Rafael Medici
A política e o governo brasileiro, em geral, assim como tudo
e em todos os lugares, possuem os maus e os bem intencionados.
Em mais uma tentativa de fazer com que a igualdade e a
justiça reinem em nosso país, foi oferecida uma proposta ao Senado em que
incluiriam automaticamente, na malha fina da Receita Federal, todos os
políticos com mandato eletivo e membros do Judiciário, porém, como nesse país
essas classes algumas vezes se colocam um “degrau acima” do cidadão, com luxos
absurdos e etc, o empenho foi por água abaixo.
A rejeição ocorreu em 13 de agosto de 2013, pela Comissão de
Assuntos Econômicos do Senado, com 12 votos contrários à proposta, e três a
favor. O senador Cristovam Buarque, autor do texto, rechaça que a proposta
ajuda na celeridade da justiça em relação às investigações:
“Sempre que novo escândalo ganha as páginas dos jornais, a
pesquisa da evolução patrimonial dos suspeitos figura entre as primeiras
medidas cogitadas pelos órgãos encarregados de investigar os ilícitos. Entendo
que tal investigação deveria ser feita de praxe pela administração fiscal,
observados os limites de sua competência”.
O outro lado diz que o projeto quebraria o princípio
constitucional de garantia de sigilo. Pois bem, concordemos que os políticos
são cidadãos como todos, mas que também devem ter alguns privilégios
essenciais. Porém, se levarmos em conta que este governo foi um dos mais
recordistas, em relação às despesas pessoais, porque não valorizar mais a
igualdade do que o sigilo?
Essa diferença é que faz com que a má distribuição de tudo e
a desigualdade nesse país se tornem ainda maior. E essa desigualdade só
diminuirá quando um dia vermos um político no Brasil, como o prefeito de
Londres, Boris Johnson, ganhar vale-transporte ou ir ao trabalho de bicicleta,
pois essa interação social e econômica é que faz com que os interesses de todas
as partes se tornem os mesmos.
A malha fina da Receita Federal serve para todos e deve,
principalmente, funcionar com aqueles que tenham algo a esconder, pois isso não
é sigilo e muito menos igualdade!
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