sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A vida recapitulada nas páginas de papel

Se você tivesse que colocar no papel um resumo da sua vida até agora, como seria? Se fosse uma fábula, o que haveria entre o “Era uma vez” e o desfecho? Seria um final feliz? E se, em vez de um livro, a vida fosse resumida em um único capítulo? 

As biografias, especialmente as autobiografias, possuem um cunho muito especial para a pessoa referida no livro, já que ela conta histórias verídicas de uma vida humana. Todas as pessoas possuem uma vida com momentos bons e ruins, importantes ou triviais. Em toda obra biográfica há uma seleção dos relatos que merecem estar no material, mas como separar o joio do trigo? O problema maior dos trabalhos biográficos é que eles não devem ser exageradamente resumidos, para não faltar com a contextualização, e não devem ser abordados tão minuciosamente (o que ocorre na maioria das vezes), pois apesar de relatar uma vida com todas as suas complexidades, é preciso lembrar que a leitura será muito comprometida com o excesso de detalhes, ficará muito pesada e entediante. Um método interessante de escrever um trabalho biográfico é resumir os principais assuntos em um capítulo de rascunho, e depois ir dividindo os principais pontos do capítulo único em subcapítulos, com mais detalhes relevantes e mais contextos. 

Escrever requer todo o cuidado e consideração, especialmente quando há relatos verídicos. Ninguém consegue atingir a perfeição, mas o aprimoramento é essencial. Recapitular várias vezes, substituir palavras e modificar o texto até melhorar são coisas que um escritor precisa para realizar um bom trabalho (e isso requer paciência). 

A vida em um papel parece algo complexo, mas para conseguir contextualizar com êxito é preciso resumir a vida em um capítulo. Os principais eventos são pontos-chave para organizar de uma forma que dará gosto de ler quando ficar pronto. 

Uma das minhas maiores pretensões é realizar uma autobiografia, mesmo que só para mim. Relembrar dos altos e baixos é uma tarefa árdua que necessita de muita energia, memória e força de vontade. Sentimentos antigos voltarão à tona e é preciso estar preparado. Selecionar os pontos mais importantes de uma vida, principalmente se for a sua, é algo que necessita de cuidado e tempo. 

Admiro quem consegue realizar um bom material autobiográfico, pois imagino o trabalho que deve ter sido resumir todos os anos vividos, sofridos, enfrentados e sentidos em folhas de papel. Ainda não me sinto pronto nem com vivências o suficiente para escrever esse material, mas acho que poderia começar o capítulo da minha vida com pontos relevantes da infância, adolescência e do início da vida adulta. É um exercício desgastante, mesmo que escrevendo apenas algumas linhas. Um dia, quem sabe, eu possa aprimorar mais e colocar aqui, mas por enquanto, vou viver até me sentir preparado e vou procurar atentamente as palavras certas para preencher os vácuos e as situações principais. 

Mais importante que colocar no papel, é viver. Um capítulo não se escreve sozinho, é preciso do papel, da caneta e das mãos para traçar e conduzir o destino com as linhas e pontos. Depois do “era uma vez” e dos primeiros passos, as reticências são necessárias e é preciso respeitá-las dando tempo ao tempo.


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