Embalos de sexta à noite

Maria Eduarda Silveira

Nota ao leitor

Estou há dias pensando no que falar exatamente. Baita desafio esse, hein? Sou sim estudante de jornalismo, assim como a maioria dos que aqui escrevem, mas, diferente deles – e essa é só a primeira diferença – eu não tenho o hábito de colocar no papel tudo o que vem à cabeça. Então, começa aqui a minha árdua tarefa de tentar expor minha visão da vida, e acho que a maneira mais fácil de fazer isso é jogando as “palavras ao vento”.

Embalos de sexta à noite

Reconforto-me no sofá e com o notebook em mãos acesso, no youtube, o DVD da Maria Gadú. Logo estou de volta à última sexta-feira, 22 de março. Nesse dia, por volta da meia noite, chegava ao Garden Music Park, acompanhada de um casal de amigos, para curtir o finalzinho do show da cantora catarinense Renata Swoboda. Excelente artista, diga-se de passagem. Mas, ali, eu tinha outro desejo: ver, pela primeira vez, a dona de uma das vozes que mais admiro.

À meia noite e quarenta e cinco minutos, subiu no palco a compositora de Shimbalaiê, com seu novo corte de cabelo, sua baixa estatura e todo o incrível talento que possui. O público, o mais alternativo e diversificado possível, teve a mesma reação que eu: sorrisos espontâneos e gritinhos agudos ecoaram pelo pátio do local.

Para abrir o projeto Versos e Vozes, Maria Gadú e seu competente time, escolheram Zóio de Lula em homenagem ao cantor Chorão, que morreu recentemente. Em segundos, a plateia cantava junto os trechos “deixe viver, deixe ficar, deixe estar como está”. O uníssono mostrava-me uma prévia do que ainda estava por vir, arrepiando os meus braços e fazendo aparecer borboletas no meu estômago.

O show superou as expectativas. Gadú cantou sucessos antigos e novos, animando a todos, mesmo nas músicas lentas e nem tão conhecidas. Com sua voz suave, embalou o romance dos casais, hipnotizou os solteiros e deixou gravada na alma de todos a mesma emoção e alegria que coloca em suas músicas. Além disso, deixou um gostinho de quero mais.

Foto: retirada, sem dó nem piedade, da página do Garden Music Park no Facebook