Você, que assim como eu, já se apaixonou, diz aí se não é verdade? Quantas vezes nos fazemos de desentendidos para certas coisas tão óbvias? E quando não enxergamos, ou melhor, nos fazemos de cegos, para aquela verdade que está bem a nossa frente? Ah sim, eu já fingi que acreditei em muitas coisas. Já deixei de fazer tantas outras também. Já ceguei para o que estava explícito, não ouvi o que me gritavam aos berros e calei quando deveria falar. Aceitei o que jamais achei que aceitaria, quis até mudar meu jeito, veja só. Tudo isso por amor. Amor a quem?
Aceitar algumas coisas é normal. Afinal, são dois seres
diferentes que estão em uma relação. E me fingir de burro, para você
sobressair, como diria os versos de Cazuza, de vez em quando tudo bem. Mas até
que ponto, podemos insistir nessa “burrice” que provém do amor? Amor, acredito
eu, é aceitação. É amar o outro justamente por aquilo que ele tem de bom e aceitar
também os seus defeitos. Tem que ser o pacote completo.
O que vejo cada vez mais por aí é gente se anulando. Gente deixando de ser o que é por causa do outro. Tudo bem querer se tornar uma pessoa melhor, porque todos temos inúmeras manias e defeitos para corrigir. Mas, faça isso por você. Para você ser uma pessoa melhor e não porque o fulano quer que você seja isso ou aquilo, senão ele te deixa.
Afinal, é muito fácil que a pessoa esteja ao nosso lado somente quando as coisas boas acontecem não é? Ter apenas os sorrisos, os dias de bom humor é molezinha. Quero ver é quem aguenta a gente nos outros dias. Quero ver quem fica do lado do outro quando passa a fase de conquista, a fase em que é amor e beijo para todo canto. Ninguém é feito só de qualidade e calmaria. E se você não aguentar a pior fase da pessoa, acha mesmo que merece ficar do lado dela na melhor?
Então, não sejam burros. Não deixem o amor emburrecer. Amor
é lindo e coisa e tal, mas precisa ser transparente. Não tem nada a ver com um
completar o outro ou deixar de ser isso ou ser aquilo por causa do outro. É
andar junto, lado a lado. É compartilhar as coisas, é entender, é calar quando
se tem que calar, mas ouvir quando é preciso. É ser você. E uma coisa eu digo:
se você quer ficar mudando toda hora com medo de perder o seu amor, sinto
muito, pois o que de mais valioso você está perdendo, é o seu amor próprio.
Foto: Thaís Teixeira
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