segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Ligue 136, caso não encontre um médico

Fernando Schweitzer

Números de emergência... Quais você sabe de cor? Sem precisar consultar a telefonista? Ligue 136 e descobrirás um novo velho número, ativado para a Ouvidoria Geral do SUS.

Com toda essa polêmica sobre o novo programa da pseudo esquerda no governo, o Mais Médicos, creio que devemos lembrar que os órgãos de fiscalização existem para isso.

Nada demais você denunciar irregularidades. Ligar uma vez por dia ao 190, ou quem sabe ao 102 é saudável. Não estou falando de trote... Digo daqueles pequenas ações positivas diárias, que em tese todos deveriam fazer.

Outro dia, esperando um ônibus, dois senhores estranhíssimos saíram de um carro e ao se aproximarem de um rapaz de toca com calça verde, do exército. Provavelmente o rapaz vinha de um período ou turno de seu serviço militar.


De tudo que poderia causar-me estranheza, o mais forte da cena foi a fragilidade com que as pessoas na parada de coletivos ficaram. O que fazer? Chamar a polícia? Como e de que maneira?

Nós, cidadães comuns, necessitamos um treinamento para dados momentos da nossa atualidade. E uma delas é como aprender a fiscalizar, denunciar e ainda assim não necessitar entrar no serviço de proteções a vítimas da polícia brasileira. Pois este não funciona muito bem.

Em tempos de corporativismo insano, médicos trazidos ao país por uma parceria com o braço da ONU no continente se tornaram inimigos mortais dos médicos mauricinhos brasileiros.

Estaríamos por sofrer uma invasão ideológica, dos comunistas do único país do continente com alfabetismo zero e taxas de mortalidades infantis inferiores aos norte-americanos? Os mais articulados do tal exército de cubanos (médicos disfarçados) para levar o comunismo aos rincões do Brasil, onde supostamente vivem cidadãos mais simplórios e, portanto, vulneráveis à pregação ideológica.

Hoje, o Brasil possui 1,8 médicos por mil habitantes. Esse índice é menor do que em outros países, como a Argentina (3,2), Uruguai (3,7), Portugal (3,9) e Espanha (4). Além da carência dos profissionais, o Brasil sofre com uma distribuição desigual de médicos nas regiões - 22 estados possuem número de médicos abaixo da média nacional.

No caso argentino, temos um país onde ao menos na sua capital a TV a cabo se popularizou nos anos 1980. Aqui em casa ainda não tenho. A internet me supre os conteúdos de nossa limitada TV a cabo, onde só há conteúdo norte-americano. Vivendo em Buenos Aires, sempre me diverti com TVs mexicanas, cubanos galegas, espanholas, francesas, japonesas, italianas, etc... em vários seguimentos como música e documentários. Aqui não... O que vende é boa imagem e conteúdos exclusivos repetidos by american life.

Quem sabe agora graças aos médicos estrangeiros no país o povo descubra que entre Brasil e EUA existem mais de 100 países no planeta. E que com essas centenas de culturas há algo a aprender. Mas, em verdade, uma cultura do império do norte é sadia. Ligar para emergências com maior frequência. Seja para denunciar o postinho de saúde ou hospital público sem médico, ou para denunciar crimes.

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