Com o passar do tempo, as pessoas foram aparecendo. Do Movimento dos Sem Terra (MST)
aos trabalhadores da educação, saúde, segurança pública, judiciário, FATMA,
COMCAP, CELESC, IBGE, entre outros inúmeros servidores municipais, estaduais e
federais. Quando a passeata saiu da Praça Tancredo Neves já era grande o número
de manifestantes que vaiavam os deputados estaduais que votam contra os
direitos dos trabalhadores.
Vaias também surgiram contra vantagens e benefícios de
juízes e desembargadores, enquanto a passeata passava pelo Tribunal de Justiça
de Santa Catarina. Na Avenida Hercílio Luz, Rua João Pinto, Praça XV de
Novembro novas vaias e gritos indignados ao Prefeito César Souza Junior (PSD),
em frente ao prédio da Prefeitura, na Rua Tenente Silveira. Esse foi o auge da
passeata, momento em que o Movimento Passe Livre se integrou ao grupo. A
polícia militar contabilizava 2.500 manifestantes, mas populares falavam em pelo
menos 5.000.
As bandeiras de partidos políticos e movimentos populares
não foram barradas, ao contrário dos últimos protestos na cidade. Militantes do
PT, PCdoB, PSOL, PSTU e PCB se juntaram àqueles que bradavam pelo
desenvolvimento sustentável, por direitos das mulheres, dos LGBT, além de
causas defendidas pela UNE, UCE, CUT, CTB e outros movimentos sindicais.
Nos cartazes via-se pedidos pelo fim do fator
previdenciário, reforma agrária e urbana, fim dos leilões do petróleo, redução
da jornada de trabalho para 40h semanais (sem diminuição de salários), transporte
público de qualidade, além da valorização dos funcionários públicos municipais,
estaduais e federais.
O movimento ainda passou pelas ruas Esteves Junior,
Presidente Coutinho, Osmar Cunha e Álvaro de Carvalho, até chegar ao Terminal
de Integração do Centro – Ticen. Ali os estudantes lideraram uma tentativa de
catracaço – tolerada por policiais até determinado momento e reprimida com
violência depois de alguns minutos.
Ao contrário das primeiras manifestações, em junho, em que cada um atirava para
um lado e pedia o que bem entendia (da legalização da maconha a berros
inflamados contrários à corrupção, Feliciano e Sarney), a manifestação de 11 de
julho teve uma voz mais uníssona, as reivindicações eram mais próximas, em um
mesmo direcionamento.
Que o leitor não compreenda isso como crítica ou elogio a
uma ou a outra, mas entenda, sim, que foram manifestações com focos distintos. 11
de julho em Florianópolis não teve o mesmo caráter de festa ou carnaval, com
bebidas e maconha em excesso, que os protestos de junho.
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