sábado, 3 de novembro de 2012

Imaginação

Começarei esse meu relato de uma maneira não muito agradável. Trânsito, via expressa e sol na cara (obrigada, horário de verão). Meu humor não estava dos melhores, mas na hora em que avistei o Unisul saindo do terminal quando eu nem havia descido do Expresso, desejei arrancar os rins de algum filho de uma santa.

O relógio marcava 19h06. Perguntei a um fiscal que horas havia outro Unisul, e ele falou 19h30, como se isso fosse motivo para estourar uma champanhe, mas eu só desejei estourar a cara dele. Decidi ir andando. Estava um calor dos infernos, os carros não paravam para que eu pudesse atravessar a rua e meu celular sem bateria – ou seja, nada de música.

Meu caminho era longo (ah, era sim!) e eu precisava ocupar minha mente com algo para desviar minha atenção daquela arquitetura deprimente do Jardim Eldorado. Dessa forma, botei minha imaginação pra funcionar.

Um caminhão passou do meu lado, buzinou e o motorista enfiou a cara na janela gritando “que delicia!”. Quando olhou pra frente, viu seu automóvel derrapar e bater de encontro ao posto de gasolina, o que causou um incêndio histórico (ahh, como eu sou dramática!). Mais em seguida, passei por uns marginais que ouviam uma música (?) criada por Lúcifer. Estavam dentro de um carro. Então um grupo de punks aparece e manda as caixas de som daquela betoneira ambulante para dar uma voltinha dentro de um buraco habitado por Hades que eu mesma inventei. (Muito divertido por sinal.)

Agora eu estava em uma reta infinita que me levaria à faculdade, quando passa ao meu lado aquele ônibus maldito. É, eu já estava caminhando há meia hora, mas foi satisfatório ver, depois de um minuto, o ônibus bater num poste que eu fizera aparecer no meio da rua e tombar de uma forma espetacular.

Eu estava chegando na Unisul, quando olhei por cima dos prédios e vi o por do sol mais lindo e real da minha vida. Fechei os olhos e agradeci, com o suor escorrendo no meu rosto: -Obrigada, horário de verão!
Tamara Bonilla

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