quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Os Cabritinhos: Uma noite infantil em São José

Fernando Schweitzer 


Elenco de Os Sete Cabritinhos e o Lobo Mau
Estrear é viver. É um jogo mega intenso que artistas vivem e revivem a cada novo projeto. Na última quarta-feira, 19 de setembro, a Companhia Teatral Pantomima, dirigida por Alexandre Emerim, iniciou a nova temporada de apresentações do suspense infantil "Os Sete Cabritinhos e o Lobo Mau" de Jacob e Wilhelm Grimm. A adaptação da companhia para o clássico esteve no Teatro da Arena Multiuso de São José, às 20h.

Originalmente a história conta que um Lobo Mau pinta sua pata de branco. Ele retorna à casa dos cabritos e diz "deixem-me entrar, é a mãe de vocês". Os cabritinhos veem a pata branca e ouvem sua voz doce, então abrem a porta. O Lobo Mau engole os seis cabritos. O mais novo deles se esconde do lobo e não é comido. Quando a mãe cabra retorna da floresta, encontra a casa revirada e apenas o mais novo de seus filhos. Ela encontra o Lobo Mau na floresta, dormindo embaixo de uma árvore. 

Até essa parte o espetáculo, mesmo incluindo músicas e coreografias seguiu a risca a história clássica, com a introdução de um painel, com o desenho figurativo da cada personagem, que apagava quando o mesmo se afastava da casinha, o que provocou uma interação imediata dos infantes lá presentes. Ponto positivo dessa versão.

O final novo realmente foi um "quê" a mais. Na história original a mãe cabra pede a seu filho novato um par de tesouras, uma agulha e linha. Ela corta a barriga do Lobo Mau e os seis cabritinhos saem da barriga. Eles enchem a barriga do Lobo Mau com pedras e a mãe a costura. Quando o lobo acorda, ele fica com muita sede e vai ao rio beber água, mas cai no fundo por causa do peso das pedras. A família das cabras comemora e vive feliz para sempre. Aqui a coisa foi mais leve.

Arrependido o Lobo se tornou amigo dos cabritinhos. Como em todo musical terminaram todos felizes para sempre e dançando. O ponto vulnerável da montagem, talvez pela estreia e nervosismo dos atores, foi a excessiva participação do público. Ainda que previsível em infantis, a interação muitas vezes não existia, a a fim de se seguir o roteiro, causando um estardalhaço dos pequenos espectadores que não ouvidos, gritavam apontando o lobo.


Contudo houveram momentos de verdadeira magia do teatro. Duas crianças subiram ao palco para ajudar o caçador a capturar o Lobo... Mas quando o lobo aparecem correram do palco, ao melhor estilo de ruptura da quarta parede. 

O diretor também comentou sua iniciativa de fazer um teatro infantil no meia da semana e a noite como "uma forma de criar outras alternativas para os pais que trabalham, e uma nova opção que não o cinema durante a semana para crianças. Além disso, também é uma tentativa de aumentar a cultura teatral no estado, criando novos nichos e opções, como já é feito em outras partes do País".

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