sábado, 30 de março de 2013

A efêmera arte na poeira

Rafaela Bernardino

Já pensou em usar a poeira de um carro para criar uma imagem?
Imagine transformar a poeira de uma janela em obra de arte. Pois é isso que o artista e fotógrafo Robert Burden faz da vida. Em vez de usar o tradicional papel e o lápis, o artista conseguiu criar um jeito inusitado para desenhar: a efêmera arte com poeira. Com seus 41 anos e um curso de Comunicação Visual Fotográfica, Robert, logo que saiu da universidade, percebeu que precisava de dinheiro para pagar os empréstimos estudantis.
Sem experiência, conseguiu emprego em um mini laboratório fotográfico, onde permaneceu por quatro anos. Sem perspectivas e fornecendo serviços no quintal de casa para testar seus desenhos no papel, Robert passou a checar suas qualidades artísticas nas sujeiras das vans e caminhões da sua rua. Foi a partir de então que surgiu essa modalidade no seu repertório artístico: criar imagens a partir da poeira.


Por interesse no assunto, descobri que não é só o americano Robert que faz este tipo de arte: Scott Wade é outro adepto da modalidade, mas prefere carros, enquanto Robert Burden prefere camionetes. Já no Afeganistão, o artista Mohammed Akram plica outro método. Em vez de criar espaços limpos nos vidros como traço para seu desenho, ele preferiu fazer a própria poeira e usá-la com tinta.
Para isto, ele mói vários ingredientes que formam a massa que será usada como tinta. Como as obras são efêmeras e com pouquíssimo tempo de duração, o documento fotográfico passa a ser sua segunda forma de expressão artística. Que loucura, não?
E parece que não é só nos Estados Unidos e no Afeganistão que a arte é usada, aqui na cidade eu mesma encontrei um protótipo de “arte na poeira”. A foto abaixo mostra um rosto desenhado na parte lateral de um caminhão. Viva a arte, até que a chuva nos separe!

 Foto 1: de alguém, em algum lugar do mundo e também na internet 
 Foto 2: Rafaela Bernardino

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