quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Olhares sobre Londres

Ainda não descobri o que faz de Londres uma cidade tão encantadora. Talvez seus gigantescos e charmosos parques, ou as centenas de pubs, os museus, as ruas, a arquitetura ou os homens e mulheres que se vestem invejavelmente bem. Quem sabe, como disse o meu professor de inglês, depois de cinco anos vivendo em Londres não ache tudo assim tão lindo e comece a ver a poluição, os problemas de trânsito, a odiar os turistas e a deixar de ficar surpreso quando a neve cair, ou o sol aparecer para aquecer o inverno.

De todo modo, três semanas em Londres ainda não são o suficiente para enxergar seus defeitos e assim me permito vê-la com olhos apaixonados. Sua história é fantástica. São séculos marcados por reinados, guerras, grandes artistas, inesquecíveis obras.

Londres é hoje dividida em duas cidades: City of Westminster e City of London, e assim como uma criança, cresceu marcada por seu passado. Linda e fascinante, os olhos se prendem a ela. Acredito que essa cidade tenha algo de especial, uma vida própria. Aqui nota-se o cuidado com a recuperação de uma memória histórica, as raízes londrinas estão presentes em cada rua, prédios, casas, igrejas, museus, praças, parques.

Pela primeira vez, quinze dias, o sol resolveu aparecer. Céu claro e calor após muitos dias de frio e neve. No Hyde Park, um dos mais antigos e famosos de Londres, as pessoas aproveitam a tarde de sábado para correr, passear com o cachorro, praticar algum esporte, andar de roller e bicicleta.

Para os turistaa, £2 são necessárias para alugar por 24h uma das Barclays Cycle e andar a vontade. A beira do lago, um charmoso bar servia o chá das cinco, além de variados tipos de bebidas quentes e crianças e adultos se divertiam dando comida aos animais. Ali, o pôr do sol é digno de uma pintura. Há apenas duas estações dali, na Temple Station, e 15 minutos de caminhada levam ao Ye Olde Cheshire Cheese. Reconstruído em 1667, esse é um dos pubs mais antigos de Londres.

Por lá passaram, Voltaire e Charles Dickens. O lugar cheira história. A entrada é por um beco estreito e iluminado por alguns postes de luz. No seu interior, lareiras a lenha aquecem os freqüentadores. As paredes e tetos são de pedra, assim como as estreitas escadas e o chão de madeira, como as mesas e as cadeiras, tão seculares quanto o pub.

Depois de perambular por alguns pubs conhecidos da cidade, descobrimos que lá é um dos esconderijos dos ingleses para fugir dos pubs entupidos de turistas! Além disso, outro achado fez com esse lugar fascinante entrasse na lista dos prediletos: a cerveja. Uma paint de Old Brewery Bitter custa £2.90 e é maravilhosa.

Fabricada em York, essa tradicional cerveja inglesa vem na temperatura ambiente e tem um gosto amargo e meio adocicado que é delicioso. Nunca gostei muito de ir a museus, nem grande apreciadora de arte, mas dois museus aqui em Londres valem mais do que a pena visitar. Alem das entradas serem gratuitas, os acervos são incríveis, alguns emocionantes.

O Tate Modern fica em Bankside, na região da City of London, do outro lado da London Brigde. Há 13 anos que o Tate foi convertido em museu de arte moderna, contemporânea e concreta. Antes, o prédio abrigava uma abandonada estação de energia. Hoje seus corredores trocaram as turbinas por obras de tirar o fôlego como o quadro Yellow Islands, de Jacksom Pollock. Dois minutos em frente a pintura e todos os pelos do braço começam a arrepiar.



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