sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Dinheeeeeeiroooooo!!!

Rafael Medici

Como de costume, estava escrevendo o texto desta sexta-feira, mas sem ideia nenhuma sobre o que falar. Fui então dar uma volta de bicicleta, que além de ótimo exercício é também uma oportunidade de ter contato comigo mesmo. Pensei em tudo que li e presenciei essa semana, inclusive a palestra do Paulo Henrique Amorim, que assisti na quinta-feira, 26 de setembro, de onde veio a ideia do texto, que aliás é diferente do que eu vinha escrevendo.

Na palestra, o jornalista falou sobre o surgimento de uma nova classe no Brasil, a classe média “C”. Como o próprio Amorim citou: C de Capitalismo, Cartão de Crédito, Celular, Crédito, Computador, Carro, Curso de Inglês, e que além do mais não querem mais saber de instabilidade e muito menos voltar à classe B.

Por um lado essa mudança de classe é boa, ainda mais acrescida de dados que mostram grande evolução para o país:

- “Os jovens da classe C, mais educados e conectados, são hoje os formadores de opinião na família e na comunidade” (Meirelles).

- Entre 2002 e 2010 os eleitores de nível universitário na classe C saltaram de 6 milhões para 9 milhões. Serão 11 milhões em 2014. Incluindo aqueles com ensino médio, eram 48 milhões no ano passado e serão 52 milhões em 2014.

- A classe C é responsável por 80% das pessoas que acessam a internet. “A nova classe média movimenta R$ 273 bilhões na internet por ano somente com seu salário, se considerarmos o crédito disponível à ela, esse montante dobra”.

- 79% da nova classe média confiam mais nas recomendações de parentes que na propaganda da TV.

- “A nova classe média não deseja o estilo de vida das elites e prefere produtos que valorizam a sua origem” (Meirelles).

Esses dados, embora devessem ser muito maiores, pois o brasileiro nunca está satisfeito, (e com razão) dão esperança de que a educação e a informação são fundamentais e que não vêm apenas da Televisão (manipuladora e emburrecedora de mentes), mas também da internet, dos livros e, principalmente, da experiência de vida de outras pessoas quanto ao real valor das coisas.

Devemos sim pensar em conforto e bem estar, mas é aí que entra o lado ruim dessa evolução econômica de classes, pois muitos se deixam levar por esse capitalismo desenfreado, aquele do cartão de crédito com mais limite, do carro melhor que o do vizinho, do celular melhor que o do colega de trabalho, do computador mais moderno...

O valor de uma conversa e da relação entre as pessoas frequentemente é deixado de lado, porque, às vezes tem que se trabalhar pelo menos 10 horas diárias na exaustão para ter cada vez mais dinheiro e sustentar seus créditos muitas vezes supérfluos. O mesmo acontece com nossa saúde e nossa alma, que são tão importantes para nosso corpo – corpo este que deve estar saudável, também, para trabalharmos -, mas são deixados de lados para permanecerem na “elite”. Sem contar ainda a solidariedade e o bem ao próximo, submersas pelo capitalismo.

Portanto, vamos dar mais valor para aquilo que realmente tem valor, não apenas objetos materiais. Talvez seja necessário mudar a definição de “Elite”, para buscar mais qualidade de vida e não quantidade na vida.

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