Camila Albuquerque
Entre murmúrios e trincar de copos um escritor se esconde, assimila toda a falta de espontaneidade dos conhecidos ao redor e cria um mundo imaginário entre o ambiente, o que lhe foi falado e o que está realmente acontecendo. Mal sabem os demais que para um escritor meio pensamento basta.
Eles seguem um raciocínio lógico de escrever para os seus semelhantes, ou seja, leitores machucados. Pessoas muito felizes não leem, ler é um hábito dos melancólicos. É um escape, uma fuga da realidade, uma busca pela cura e resolução dos problemas a cada página. Eles se identificam com os calos do autor e tornam da leitura um analgésico poderosíssimo, quase ilegal.
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terça-feira, 26 de novembro de 2013
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
Boca de Siri: O Teatro político está em moda!
Fernando Schweitzer
Nestes anos de existência, ademais de um trabalho diversificado em temáticas a agrupação também criou espaços de diálogo com a comunidade, a formação de público, bem como a interação com outros movimentos artísticos independentes da região. Tendo até mesmo organizado esse ano a 12ª edição do festival de teatro Didascálico. Sempre aberta para companhias e grupos de vários estilos e linguagens.
O Grupo Teatral Boca de Siri em comemoração aos seus 18 anos de existência apresentou-se com A farsa do Panelada, nesta terça 22 de novembro, no IFSC. O grupo que nasceu dentro do Campus Florianópolis do IFSC começou com os alunos e depois foi agregando pessoas da comunidade externa, contando sempre com a coordenação da educadora em artes Tânia Meyer.
Nestes anos de existência, ademais de um trabalho diversificado em temáticas a agrupação também criou espaços de diálogo com a comunidade, a formação de público, bem como a interação com outros movimentos artísticos independentes da região. Tendo até mesmo organizado esse ano a 12ª edição do festival de teatro Didascálico. Sempre aberta para companhias e grupos de vários estilos e linguagens.
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Cultura, Política e Diversão: Um Experimento!
Ivan Luis Tonon
Vá se divertir quebrando um carro!
Vá fazer política assistindo High School Musical!
Vá fazer cultura misturando argamassa para encher a laje do barraco junto com seus filhos, chame também suas ex-esposas.
Mas o que você está dizendo?
O que você está lendo?
Vá se divertir quebrando um carro!
Vá fazer política assistindo High School Musical!
Vá fazer cultura misturando argamassa para encher a laje do barraco junto com seus filhos, chame também suas ex-esposas.
Mas o que você está dizendo?
O que você está lendo?
O Segredo dos seus olhos
Juan F. Garces
O que um simples olhar pode revelar?
O que um simples olhar pode revelar?
Faz algum tempo que o cinema argentino me apresenta um grande encanto. Posso citar muitos filmes fantásticos, como Nove Rainha (2001) e o XXY (2007), este último levantando uma curiosa questão de gênero. Acho interessante comentar sobre algum filme feito pelos nossos hermanos, e aqui apresento o longa dirigido por Juan José Campanella, O segredo dos seus olhos (2010).
Benjamin Espósito (Ricardo Darín), após trabalhar boa parte de sua vida no Tribunal Penal, já aposentado, dedica o seu tempo livre para escrever um romance baseado em um caso que trabalhou em 1974 – investigar um violento assassinato da jovem Liliane Coloto (Carla Quevedo), seguido de estupro. Ao resgatar traumas antigos, Benjamin entra em um confronto interno, devido ao romance que teve com Irene (Soledad Villamil), sua ex-chefe, e alguns equívocos passados.
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Os Cabritinhos: Uma noite infantil em São José
Fernando Schweitzer
Estrear é viver. É um jogo mega intenso que artistas vivem e revivem a cada novo projeto. Na última quarta-feira, 19 de setembro, a Companhia Teatral Pantomima, dirigida por Alexandre Emerim, iniciou a nova temporada de apresentações do suspense infantil "Os Sete Cabritinhos e o Lobo Mau" de Jacob e Wilhelm Grimm. A adaptação da companhia para o clássico esteve no Teatro da Arena Multiuso de São José, às 20h.
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Elenco de Os Sete Cabritinhos e o Lobo Mau |
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
170 hz: Um filme em libras
Juan F. Garces
Os filmes suecos têm o costume de apresentar produções dramáticas e polêmicas.Podemos observar esses elementos, por exemplo, no Deixe ela entrar (2008) e em Thriller: A Cruel Picture (1974). Suas polêmicas podem aparecer visualmente, mostrando um estupro explícito, ou psicológico, levantando pontos e questões da mente do espectador, e é sobre essas questões que tratam o filme em questão, 170 Hz – partindo mais para a questão psicológica. No entanto, ele não é de nacionalidade sueca, mas holandesa.
Os filmes suecos têm o costume de apresentar produções dramáticas e polêmicas.Podemos observar esses elementos, por exemplo, no Deixe ela entrar (2008) e em Thriller: A Cruel Picture (1974). Suas polêmicas podem aparecer visualmente, mostrando um estupro explícito, ou psicológico, levantando pontos e questões da mente do espectador, e é sobre essas questões que tratam o filme em questão, 170 Hz – partindo mais para a questão psicológica. No entanto, ele não é de nacionalidade sueca, mas holandesa.
terça-feira, 3 de setembro de 2013
O jornalista historiador
Ele já contou a história de um escritor, José de Alencar. Arriscou-se a falar do primeiro ditador do Golpe de 1964, Castello Branco, e caiu nas graças da cantora Maysa. Nem ao Padre Cícero, vulgo Padim Ciço, ele resistiu. Pesquisou, entrevistou, vasculhou e salvou, para sempre, a história dessas personagens. Lira Neto se nega a escrever somente histórias lineares. Prefere as personagens controversas e absurdas.
Sua mais recente obra já está fazendo sucesso pelos cantos do Brasil, sem sequer ter sido concluída. É que Lira resolveu separar a biografia em três volumes e acaba de publicar o segundo. O último vai às bancas somente em 2014, quando o Brasil poderá refletir sobre os 60 anos da morte de Getúlio Vargas. Aliás, faltou dizer, esse é a sua personagem, a sua grande sacada, a sua ousada loucura, a sua grande obra.
O texto de Lira sobre o ditador mais querido do Brasil é um exemplo de jornalismo, no bom sentido. Lira escreve de tal modo que consegue fazer com que o leitor escolha se permanecerá amando, ou detestando a personagem. Na verdade, ele mostra tudo o quanto lhe foi possível encontrar de informações por meio de pesquisas, e então permite que o leitor forme sua opinião, baseada nas próprias inclinações.
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Velhos teatros, velhos dias!
Fernando Schweitzer
Crise de inverno? A baixa no número de produções artísticas no estado de Santa Catarina não é um fenômeno impulsionado pela recente onda de nevascas. A recente matéria do Jornal do Almoço, da RBSTV, somente faz um eco baixo a algo que vem historicamente acontecendo na grande Florianópolis.
Cultura social débil como costume e tradição. Lembro-me que em 1999, no Teatro Álvaro de Carvalho (TAC), fazer uma das últimas apresentações antes de seu fechamento para uma reforma que durou anos. Isso na era ainda sob a direção do saudoso Ney, assim nós atores o chamávamos, que tentava democratizar o uso das pautas na província.
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Ilustração: Fernando Goyret
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Cultura social débil como costume e tradição. Lembro-me que em 1999, no Teatro Álvaro de Carvalho (TAC), fazer uma das últimas apresentações antes de seu fechamento para uma reforma que durou anos. Isso na era ainda sob a direção do saudoso Ney, assim nós atores o chamávamos, que tentava democratizar o uso das pautas na província.
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Libertárias
Relações entre a esquerda e o feminismo
Juan F. Garces
O Brasil está em um processo de grandes manifestações. Contra o aumento da passagem, contra o governador Sergio Cabral no Rio de Janeiro, contra o Geraldo Alckmin em São Paulo, só para citar algumas. No entanto, existe uma que poucos prestam atenção, ou não têm a mesma comoção pelas demais, esta que se denomina “Marcha das Vadias”. O intuito aqui não é fazer uma discussão teórica sobre esse movimento, mas gostaria de contribuir com a crítica do filme “Libertária” (1996), que narra a visão de um diretor sobre uma época onde as mulheres levantaram armas e foram para a guerra junto aos homens. São contextos e épocas diferentes, mas vale para gerar um debate acerca do feminismo e pelas causas que elas lutam nos tempos atuais.
A História do filme se passa na Catalunha, em 1936, ou seja, estamos no contexto da guerra civil espanhola. Com o avanço do confronto a freira Maria (Ariadna Gil) é forçada a fugir de seu convento. No desespero de escapar do cenário mórbido que tomou as ruas, encontra refúgio num bordel, até ser liberada por um grupo de mulheres anarquistas. Após algumas conversas e entendendo melhor a causa dessas mulheres, Maria entra para o grupo e acaba por tomar parte em suas ações e participar da luta.
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Ser Feliz?
Fernando Schweitzer
Como é difícil ser feliz. Será que é para todos? Ou para tolos.
Feliz por Felix, que saiu esses dias do armário, em uma semana onde um menino que ninguém sabe ou lembrará o nome foi torturado pelo pai por ser homossexual. E tal qual as manifestações recentes que já encheram o saco da mídia, tal qual o Papa hermano, não recebeu mesma atenção os meios.
Que proposição teríamos nós, pobres e singelos mortais para transformar o Brasil? O mundo...
Feliz por Felix, que saiu esses dias do armário, em uma semana onde um menino que ninguém sabe ou lembrará o nome foi torturado pelo pai por ser homossexual. E tal qual as manifestações recentes que já encheram o saco da mídia, tal qual o Papa hermano, não recebeu mesma atenção os meios.
Que proposição teríamos nós, pobres e singelos mortais para transformar o Brasil? O mundo...
O Gabinete do Dr. Caligari
O expressionismo alemão
e a sua relação com o ideal burguês
Juan F. Garces
Quando se estuda qualquer filme, sempre surgem diversas análises acerca dele, podendo partir das mais variadas temáticas. Quando falamos dos primeiros anos do cinema – em especial o cinema mudo –, podemos aumentar a variação dessas temáticas, já que estamos falando de um período bem nebuloso para a História do Cinema, onde coisas novas sempre são descobertas. E um dos filmes ricos em estudos é O Gabinete do Dr. Caligari, filme produzido em 1920 e um dos representantes do expressionismo alemão, movimento que inspirou o diretor Tim Burton em muitos de seus filmes e animações, como Edward, mãos de tesoura e Sweeney Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Flee.
Juan F. Garces

terça-feira, 30 de julho de 2013
Um homem no seu lugar
Ailton aprendeu a profissão de pescador com o pai e construiu a vida no mar
Manoela Nascimento
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“De vez em quando eu pego o barco e vou até a ponta do morro, onde a baía se abre para o mar, e vejo o sol nascendo” |
Nascer no dia de finados não era uma boa ideia, segundo o escrivão do cartório. Então assim, por pura crendice, o menino Ailton Caetano dos Santos foi registrado não no dia de defunto, que era aquele dois de novembro, mas no dia de todos os santos, primeiro de novembro de 1961. Desde então, uma vida inteira se passou com os pés dentro d’água da enseada que parece ter moldado a personalidade desse filho do mar que sobrevive da pesca.
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Mulher, pescadora, empresária e contadora de histórias
Entre pescarias e lembranças da infância, Sidnéia prepara os quitutes do mar que seduzem e sustentam a família
Pablo Mingoti
Pablo Mingoti
O vento movia as folhas das palmeiras na praia. Apontando para o mar iluminado pelas estrelas, Sidnéia Dilma Souza se lembra das suas histórias de vida. Histórias recheadas de mistérios e cenas marcantes, desde “causos” contados pela avó, até assaltantes tentando invadir sua casa. Mulher, filha de pescador, aprendeu, observando os pais e avós, a valorizar toda cultura que se produz na vida em torno do mar.
Nascida em Santo Amaro da Imperatriz, Santa Catarina, ela adotou a Praia do Pontal como moradia fixa. Debruçada no balaústre da varanda, olhando pescadores, instantaneamente lembra algumas histórias da infância que viveu nas águas do Pontal. “Uma vez fomos pescar em família e tinha um canal com lama, que atola. Com os movimentos bruscos das ondas, vários caíram do barco e ficaram atolados. Foi sufocante”, narra Néia, como costumam chamá-la.
segunda-feira, 15 de julho de 2013
Pescador por acaso
Vindos de Buenos Aires, Matias e a companheira pararam na
Enseada de Brito por acidente e acabaram fazendo uma nova opção de vida
Isadora Satie
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De férias com a mulher, três cães e uma Kombi quebrada após uma
longa viagem de Buenos Aires. Foi assim que o argentino Matias Gil, de 34 anos,
teve de passar uma semana na prainha de águas calmas de Enseada de Brito. Não
era bem esse o plano, mas o casal acabou ficando desde 2011. Hoje, reside em um
dos morros da Enseada, onde acompanha o crescimento do bebê de seis meses,
gerado em uma casinha simples, porém com o luxo de uma vista para o mar na
porta de entrada. “Em toda ciudad grande, todo mundo fica triste, a vida passa,
você trabalha, no aprecia a vida e fica sem saber o gosto que ela tem. E ter
uma criança num lugar como este é um sonho”, valoriza Matias, falando um
portunhol bem acentuado.
sexta-feira, 12 de julho de 2013
Ação inédita garante música e cultura no dia mundial do rock
Rafaela Bernardino
Proposta da 1ª Semana do Rock de Florianópolis é unir
muito som e palestras que contem a história da música local
Inédita na cidade, a 1ª Semana do Rock em Florianópolis,
organizada pelo Instituto Maratona Cultural e O Clube para o Dia Mundial do
Rock, 13 de julho, está um sucesso e promete novas edições. O principal grupo
da região que fomenta a ideia é O Clube, composto por bandas locais. Este
surgiu em decorrência do falecido e antigo Clube da Luta, lugar em que os
músicos da região se reuniam para festas, divulgação e confraternização entre
os profissionais da cidade.
A ideia de juntá-los novamente foi de Geraldo Borges,
formado em Administração e atualmente músico e organizador do evento. A façanha
não foi tão bem sucedida inicialmente, já que a maioria dos integrantes não
estavam mais interessados em remanejá-los. Disposto a criar uma interação
entre os músicos, Geraldo criou "O Clube". No total, são 16 bandas da
região, a maioria de rock, que todos os meses fazem confraternizações e eventos
pela cidade.
segunda-feira, 8 de julho de 2013
O homem que aprendeu a ser com o mar
“O que é a nossa vida perto da eternidade?”, pergunta Luiz
Otávio, um homem com espírito de criança e o saber de um experiente pescador
Mariana Smânia
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Olhos sonhadores de um pescador com alma de menino
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Estamos na Enseada do Brito, um dos únicos locais
colonizados pelos açorianos no município de Palhoça, Santa Catarina. Ainda
encontramos a típica igreja açoriana com apenas uma praça de distância do mar,
marca registrada do colonizador. O lugar parece ter se perdido no tempo, com
casas construídas pelos fundadores e ruas ainda lajotadas. As horas parecem
demorar um pouco mais a passar, pelo som das ondas quebrando na praia, ou
talvez por ser a característica mais marcante da principal atividade econômica da
região: a pesca.
Não é preciso esperar por muito tempo para avistar um
pescador saindo de casa com suas redes ou qualquer outro aparato de pesca. Os
barcos ficam todos ancorados de frente para a Igreja, referência antiga da
comunidade. De cima da torre principal podemos avistar, em especial, um barco
não muito grande, de cor vermelha desbotada – talvez um pouco mais puxada para
o laranja -, bem próximo da areia. É o barco de Luiz Otávio Martins, figura
mais do que conhecida na região.
quinta-feira, 4 de julho de 2013
Bebel Gilberto lança trabalho gravado no Arpoador
Leonardo Contin
Filha de João Gilberto e de Miúcha, a irmã da Bossa Nova, Bebel Gilberto, lança novo CD - e o primeiro DVD da carreira -, gravado no Arpoador, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
O trabalho tem participações especiais do tio de Bebel, Chico Buarque, e de Flávio Renegado. A música de abertura do show é 'Samba da Bênção', que a cantora já gravou em trabalhos passados. Também reinterpreta a canção que compôs com o amigo Cazuza, 'Preciso dizer que te amo', entre outros sucessos. A voz de Bebel é suave e o cenário, com as praias de Ipanema e do Leblon ao fundo, encantam.
No vídeo abaixo, a música 'Rio', de Duran Duran:
segunda-feira, 1 de julho de 2013
Dom da Cura
Kamila Porto
Seu
Pedro herdou um bem precioso. Sua fé deu o dom de ajudar o próximo.
De
estatura baixa, com ralos cabelos brancos, óculos, roupas quentes e pantufas
para se aquecer do frio. Assim que escuta seu nome, abre a porta e pergunta: “Você
precisa de uma benzedura, minha filha?”. Seu Pedro ficou meio desconfiado ao
saber que não vinha à procura de uma reza, mas me convidou para entrar
esbanjando simpatia.
A
casa era simples, de madeira em tom amarelo, com as aberturas em rosa. Na sala de visita,
uma estante com uma televisão, dois sofás, uma poltrona, muitas fotos
penduradas em quadros e em porta-retratos espalhados em prateleiras ao lado de
imagem de alguns santos.
sábado, 29 de junho de 2013
Entre peixes, cães e gatos está o homem natureza
Nícolas David
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A Vila é moradia das embarcações e ponto de encontro dos pescadores da Barra do Aririú |
Na beira do mar, próximo ao local de trabalho - ou de hobby, como uns preferem dizer, está o point de cerca de 50 pescadores. São 20 ranchos onde pernoitam as embarcações que adentram a imensidão azul do mar quando o gigante está para peixe. Quando não é possível sair para a pescaria, eles ficam nessa outra casa tricotando, ajeitando uma coisinha aqui e outra ali nos barcos ou simplesmente bebendo uma cervejinha para se “aquecer” a noite. Dessa forma, ocupam o espaço para o qual destinam máximo zelo e cuidado. Ali, homem e natureza se relacionam pacificamente, um como hospedeiro, outro como parasita transformador.
Nos ranchinhos, cuja madeira foi doada pela prefeitura, eles se encontram praticamente todas as noites. São cerca de 20 construções, 20 equipes pesqueiras, mas nem todos se conhecem ou interagem na “vizinhança”. Conhecem-se de vista, como eles mesmos dizem, cumprimentam-se, mas daí, a saber, nome ou apelido de cada um existe uma grande lacuna.
sexta-feira, 28 de junho de 2013
Um achado inesquecível
Giovanna Dutra
Encontrar o personagem principal desta reportagem não foi uma tarefa fácil. Podemos dizer que foi preciso garimpar em várias minas até encontrar tesouro. Marcelo Lourenço da Silva é a agulha no palheiro que eu procurei durantes alguns dias. Quando nos conhecemos a conversa andou muito fácil. A princípio não me chamava nem um pouco a atenção redigir uma matéria sobre pescadores, me pareceu uma pauta pouco produtiva. Mas Marcelo me surpreendeu por sua sinceridade e convicção no mundo da pesca.
Cheguei na vila de pescadores da Barra do Aririú, localizada na cidade de Palhoça, por volta das 20 horas. Sem muita expectativa pelo que iria encontrar ali, pois a vila parecia mais um deserto. Só se ouvia o som das marolas chegando aos bancos de areia. Mesmo sendo quase um peixe por causa da minha criação na beira mar, o cheiro do lugar incomodava um pouco. Era uma mistura de fim de pesca com álcool. Mas no meio de uma escuridão que parecia não ter fim. Depois de alguns minutos pude identificar uma pequena luz, num dos ranchos e escutar as risadas altas. Então caminhei até lá para ver o que estava acontecendo. Quando entrei avistei 5 homens alegres depois de um bom dia de pesca. Foi aí que conheci o Marcelo, minha agulha no palheiro.
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