Dia desses eu
precisava usar o celular e minha operadora estava colaborando
maravilhosamente. Minha única alternativa era mesmo usar um
famigerado orelhão, ou o vulgarmente chamado de telefone público. Foi
naquele momento que me dei conta: os coitados foram praticamente
abandonados. Uma ninhada sem rumo. Quem hoje usa um troço desses?
Se formos imaginar a
quantidade de tecnologias que surgiram nos últimos dez anos, o
coitado do orelhão ficou, e muito, para trás. Lembro ainda quando
tinha dez anos e a única forma de se falar quando se saía de casa
era usando o orelhão. Celular? Tijolão? Só depois de uns anos. As
bancas vendiam os cartões com saldos para você fazer uma ligação.
E era só uma mesmo: uma discada e lá se foi seu dinheiro. Fora o
design do cartão: cheio de desenhos, coloridos. E será que isso
ainda é vendido?
Convenhamos: quem tem um
Galaxy não precisa de um orelhão, né? Mas é aí que está o
engano. Digam-me um telefone público sem sinal? Com problemas na
operadora, fora de área? Não existe! O forte orelhão, com o seu
"ão" bem robusto, ganha disparado desses telefones
"meia-boca". Claro, tirando todas as vantagens que um
celular possuí e que o popular não tem. Mas e aí que eu pergunto:
quem se importa?
A principal função de um
telefone celular é ligar, oras. Quando você vai ao orelhão quer
ligar, porque é justamente a única e verdadeira função do seu
celular e que não regula muito bem. Quem imagina que as vantagens de
se usar um orelhão hoje em dia é pouca, não é não. Quem não
gostaria de ouvir a voz sedutora e repetitiva da moça: "Diga
seu nome e a cidade de onde está falando". E eu ainda recordo
de dizer isso quando era criança. Bons tempos.
Tudo bem, chega de defesas à
ninhada perdida. A verdade é que só precisando com urgência usar
um telefone público que percebi como está ficando obsoleto. A
massacrante maioria das pessoas possuem celular e raramente recorrem
ao orelhão, justamente porque o celular faz a função de ligar a
cobrar. O orelhão só sobrevive, ainda, graças as derrapadas de
sinal das operadoras. Infelizmente, daqui há um certo tempo vamos
dizer aos filhos e netos que usávamos telefones públicos e eles vão
rir de nós."Orelhão? Que coisa mais antiga!"
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