No teclado perdi-me em seus signos latinos, esqueci, de repente, as tolices passionais que iria dizer; viajei em um mundo negro de caracteres brancos, no som sem propósito das teclas a bater. Ouvi o despropósito estralar seco e oco, no retumbar de meu crânio pensante sem nada dizer.
Fui muito além de 28 letras, e 10 tipos indo-arábicos, vi em brechas, pontos e vírgulas, com fúteis interrogações pairantes. Vi exclamações hesitantes, acentos caídos, parenteses inimportantes... Vi ao todo, reticências verossimilhantes.
Fui longe sem ter o que comentar, deixei o tolo tato seguir, a fim de ver até onde esta prosa poderia alcançar. Me encontrei raso, na espessura do teclado, perdi tempo escolhendo letras, perdi tempo parvamente focado. Pensei e pensei, sem chegar a lugar nenhum, nem usei toda a variedade das teclas, no além alfabeto, em suas exóticas mesclas; acabei por apelar ao comum.
Pelos caracteres da matemática também não explorei, fiquei no rasteiro da comunicação, e sem assunto, enrolando o leitor, mais um texto acabei.
Gessony Pawlick Jr.
Nenhum comentário:
Postar um comentário