sexta-feira, 1 de março de 2013

Harlem Shake, é difícil de explicar e fácil de dançar

Dança originalmente etíope eclodiu na internet e vem conquistando o mundo inteiro por sua bizarrice

Uma dança no mínimo curiosa, The Shake Harlem, tornou-se febre na internet no último mês, devido à sua batida eletrônica com uma mulher falando em espanhol “Con los terrorista” e uma voz grave anunciando “Then do the Harlem Shake”. A música foi lançada há quase nove meses pelo artista Baauer, que usou como sample a canção “Miller Time” do grupo norte-americano de hip hop Plastic Little, e se manteve na obscuridade todo esse tempo, caindo agora no gosto dos internautas de plantão. Assim desencadeando um fenômeno mundial com pessoas fantasiadas ou mascaradas dançando bizarramente.


O vídeo original da dança apareceu no canal do vlogger Filthy Frank, que afirma não ter qualquer contato com Baauer e em pouco menos de duas semanas chegou a quase 14 milhões de acessos. Suas origens são esparsas e quase desconhecidas o que dá ao mais novo meme das redes sociais um ar genuíno.

O vídeo de aproximadamente 30 segundos foi a chama que acendeu a pólvora para que a dança explodisse em milhares de paródias feitas por muitas pessoas em diversos lugares do mundo. Invadiu faculdades, escritórios, ruas e até redações de empresas de comunicação.
A dança em si é definida pelo Urban Dictionary como um passo de dança que usa a parte superior do corpo excêntrico e envolve agitação da parte superior do tronco e ombros. Segundo a página do jornal ABC News, essa dança surgiu no bairro Harlem, em Nova York, durante os anos 1980. Este bairro é um dos centros africanos mais conhecidos dos EUA. Apesar de sua origem, “Harlem Shake” não pode ser confundido com o estilo de dança do hip hop. A coreografia tem seu berço em uma dança etíope chamada Eskita.
De grupos anônimos até mesmo grandes corporações como Facebook e Google, o Harlem Shake, é definitivamente a nova moda da internet. Figuras públicas como o atleta jamaicano Usain Bolt que aderiu à moda e gravou um vídeo com os amigos dançando o hit do momento durante sua passagem em Houston na semana passada . O piloto de carro, Jimmie Johnson, também entrou na brincadeira e dançou a música na sua última vitória em Daytona no domingo passado Jon Jones e seus companheiros da academia Jackson's MMA também entraram na dança, Jones aparece no vídeo dançando sozinho no meio do octógono quando de repente aparacem várias pessoas dançando. 
Não há limites para o fenômeno da internet, até nos ares a dancinha bizarra da atualidade foi dançada. Uma equipe de paraquedismo protagonizou o vídeo em queda livre e mesmo de cabeça para baixo os movimentos foram engraçados. 
A música é tão irreverente que, em dois países do mundo árabe, jovens sofreram represálias com a famosa dança. Na Tunísia, estudantes da escola Menzah 6, que divulgaram a versão do vídeo disfarçados com barbas falsas e burcas, em referência aos grupos salafistas radicais, arriscam-se a ser castigados por ordem no ministro da Educação, Abdellatif Abid, que considerou o comportamento dos alunos imoral.  No Cairo, quatro jovens foram presos, depois de filmarem a si mesmos com roupas íntimas durante um Harlem Shake devido à rígida legislação do Egito.
Nem a terra dos tupiniquins escapou dessa, uma versão de Brasília para o viral Harlem Shake foi ao ar no youtube no domingo passado. Aproximadamente 400 pessoas participaram da gravação do vídeo no gramado do Congresso Nacional. 
Então por quê uma dança etíope, que foi sucesso nos anos 1980 e inspirou um grupo de rap em 2011 cuja a música virou sample de outro artista nova-iorquino, atualmente estourou na internet e rapidamente se espalhou pelo mundo? Batida, coreografia, bizarrice? Não se sabe, mas o jeito é entrar na dança. Como Lulu Santos dizia “Dance bem, dance mal, dance até sem saber dançar.”


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