terça-feira, 14 de maio de 2013

Rebeldes sem foco na causa

Camila Albuquerque

Há tempos que ouço falar na faculdade sobre os problemas do mundo, os questionamentos a favor de mudanças, exigências, brigas, revoluções. Esse tal "sistema" anda todo errado, ao que me é repassado, discutem sobre juros, bancos, fome, educação, pobreza, desigualdade e má vontade. Há tempos ouço esse discurso no último volume e há mais tempo ainda ouço um vazio quando pergunto o que foi feito.

Isso tudo me lembra um pouco aquela história dos rebeldes sem causa, sabe? Não que esses problemas não sejam verídicos ou importantes, eles são. Eu continuo acreditando e concordando que questionar sempre será a melhor maneira de se obter mudanças e melhorias em qualquer aspecto desse "sistema". Mas o fato aqui é a maneira com que revolucionam que, ao meu ver, está errada. Alguns desses ditos revolucionários perderam um pouco - ou todo, o foco no real problema.

Quando se pega uma universidade como base, por exemplo, o caso é antigo. Desde a época em que meu pai cursava por lá era comum essa confusão entre revolucionar e vandalizar. Talvez seja falta de conhecimento sobre esses dois significados, por parte dos estudantes, ou só a falta de um belo e atualizado dicionário mesmo. O fato é que infringir leis e destruir patrimônios públicos não faz de ninguém um herói e muito menos os mantém com a razão. Eu particularmente sinto preguiça desse tipo de estudante, acho exaustivo um discurso tão lindo ser destruído por uma pichação maldosa e cadeiras quebradas. 


E infelizmente são desses mesmos estudantes que não partem as mudanças. O mundo funciona com a lógica de que cada indivíduo é responsável pelas suas atitudes e se cada um fizesse a sua parte as coisas se encaminhariam naturalmente, ou pelo menos deveria funcionar assim. Você já experimentou levantar a bunda da cadeira e ajudar alguém, em vez de passar o dia falando sobre aqueles que não o fazem? Já pensou em procurar instituições que precisam de ajuda em vez de falar que aquele cara se vendeu ao capitalismo por ter um celular do ano? Já pensou em fazer realmente alguma coisa em vez de declarar guerra aos "vendidos pro sistema"? É muita falação e zero de humanização.

A questão é que sim, precisamos de mudanças. Precisamos de pessoas que tomem a frente decisões importantes, lutem pelos nossos direitos, criem debates entre oposições, se aprofundem em áreas específicas e nos ajudem a enxergar o que está errado e o que pode ser feito. Mas o mundo não precisa de mais berros, guerras e descontrole. Precisamos de atitudes, bondades e leis. E sim, precisamos respeitar essas leis! Afinal, de que adianta recriminar o tráfico e ser contra apenas as drogas que não lhe convém?

2 comentários:

Ana Ribeiro disse...

Hipocrisia.. a UFSC é cheia

Mario disse...

É hipocrisia e fanatismo de alguns pseudo-intelectual, aliás esse termo roubei dos antigos "revolucionários da UFSC" nos tempos do PT, PCB...etc e tal que já faz 30 anos e continuam os mesmos discursos e os caras que lá atras brigavam, discutiam hj estão no poder fazendo as mesmas coisas de dantes....é a vida se repete..e o mundo da volta .. ficam os mesmo discursos vazios e matação de aulas, reprovações e futuros desperdiçados por não entenderem nada e com foco desfocados.

Mario.