segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Apresentador do CQC debate sobre redes sociais

Rafaela Bernardino

O jornalista Marcelo Tas discutiu na ALESC o que é a “rede”

Foto: Rafaela Bernanrdino
Simpatia e muitas risadas não faltaram na palestra de Marcelo Tas para a quarta edição do programa “Encontros com a Assembleia”, que ocorreu na última sexta-feira, 28 de setembro. O apresentador do CQC trouxe uma reflexão a respeito do que é a “rede” através do tema Redes Sociais: virtudes e efeitos colaterais da nova comunicação digital. Segundo o jornalista, a internet não pode ser vista apenas como uma rede de computadores, muito pelo contrário, deve ser entendida como uma rede mundial de pessoas.

O apresentador começou a palestra falando um pouco sobre sua vida e carreira. Formado em Engenharia Civil pela USP no início dos anos 1980, foi na universidade, através do diretório acadêmico que descobriu sua vocação. Em eleições para o DCE como a chapa da esquerda, chamada “Beleza Pura” (Homenagem a música de Caetano Veloso), Tas foi nomeado o assessor de imprensa e editor do jornal universitário “Cê viu?”, que misturava humor e jornalismo. Marcelo Tas venceu as eleições contra a chapa da direita, liderada por nada mais nada menos que Gilberto Kassab.

Depois de tentativas frustradas de criar uma produtora, Tas foi chamado pela TV Gazeta para elaborar pequenas reportagens. O também ator comentou não ter a menor noção do que era fazer uma reportagem e seu câmera, na época Fernando Meirelles, não sabia operar o equipamento, “Ele era realmente muito ruim, mas acho que hoje ele aprendeu”, brincou. Sobre a oportunidade de trabalhar como o repórter fictício Ernesto Varela, o jornalista comentou, O meu trabalho foi mostrado. A Gazeta foi o meu Youtube”.

Marcelo ainda explicou a importância do que se é colocado na rede. Segundo ele, as pessoas simplesmente não têm mais cautela sobre o que postar, “A publicação é algo que precisamos aprender a usar novamente”. E ainda explicitou a importância da conectividade e tempo real, “Antigamente a gente saía de tijolão com 2 horas de bateria. Isto era algo sensacional. Hoje não é mais assim, (...) não importa onde você esteja, sempre estará na mesma rede”.

A ideia de rede, segundo o jornalista, vem desde os primórdios, na época da Mesopotâmia, em que cada um tinha sua rede de contatos. A suposta “rede” é um emaranhado de conexões que cada um de nós faz durante a vida. Tas exemplificou que toda sua carreira pode ser vista na rede, mas tudo o que nós fazemos também já é visível. 

“É preciso prestar atenção. Se vocês acham que eu estou brincando, não estou! Isto é fato. Hoje em dia as pessoas já olham Twitter e Facebook para entrevistas de emprego”. Enquanto assustou alguns pelos dizeres, conseguiu manter os ânimos, “Tudo o que vocês fizeram na vida está na rede. E o melhor de tudo: não é a Rede Globo”, brincou.

Já na segunda parte do encontro, o jornalista comentou sobre o atual momento da televisão e a perda de espaço para a internet. “Por que não olhar como uma oportunidade em vez de um problema?”. Tas diz ser positivo e que a fase é não só uma transição tecnológica, mas também cultural, “É uma mudança que não tem volta. É uma mudança cultural que está acontecendo internamente em cada um de nós, (...) qualquer instituição que não entender essa mudança pode perder o diálogo com o cliente”.

Uma notícia boa para os fãs de CQC e de Marcelo Tas: ele valoriza - e muito - os comentários nas redes sociais. Depois da migração de dezenas de famosos para o meio virtual, o jornalista percebeu que era preciso sim manter o diálogo com o internauta. Marcelo mostrou durante a palestra vários comentários de seus seguidores no Twitter e fãs que o acompanham em seu blog pessoal e pelo Facebook.

Em especial, o apresentador do “Custe o que custar” trouxe o comentário de uma telespectadora de 12 anos pedindo encarecidamente para diminuírem os palavrões durante a transmissão. Caso o contrário, ela seria obrigada a nunca mais ver o programa. Marcelo levou o comentário pessoalmente aos colegas pedindo mais cautela durante o programa. A mudança de comportamento do CQC, segundo o próprio apresentador, está diretamente ligada aos internautas. Marcelo diz ser apaixonado por mudanças e que está feliz com a nova fase.

A hora do público com o “cabeça branca”

Foto: Rafaela Bernardino
O que marcou a palestra foi a presença de uma turma inteira de acadêmicos. A professora de Marketing de uma faculdade da região levou os alunos para participarem através das redes sociais. Em conversa com Marcelo, ao final da palestra, a professora se definiu como uma “orientadora” de informações.  O “cabeça branca” (apelido de Tas) a parabenizou pela atitude e afirmou que são pessoas assim, provocadoras, que o país necessita e ainda pediu uma salva de palmas a ela.

A pergunta que não podia faltar era sobre o polêmico Rafinha Bastos. Questionado se o antigo companheiro de bancada fazia falta no programa, Tas foi objetivo: “Mas é claro que faz, a começar pelo tamanho dele”, mas explicou que a decisão de sair do programa foi do próprio humorista, “O que muita gente não sabe é que foi o próprio Rafinha que decidiu sair do CQC. Foi uma escolha dele. Agora você tem que perguntar para ele se faz falta. Eu não poderia te responder isso”.

Na hora de separar o joio do trigo o que surpreende é a relação público-Marcelo e sua polivalência. Ele atinge pessoas das classes A, B, C e D. E não somente: As crianças o amam! Isto vem, é claro, de um passado voltado ao público infantil, com participações em programas infantis como Castelo Rá-Tim-Bum, em que interpretou o professor Tibúrcio (bons tempos aqueles). Hoje, Marcelo Tas além de apresentar o CQC participa do programa Conversa de Gente Grande na Bandeirantes e “Plantão do Tas” no Cartoon Network.

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