Cristina Souza
Galera pode suspender as buscas, não morri. Nem
tampouco abandonei essas páginas que estão cada dia mais lindas. Também
não é greve de fome dessa vez, embora não me sobre muito tempo para comer
(comidas saudáveis). Tempo, exatamente por isso que andei tão sumida, mais precisamente
pela falta dele. O que acontece é que cada dia mais estou sendo jornalista,
jornalista de fato, ou seja: muito café e pouco tempo para não pensar em outra
coisa senão pautas.
Nesse tempo que fiquei longe daqui muitas coisas aconteceram:
manifestantes tomaram as ruas (eu inclusive, claro), a Dilma mostrou a cara na
televisão, o Brasil ganhou uma copa aí, os Estados Unidos estão nos stalkeando.
Exatamente agora li que a Dilma vetou o ato médico e eu cortei o cabelo. Mas
não quero falar com profundidade sobre nenhum desses assuntos (embora
devesse), como estou muito jornalista no momento, quero falar sobre as
maravilhas e loucuras dessa profissão.
Loucura, sim. Porque todo jornalista é louco. Não há outra
explicação: não dormimos direito, estamos nos expondo todo momento por causa de
uma pauta, vivemos de café, mesmo quando não estamos trabalhando a gente
trabalha, não precisamos de diploma e ganhamos pouco, muito pouco. Tem gente
que acha que trabalho de jornalista é fácil, acha que é só sentar numa bancada
e apresentar um jornal. Para vocês, mal informados, um recado: é muito, muito
maior que isso.
Dizem que ganhamos pouco porque nossa profissão é fácil, não
tem muita importância. Mas ninguém pensa nisso quando lê as noticias fresquinhas
no jornal, não é mesmo? Aliás, a maioria das pessoas acredita em tudo que lê
nos jornais, então, nós fazemos a sua cabeça, moldamos sua opinião e você nem
sabe. E aí, não somos importantes? Não se deve investir na profissão?
Penso o que aconteceria se houvesse uma greve de
jornalistas. Ou então se a gente organizasse um movimento só nosso, com
cartazes do tipo: O jornalista Acordou! Não Derrube Minha Pauta!
Por Fontes Que Respondam Logo! Colunista, Publique Minha Nota! Mãe, Não Quero
Trabalhar Na Globo! Sou Jornalista, Não Um Dicionário! E por aí vai.
Brincadeiras à parte, devo dizer que mais do que louco,
jornalistas são apaixonados. Porque não há outra palavra para explicar a nossa
profissão, senão o amor. É lindo de conversar com um jornalista e perceber todo
o sentimento com que ele fala sobre o que faz. E é justamente aí que moram as
maravilhas da profissão: no amor que temos em conhecer novas histórias, novos
lugares, de noticias as mudanças do mundo com nossos olhos, de poetizar releases
chatos.
Jornalistas são loucos. Por isso, ame-os.
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