Leonardo Contin
Corrupção, PEC 37, Copa, pistas de skate e ciclovias
Imagem: Leonardo Contin |
A Avenida Paulista foi palco de novas manifestações neste
final de semana. No sábado, 22 de junho, à tarde, uma multidão (pelo menos
40.000 pessoas) capitaneada por promotores e funcionários do Ministério Público
se voltava contra a proposta da PEC 37, que tramita em Brasília e pretende
limitar o poder de investigação do MP. O ponto de encontro foi o Museu de Artes
de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), às 15h. O protesto seguiu até às 21h,
após percorrer a Avenida Paulista, Rua da Consolação e terminar no prédio do
Ministério Público do Estado de São Paulo, na Rua Riachuelo, centro da capital,
sem qualquer registro de violência por parte de manifestantes ou policiais.
Assim como em Florianópolis, motoristas nos carros buzinavam em apoio e
moradores da região acendiam e apagavam as luzes das casas e apartamentos em
claro sinal de concordância com o ato. O fim da corrupção e a Copa do Mundo
também foram temas de diversas faixas e cartazes.
No domingo pela manhã, pelo menos 1.000 skatistas tomaram
conta das pistas e calçadas da Avenida Paulista para reivindicar um maior
número de pistas de skate na cidade. Quase no mesmo horário, um pequeno grupo
de ciclistas também pedia mais ciclovias em São Paulo.
Copa do Mundo?
Passado o calor dos protestos contra a PEC 37 no sábado,
ainda com a Avenida Paulista fechada para automóveis, um grande número de
populares permaneceu nas pistas tomando cerveja, fumando, cantando, namorando e
se divertindo. Clima de final de Copa do Mundo, já que a maioria deles vestia
verde e amarelo e portava a bandeira do Brasil nas mãos. Em Florianópolis e em
outras capitais também foi assim: muitos participam das manifestações sem um
objetivo específico, mas apenas para descontrair, paquerar ou fazer festa.
Taxistas com medo
Os protestos na cidade de São Paulo são localizados
(especialmente nas Avenidas Paulista, 23 de maio e no centro da cidade). No
sábado à tarde, por exemplo, quem estava a quatro ou cinco quadras da Paulista,
na região dos Jardins, não via ou ouvia qualquer movimentação atípica. O clima
era da mais absoluta normalidade. Uma das únicas dificuldades era conseguir
táxi: muitos taxistas, com medo de ter de passar nas proximidades dos protestos
e ter o veículo atingido, evitavam acessar determinadas ruas. Há registros de
quem tenha aguardado até duas horas para ser atendido por um táxi.
Emissoras com medo
Muitas emissoras de televisão, com medo de ataques contra
jornalistas conhecidos, enviou repórteres iniciantes (ainda desconhecidos do
grande público) para cobrir as manifestações. O cubo com o símbolo das
emissoras no microfone também deixou de ser usado, para não identificar a qual
veículo pertence o jornalista.
Tapumes e grades
Muitas agências bancárias, prédios públicos e até mesmo a
sede da Prefeitura de São Paulo tiveram as janelas e portas de vidro
completamente revestidas com tapumes de madeira ou grades de ferro para evitar
que mais danos ao patrimônio ocorram. O policiamento também é grande em regiões
próximas a estes imóveis.
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