas não tenham como resolvê-los, é importante que saibam da sua existência.


Nosso objetivo, assim como deve ser o do DCE, é o de melhorar nossa vida dentro da universidade. Somos isentos de qualquer interesse político e não faremos propaganda a nenhuma chapa.



Para concretizar esse projeto, pedimos licença à Central Brasileira de Notícias, vulgo CBN, que realiza uma cobertura idêntica nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. A diferença, é que o foco da rádio são as eleições municipais.

A equipe está percorrendo os bairros de São Paulo e do Rio para conhecer, por meio do relato dos moradores dessas localidades, quais as principais dificuldades que eles enfrentam. Intitulada Seu bairro, nossa cidade, a cobertura quer mapear esses problemas para que eles sejam debatidos pelos candidatos as prefeituras dessas cidades e também pela sociedade.



Thais Teixeira e Nícolas David

terça-feira, 22 de maio de 2012

Estamos Ruindo

O título não trata dos estopinianos, não te desesperes, falo de um conto, uma fábula utópica que nada se assemelha com uma vivência, nem mesmo em comunicação.

Começamos em uma trilha em meio a arbustos, que dificilmente se enxergaria o fim, e Já sabíamos que este fim nada serviria à sociedade, não fosse pelo árduo, aproveitável e gratificante percurso.

O começo na verdade não tem princípios, o fim não justifica o que se vê no meio, comunicacional ou não, o fato é que de nada serve O que fazemos. - Por fim fazemos o que não queremos e o que queremos fazer não fazemos -.

Característica ou não, Roçamos N'ALguma coisa que por fim vale só o que cabe dentro da cachola. Passar quatro anos tentando fazer algo diferente, esbarrando em barreiras, engolindo sapos louros e acreditando em quem achar de confiança, assim seguiremos. O que nos estimula, ou a mim somente, é achar que pode-se fazer com um novo olhar, que pode-se ter mais tempo pra isso. Aqui pelo dia 20 tudo bem falar de novas perspectivas, criticar velhos olhares, falar mal de dinossauros ultrapassados, mas e quando chega o começo do mês? A utopia cai em si, futuros têm que ser resolvidos em dias por conta das contas. Fácil demais chegar na ideologia do modo de produção capitalista pra por como desculpa pra algo estagnado, ou sonhar em sociais.

Finalizo aqui, curto o suficiente para não saber nada, ou só um pouco, assim como 3 vezes 6 meses podem trazer de conhecimento a alguém que quer e não pode querer.

Adilson Costa Jr.

domingo, 20 de maio de 2012

Bagaçal - A Volta dos que Não Foram


Desde 14 de maio permaneceram em nossas páginas as sandices de seis homens e mulheres que os capitalistas da patota convidaram. Contávamos com sete publicações, mas, no apagar das luzes, o onipotente, onisciente, onitrançado nos deixou ainda mais curiosos para saber o que pensa.
Mas, no tribunal, o professor tem como recurso a Delação Premiada. O fato é que todos os convidados foram lembrados pessoalmente, exceto ele. Preferimos armar uma arapuca e deixamo-no apenas com um aviso de e-mail. Falhamos e ele pode reduzir sua pena, tendo esse argumento como defesa.
O que mais chama atenção é que o episódio se repete. Na primeira semana Especial Estopim, diabolicamente iniciada em um dia 14, só que de novembro do ano passado, o imprevisto também ocorreu. Faremos uso das mesmas palavras de 2011 nesses tempos de hoje: esse é um lugar onde existem várias bagaças. Desde bagacinhas mestras a bagaças ingênuas, as bagaças aprendizes.
Isolada a não-publicação de domingo, a semana foi um sucesso. Na segunda-feira, como já é comum (esse trecho foi adicionado porque Horácio ameaçou suicídio), uma excelente publicação sobre os antagonismos de um novo modelo de mundo.
Na terça-feira, lemos Para ir Ensaiando uma Prosa na Praça. Nos bastidores desse post, percebemos a preocupação da entrega do melhor trabalho pela autora. Muito mais pela busca de um estilo semelhante ao do Estopim, do que por outro motivo. Ainda assim, ficamos felizes em conhecer uma menina que chamou atenção d‘o Serrano ainda na sua cidade.
Na quarta, uma publicação que confirmou a interdisciplinaridade dessa semana. Em A Fuga da Ética, uma docente do curso de Direito foi a voz dos profissionais dessa área. Ela nos mostrou que além dos médicos que pensam ser deuses e dos jornalistas que têm a certeza a turma do direito também tem muito a dizer.
Esperávamos ler a tal criança insana chamada criatividade, e não foi diferente. O conto de quinta-feira, O Expresso Sinápticus – Exórdio, trouxe essa certeza. Seu autor finalizou o material com um verbo na terceira pessoa do singular: CONTINUA. E solicitou: espaço em nosso sítio para a CONTINUIDADE.
Para usar das palavras do nosso autor de sexta-feira (que manteve a excelência desse dia, como lembra Sebastião) Pavio Curto foi um tapa na cara da imprensa marrom. Roubamos suas palavras: Desmistifiquem o jornalismo verdade, isento e imparcial. Chamem pra briga os assessores da mentira, os maquiadores de fatos, anunciantes do caos, inventores de capas, adoradores de manchetes, os vendeiros da informação, os bajuladores do patronato.
Fechando essa edição, tivemos a resposta de uma capciosa pergunta: Por que ser produtor de cinema? Quem encomendou a resposta chegou a duvidar de sua capacidade textual, mas quem mais poderia falar com tanta propriedade sobre o assunto? Ninguém.
O caixa não nos permite sonhar. Mas gostaríamos que os colaboradores sentissem em seus peitos a presença de pesadas medalhas de ouro, gratificando sua honra e mérito nas publicações. No mais, o Hospital Unisul ainda é um bagaçal, em suas alas estão pacientes que não se vacinaram contra a preguiça. Esta semana estava cheio de anticorpos para combater essa virose.
A Patota

sexta-feira, 18 de maio de 2012


         Com a lucidez de mercado que nos é indispensável, fechamos gratuitamente, um pacote de novos escritores para o Estopim. O acordo estabelecido nos corredores do Hospital Unisul foi com gente careca de tanto administrar; gente homem e gente mulher; gente loura, que por sinal ri alto; gente grisalha, por causa das Ciências Políticas; cidadão que vai emagrecer um bocado por dizer sim à vida de professor; sujeito que não sabe se o Brasil vai bem ou mau politicamente e, por isso, é calvo; gente nova, moço que também se encontra careca de tanto falar de cinema; enfim, gente que vai ganhar e gente que já tem cabelos brancos, alguns, como mostrado, que não têm mais nada, mas sobretudo gente que usa trança para disfarçar a calvície. Não perca! Eles permanecerão em nossas páginas pelo exíguo espaço de uma semaninha. Esperamos que com eles esteja uma criança insana chamada criatividade, já que em nossos bolsos ela não se encontra.
A Patota

Pavio curto
Valmir dos Passos


Como sou lá de Criciúma, terra de gente que fuça o chão atrás de carvão (esta riminha chinfrim não foi intencional), acho que tenho uma relação diferente com o estopim. É que o desmonte da rocha exige umas bananas de dinamite e, grudadinho nelas, vai o pavio branco que carrega a chama fatal.

O foguista ou queimador, peão encarregado de fazer o fogo, ou seja, carregar a dinamite e mandar tudo pro ar, sabe bem os riscos do negócio. É ofício de gente grande.

Agora essa gurizada do Jornalismo inventou de mexer com estopim. Minha memória dos tempos de mina (que trabalhei em mina, sim senhor!), traz inquietação. O que será que esse povo quer explodir?

Aí me pediram para escrever alguma coisa. Irresponsáveis! Só posso cobrar deles o que prometem: uma explosão de criatividade, rebeldia e talento.

Com estas armas, conquistadas com o trabalho e seriedade que o pensamento crítico exige, esses moços e moças tem muito trabalho por fazer. Há muito o que se detonar neste mundo. E não é necessário sair da trilha da comunicação social para se encontrar rochas, obstáculos, entulhos e todo tipo de enrosco merecedor de uma bela explosão.

Mandem paro o espaço todas as formas de preconceito enraizadas nas mídias. Coloquem a baixo os impérios de comunicação (e seus serviçais). Ataquem o pseudojornalismo de exaltação, o venal, o engraçadinho (nada contra a comédia). Desmistifiquem o jornalismo verdade, isento e imparcial. Chamem pra briga os assessores da mentira, os maquiadores de fatos, anunciantes do caos, inventores de capas, adoradores de manchetes, os vendeiros da informação, os bajuladores do patronato.

Façam tudo com muita elegância. Façam tudo com radicalidade. Aproveitem a mocidade e bebam dessa fonte maravilhosa de indignação, entusiasmo e otimismo. Agreguem à mocidade o conhecimento libertário que a academia pode facilitar. Mergulhem com vigor na história, bebam na teoria social, produzam e degustem da cultura popular, da cultura erudita, da cultura do mundo. Mas mandem pro inferno os clichês modistas, os badulaques de butiques, os movimentos de galera, os cacarecos da indústria cultural.

Não esqueçam de afirmar o amor, a solidariedade, o respeito às diferenças. Acima de tudo, emprestem seus estopins aos povos em luta, aos movimentos de libertação, às minorias do mundo, os segregados, amaldiçoados, os párias, os desvalidos, os maltrapilhos. Juntem-se aqueles que nada tem. Aqueles que a escola não viu, que a universidade não aceitou, o mercado degradou. Esse povo chora baixinho, não escreve, não tem blog, email, computador.

Moços e moças do estopim, não falo pra vocês. Uso esse gostoso espaço, agradecendo a oportunidade, para falar com aqueles que ainda vivem a cultuar o poder, o glamour e a esterilidade do pensamento hegemônico.

Vocês, moços e moças do estopim, nos encorajam, professores (grisalhos ou carecas), na insistência de educar. Estamos atentos.

Valmir dos Passos

terça-feira, 1 de maio de 2012

A Reflexão – Moça refém de dinossauros e de mulas


Estudantes de jornalismo costumam ser pensadores, mas só na universidade. Na redação isso muda. São muito críticos quando falam dos políticos, ou depois de assistirem às gafes dos colegas. A Carta Capital e o quadro Top Five do programa CQC, transmitido pela TV Bandeirantes, são doutores no assunto. O Observatório da Imprensa nasceu para isso. Aos olhos dos futuros jornalistas esse tipo de apontamento é fantástico. Aplaudir o dinossauro Alberto Dines e o OI é o mínimo que se pode fazer.
É bem verdade que jornalista erra muito. O autor desse texto, por exemplo, ainda não pegou a fórmula para cravar o roteiro e as sinopses de cinema a fim de bem servir seus leitores, em uma página de serviço, no principal jornal de Santa Catarina. Mas, saber que esses erros existem e corrigi-los não basta. Prefiro dizer aos interlocutores que eles poderiam acompanhar um noticiário melhor elaborado por nossas linhas editoriais e jornalistas. Mas nossos leitores sequer têm a vez de julgar a imprensa brasileira. Está tudo pronto. Nada de vara de pesca, em vez disso, peixe fresco.
Tenho essa propriedade para falar de jornalistas formados (em formas) e de jornalistas em formação porque convivo com duas espécies de profissionais: os dinossauros do Diário Catarinense e as mulas ainda em formação da Universidade do Sul de Santa Catarina, a Unisul. Na universidade, sou mais atuante do que no jornal, mas em ambos eu analiso o modo como meus colegas conduzem suas carreiras.
Não quero comparar a qualidade dos que estão chegando a desses que aí estão. Em certos aspectos seria desleal. Os profissionais que já atuam têm a seu favor a experiência, a agilidade. São precisos os macacos velhos. Já adquiriram técnica (algumas raras exceções até somam técnica a outras ferramentas, e isso resulta em jornalismo). Em contrapartida, os universitários, os bons universitários, estão livres das formas, estão experimentando. Eles demoram muito para escrever uma reportagem, se esquecem os nomes das fontes, mas a falta de forma torna suas matérias diferentes, surpreendentes.
Pretendo colocá-los no mesmo cesto, chacoalhar bem para se misturarem e trocarem ideias. Depois, chamar-lhes a atenção para outra questão. Dinossauros e mulas têm que escrever para despertar a visão crítica da sociedade. Quando se faz jornal há uma preocupação com o impacto da edição. Nas aulas de Análise do Discurso – lá na Unisul – contaram para nós, as mulas, que existe um leitor virtual criado por quem escreve. Temos que agradá-lo quando sentamos a bunda na cadeira para digitar, digitar, digitar e digitar.
Pois bem, se os jornalistas e as mulas têm consciência de que precisam agradar a um leitor virtual, que seja de boa fé. Para ser ainda mais utópico: que seja para formar leitores críticos, como um dia foram as mulas. Formar leitores críticos e formar opinião são posturas distintas.
A professora Cremilda Medina estragou a festa quando nos contou em Notícia _ um produto à venda que o buraco é mais embaixo e que, há bastante tempo é praticado um jornalismo responsável por mudar a conta bancária de muita gente. Quanto mais eu leio a imprensa, mais eu sinto prazer em ler literatura. Lá, as pretensões são claras: narrar a ficção. Já a imprensa segue outra fórmula: narrar a história, baseada na verdade. Mas a verdade é tão suja que é melhor brincar com o interlocutor. Fazer jornalismo sem reflexão. Destruir a credibilidade de uma profissão.
Mulas! Dinossauros! Dinossauros e mulas. Diariamente, nós temos um tesouro em nossas mãos. Ele está bastante desvalorizado, é verdade. Mas poderá chamar-se joia rara depois que os dinossauros se reinventarem e que as mulas ocuparem as redações. 
Nícolas David