segunda-feira, 16 de setembro de 2013

O pior lugar do mundo para ser gay

Fernando Schweitzer 

Cena do documentário "O pior lugar do mundo para ser gay",
de Scott Mills, filmado na Uganda.
Primeiramente refuto a ineficiente ferramenta de inserção de vídeos do Blogger e por isto, posto o link crú, o que acho anti estético. Devido a isso divulgo o link do documentário realizado pelo DJ britânico Scott Mills , para a rede BBC de Londres.

Parte do texto introdutório do documentário, narrado pelo senhor Mills fala para quem não sabe, que lá na longínqua Uganda a homossexualidade é ilegal. Espancar e torturar é uma das penas que algumas pessoas podem "receber" caso sejam homossexuais. Queimar vivo, também é uma das sugestões para um homossexual, pelo mero fato de gostar de outro ser de mesmo sexo...

Em meio a várias atrocidades, a perplexidade de Scott era evidente. Creio que ele deveria vir a América Latina, considerar, ou melhor comparar. Temos democracias mais maduras que a do país africano. O Uganda teve a independência da Grã-Bretanha em 9 de outubro de 1962. Fingiremos neste artigo que não houveram varias ditaduras cristãs e não de ambos lados do oceano que separa os continentes, outrora unidos...

Milhares de anos atrás o Homo-Sapiens e o Homo-Erectus conviverem com os Neandertais, uma espécie do xénero Homo (Homo neanderthalensis) que habitou a Europa e partes do oeste da Asia há 230.000 e aproximadamente 29.000 anos (Paleolítico Medio e Paleolítico Inferior, no Plistoceno).

Nessas épocas ter a vida ceifada por ser diferente já ocorria com os homos... Neandertais... Segundo algumas tese, os hominídios evoluíram tal qual os conhecemos no continente africano, e daí foram desbravando o mundo, enquanto os antecessores neandertais sucumbiam naturalmente por desafios climáticos. Mas existem teses que dizem que eles por resistirem a dominação escravagista dos Homo Erectus e Homo Sapiens foram por estes exterminados.

No início desse mês, no finíssimo bairro de Ipanema, no Rio, um morador de rua quase foi enterrado vivo, então pensemos. Será que estamos muito longe da Uganda no quesito intolerância? Não faz muito, no metro quadrado mais cara do continente, um jovem foi aferido com golpes na cabeça, por ser homossexual, em que o agressor flagrado por câmeras de segurança usava lâmpadas fluorescentes. Estas que se esfacelavam no rosto da vítima.

Seguindo o documentário londrino, vá a um bairro segregado de condições básicas de higiene, lá vivem seis pessoas que foram excomungadas e banidas pela própria família. Uma delas foi capa de um dos jornais que incitam a população deste país africano a denunciar amigos e parentes homossexuais. Ela, que por amigos e parentes foi apedrejada, teve de fugir de sua própria casa para salvar sua vida.

A típica piada das profissões pre-destinativamente, ou pre-destinadas ao grupo dos LGBTS, aqui ainda são um pouco mais amplas. Cabeleireiros, prostitutas, blé, blé, blé... Lá, por já ser crime a homossexualidade, nem isso. Bem, neste ponto se está melhor por cá. Ainda restam além da marginalidade 4 ou 5 profissões para os homossexuais.

Mas ainda há muitas mais similaridades entre Brasil e Uganda. Um alto percentual de cristãos no poder, por exemplo. Pastores evangélicos declarando abertamente que a homossexualidade é uma doença e que podem oferecer como opção a cura. E que como um vírus, o comportamento público da sexualidade não hétero pode influenciar outras pessoas que irão imitar essa abominação. Ou seja, ou pena de morte, ou tratamento psicológico, ou espiritual...

Em algo o Brasil difere, têm um índice inferior de analfabetos e superior de IDH. Será que isso fará a diferença por estes lados do Atlântico Sul? Esperemos os novos dados oficiais brasileiros sobre assassinatos por homofobia...


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