sábado, 8 de junho de 2013

Pioneirismo em Viola Caipira

Rafaela Bernanrdino

Grupo pioneiro em Florianópolis, Violas da Ilha, traz o som do campo para o meio urbano


Na última quinta-feira o grupo "Violas da Ilha" tocou na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) com a famosa, mas rara em Florianópolis, viola caipira. Pioneiros na ideia de unir o gênero viola do campo em vários estilos musicais diferentes, o grupo tocou para o Projeto Misturada da universidade. A ideia do projeto, coordenado pelo professor, João Eduardo Titon, é dar a possibilidade de interação dos músicos da instituição com a comunidade gratuitamente. 

Domingos de Salvi, diretor de arte e integrante do grupo, é um paulista que veio à procura de desafios na ilha da magia, e conversou comigo, junto do mais novo manezinho integrante da orquestra, Victor Ribeiro, sobre o que seria o instrumento viola caipira. Durante o papo, o paulista confessou o interesse pela viola surgir através de um engano de sua mãe. Na verdade, ao imaginar o presente ser um violão, a mãe de Domingos lhe deu uma viola caipira. A partir daí, o jovem garoto sentiu dificuldades de encontrar aulas e aprendeu praticamente sozinho a manusear o instrumento. Hoje, dá aulas de como saber tocar a viola. Veja trecho em que Domingos explica o que é a viola caipira e como ela funciona:

"A viola caipira é uma porta-voz do homem rural, do homem do campo no Brasil. Principalmente da região centro-oeste e sudeste. A viola se diferencia do violão pela sua formação. Por exemplo: a viola tem dez cordas e essas cordas são divididas em pares. Ou seja, cada corda que a gente apertaria, na verdade são duas. E são cordas de aços. Outro detalhe é a afinação, a viola tem uma afinação que a gente chama de aberta. Quando você toca as cordas soltas já soa um acorde, diferente do violão que você precisa digitar as cordas no braço para ela formar o acorde." 

Domingos durante a conversa ainda explicou a viola estar em um momento bonito. Aos poucos, o interesse das pessoas começou a aumentar sobre o instrumento e cada vez mais é possível notar possibilidades de aprendizado não vistas por ele no início. 

Composta por 8 integrantes, Joana Nery, Leandro Pellizzoni, Lucas Molessani, Marcelo Rodrigues, Ricardo Salum, Sara Melo, Vitor Ribeiro e Domingos de Salvi, a orquestra de violas dá um verdadeiro show com arranjos de músicas instrumentais. Vitor Ribeiro, manezinho que aprendeu a tocar viola graças a suas raízes mineiras, garante a importância dos movimentos, como a criação do grupo, para a cultura caipira: 

"É bem importante esse trabalho de diálogo das manifestações musicais urbanas com as manifestações do campo. As manifestações do campo estão em risco de se perder. Então quando há esse diálogo, as manifestações recebem um sopro a mais."

Quem estiver interesse em conversar com os integrantes da "Violas da Ilha" e saber todas as novidades e shows que eles vão fazer, é só dar uma olhada na página deles no Facebook

Fotos: Divulgação

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