Se vieste em busca de prosa
- mando-te embora -
e ainda faço troça
com um poeminha infeliz
Mas antes mando uma premissa valiosa:
Não despenderei hora,
nem farei rima verbosa.
Digo-lhe já, que a inspiração não condiz.
Se continuas nessa poesia jocosa
e ainda não deste o fora,
pode até ser por tarde ociosa,
mas há de concordar que é porque quis.
Na verdade, mais uma vez,
insisto que te mandes embora.
Não é timidez,
é que aqui nada mais aflora,
nem mesmo a polidez
que conservei por ora.
Se ainda não satisfeito,
depois de verbetes desafortunados,
então assim aceito
que pretendes ouvir minha labuta.
E seguindo esse preceito,
sem mais com a prudência preocupado,
desatino em desrespeito
- seu filho de uma puta! -
Fiz poema a contrafeito
por com a literatura estar compromissado
mas se a renegar-te me sujeito
não é falsa conduta.
Não pretendo com a rima continuar
e não ligo se lhe desagrado.
Mas se ainda insiste em ficar,
neste paupérrimo esforço baldado,
devo então alegar
que só faço prosa perante meu advogado.
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