Oito e meia da manhã, eu cheguei e já estava naquela correria. Job atrasado, o cliente não parava de ligar e a agência inteira me chamando. Ok, vamos lá.
- O cliente quer uma logo que demonstre o cuidado da empresa com o meio-ambiente. Também quer demonstrar compaixão, mostrar que é uma empresa família, sabe? Também tem que mostrar o produto. Não pode ser muito sério, mas também não pode ser engraçadinho porque o público é dos 15 aos 48 anos. E procura não usar amarelo, porque da última vez que eles usaram amarelo foi um desastre.
O atendimento ia falando e eu só anotando. Briefing repassado, fui para a sala com o Diretor de Criação para as ideias fluírem. Comecei.
-E se fizéssemos os donos segurando o produto em uma mão e uma muda de planta na outra?
-Não, os jovens achariam muito cafona. Próximo.
-Qual o problema dos jovens de hoje??
-Próximo....
-Tá, já sei. Pega o produto, bota no meio de umas crianças (boneco palito mesmo) e faz em verde.
-Muito infantil, próximo.
-Uma folha e o produto dentro.
-Muito simples, próximo.
Eu já estava me irritando.
-Cadê meu cigarro?
-Você não fuma.
-Então me dá um chiclete.
Ok, Agora eu tentava organizar minhas ideias com sabor de melancia. Pensei em umas quinhentas coisas e o outro só sabia me censurar. Já era quase oito da noite e eu querendo ir pra casa ver o teste de fidelidade do João Cleber. Qualquer coisa, menos esse job.
-Já sei então. Pega uma árvore, coloca o produto em cima dela e dentro de um coração.
Na outra semana, estava tudo pronto e veiculado, e só sei que ficou assim:
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