segunda-feira, 24 de junho de 2013

Na Capital do estopim

Leonardo Contin 

Corrupção, PEC 37, Copa, pistas de skate e ciclovias

Imagem: Leonardo Contin 
A Avenida Paulista foi palco de novas manifestações neste final de semana. No sábado, 22 de junho, à tarde, uma multidão (pelo menos 40.000 pessoas) capitaneada por promotores e funcionários do Ministério Público se voltava contra a proposta da PEC 37, que tramita em Brasília e pretende limitar o poder de investigação do MP. O ponto de encontro foi o Museu de Artes de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), às 15h. O protesto seguiu até às 21h, após percorrer a Avenida Paulista, Rua da Consolação e terminar no prédio do Ministério Público do Estado de São Paulo, na Rua Riachuelo, centro da capital, sem qualquer registro de violência por parte de manifestantes ou policiais. Assim como em Florianópolis, motoristas nos carros buzinavam em apoio e moradores da região acendiam e apagavam as luzes das casas e apartamentos em claro sinal de concordância com o ato. O fim da corrupção e a Copa do Mundo também foram temas de diversas faixas e cartazes.

No domingo pela manhã, pelo menos 1.000 skatistas tomaram conta das pistas e calçadas da Avenida Paulista para reivindicar um maior número de pistas de skate na cidade. Quase no mesmo horário, um pequeno grupo de ciclistas também pedia mais ciclovias em São Paulo.

Copa do Mundo?
Passado o calor dos protestos contra a PEC 37 no sábado, ainda com a Avenida Paulista fechada para automóveis, um grande número de populares permaneceu nas pistas tomando cerveja, fumando, cantando, namorando e se divertindo. Clima de final de Copa do Mundo, já que a maioria deles vestia verde e amarelo e portava a bandeira do Brasil nas mãos. Em Florianópolis e em outras capitais também foi assim: muitos participam das manifestações sem um objetivo específico, mas apenas para descontrair, paquerar ou fazer festa.  


Taxistas com medo
Os protestos na cidade de São Paulo são localizados (especialmente nas Avenidas Paulista, 23 de maio e no centro da cidade). No sábado à tarde, por exemplo, quem estava a quatro ou cinco quadras da Paulista, na região dos Jardins, não via ou ouvia qualquer movimentação atípica. O clima era da mais absoluta normalidade. Uma das únicas dificuldades era conseguir táxi: muitos taxistas, com medo de ter de passar nas proximidades dos protestos e ter o veículo atingido, evitavam acessar determinadas ruas. Há registros de quem tenha aguardado até duas horas para ser atendido por um táxi.

Emissoras com medo
Muitas emissoras de televisão, com medo de ataques contra jornalistas conhecidos, enviou repórteres iniciantes (ainda desconhecidos do grande público) para cobrir as manifestações. O cubo com o símbolo das emissoras no microfone também deixou de ser usado, para não identificar a qual veículo pertence o jornalista.

Tapumes e grades
Muitas agências bancárias, prédios públicos e até mesmo a sede da Prefeitura de São Paulo tiveram as janelas e portas de vidro completamente revestidas com tapumes de madeira ou grades de ferro para evitar que mais danos ao patrimônio ocorram. O policiamento também é grande em regiões próximas a estes imóveis.


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