Leonardo Contin
Políticos só encontram e escutam a população em época de campanha? A Coluna da
Zona Eleitoral ficou sabendo que a deputada estadual Luciane Carminatti (PT)
subiria o Morro da Mariquinha na noite desta terça-feira, 9 de julho. O
encontro foi orquestrado por lideranças da comunidade, que há anos buscam o
poder público para pedir ajuda sobre suas demandas, mas raramente são ouvidos –
se o Morro da Mariquinha, uma das comunidades mais próximas da Assembleia
Legislativa é pouco ouvida, o que não se passa nos rincões mais distantes da
capital?
A deputada iniciou a conversa falando de uma das vitórias do dia: a bancada
feminina da Assembleia Legislativa, em reunião com o governador Raimundo
Colombo (PSD), conseguiu derrubar a obrigatoriedade da estatura mínima de 1,65m
para mulheres ingressarem via concurso público nos quadros da Polícia Militar em Santa Catarina. Não
custa lembrar que, de acordo com pesquisa divulgada pelo IBGE em 2010, a altura média da
mulher brasileira é de 1,61m, ou seja, rolava certo preconceito nessa
restrição.
Carminatti também relatou experiências vitoriosas de associativismo e de
cooperativismo em municípios do oeste do estado, provando que com a união, a
comunidade se fortalece e consegue transformar a realidade para melhor.
Moradores da região do Morro da Mariquinha relataram casos de violência contra a mulher, famílias com
problemas com o álcool, a falta da coleta regular de lixo e a carência de
espaços públicos de lazer e cultura para as crianças e adolescentes: “as
crianças não têm onde brincar, não têm área de lazer, quadras de esportes ou
uma biblioteca na comunidade”, dizia uma das moradoras.
Outro morador lembrava que já há um terreno destinado à
associação de moradores, onde poderia ser construída essa área de lazer, mas
faltam recursos e a aprovação do município para a obra. E citou outro problema
que deixa a comunidade com medo: “no alto do morro há pedras correndo risco de
rolar a cada chuva. As autoridades do município nada fazem para evitar uma
tragédia”.
A deputada orientou a comunidade com relação à Lei Maria da Penha – no que
tange aos casos de agressão – e sugeriu, ao final, que seja construído
coletivamente um plano de metas e objetivos, um documento simples em que
coloquem suas principais reivindicações e necessidades – convidando lideranças
do bairro, das igrejas, das escolas, formando um documento que consiga abranger
as necessidades mais urgentes dos moradores. E se comprometeu a ajudar nos
encaminhamentos junto à Prefeitura de Florianópolis assim que a proposta
estiver pronta.
Num momento em que a classe política sofre com ataques (na
grande maioria, justificáveis) do povo de todos os lados, dá certa esperança
saber que ainda há políticos dispostos a ouvir e a dialogar com a população
fora do período das campanhas eleitorais.
A Coluna da Zona promete também acompanhar as reivindicações do Morro da
Mariquinha nos próximos meses.
Um comentário:
Como é bom ver que essas atvidades, em prol da comunidade do Morro da Mariquinha, podem sim receber apoio dos meios de comunicação, como é o caso do jornal Estopim. Valeu Leonardo Contin.
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