sexta-feira, 12 de julho de 2013

O 11 de julho em Florianópolis

Leonardo Contin


As centrais sindicais convocaram para todo o Brasil um dia de paralisações e protestos neste 11 de julho. Houve registros de adesões em maior ou menor proporção nos quatro cantos do país. Em Florianópolis, a concentração para a manifestação aconteceu na Praça Tancredo Neves, em frente à Assembleia Legislativa. No início da tarde, a adesão no local era pequena, dando a impressão de que o movimento não teria força ou número de manifestantes suficiente para fazer barulho.

Com o passar do tempo, as pessoas foram aparecendo. Do Movimento dos Sem Terra (MST) aos trabalhadores da educação, saúde, segurança pública, judiciário, FATMA, COMCAP, CELESC, IBGE, entre outros inúmeros servidores municipais, estaduais e federais. Quando a passeata saiu da Praça Tancredo Neves já era grande o número de manifestantes que vaiavam os deputados estaduais que votam contra os direitos dos trabalhadores.


Vaias também surgiram contra vantagens e benefícios de juízes e desembargadores, enquanto a passeata passava pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Na Avenida Hercílio Luz, Rua João Pinto, Praça XV de Novembro novas vaias e gritos indignados ao Prefeito César Souza Junior (PSD), em frente ao prédio da Prefeitura, na Rua Tenente Silveira. Esse foi o auge da passeata, momento em que o Movimento Passe Livre se integrou ao grupo. A polícia militar contabilizava 2.500 manifestantes, mas populares falavam em pelo menos 5.000.

As bandeiras de partidos políticos e movimentos populares não foram barradas, ao contrário dos últimos protestos na cidade. Militantes do PT, PCdoB, PSOL, PSTU e PCB se juntaram àqueles que bradavam pelo desenvolvimento sustentável, por direitos das mulheres, dos LGBT, além de causas defendidas pela UNE, UCE, CUT, CTB e outros movimentos sindicais.


Nos cartazes via-se pedidos pelo fim do fator previdenciário, reforma agrária e urbana, fim dos leilões do petróleo, redução da jornada de trabalho para 40h semanais (sem diminuição de salários), transporte público de qualidade, além da valorização dos funcionários públicos municipais, estaduais e federais.

O movimento ainda passou pelas ruas Esteves Junior, Presidente Coutinho, Osmar Cunha e Álvaro de Carvalho, até chegar ao Terminal de Integração do Centro – Ticen. Ali os estudantes lideraram uma tentativa de catracaço – tolerada por policiais até determinado momento e reprimida com violência depois de alguns minutos.

Ao contrário das primeiras manifestações, em junho, em que cada um atirava para um lado e pedia o que bem entendia (da legalização da maconha a berros inflamados contrários à corrupção, Feliciano e Sarney), a manifestação de 11 de julho teve uma voz mais uníssona, as reivindicações eram mais próximas, em um mesmo direcionamento.

Que o leitor não compreenda isso como crítica ou elogio a uma ou a outra, mas entenda, sim, que foram manifestações com focos distintos. 11 de julho em Florianópolis não teve o mesmo caráter de festa ou carnaval, com bebidas e maconha em excesso, que os protestos de junho.

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