terça-feira, 13 de novembro de 2012

A fofoca que dá dinheiro

Jornalista é fofoqueiro, não adianta dizer que não é. Vê uma coisinha e já sai contando. Escolhe as palavras certas. Pode usar as palavras mais suaves, mas às vezes sai causando com uma palavra estupenda, gigante, aumentativa. Por outro lado atenua o caso, quando necessário, faz de um copo de água uma tempestade e se o patrão xinga faz a tempestade virar um copo de água.

Cuida tudo. Analisa. Passa um segundo e já está observando

“ isso aqui poderia virar uma matéria” .

Esses dias estava na casa de um amigo e tinha um jardim de conchinha. Tudo concha. Peguei as conchas na mão e pensei

“ que matéria” .

O cara ainda era artista. Mas aí você pára e se concentra. Não! estou na casa do meu amigo. Desiste da matéria, pelo menos por enquanto.

Imagina que chato, sair clicando todos os amigos e querendo fazer matéria sobre todo mundo o tempo todo. Aí você começa a entender porque os jornalistas “ maiores” passam um dia na China, outro na Filadélfia, em seguida Argentina, querem as fofocas ferventes. Os jornalistas estão se coçando por matéria. Ou por dinheiro. Como a fofoca traz a grana, vão para todos os lugares do mundo que os mandarem em busca das reportagens mais legais. Entram no vulcão em erupção, vai pra guerra, pra onde for...

Agora, confesso que eu, adoro uma fofoca mesmo. Um babado, sei lá! Pode ser a expressão idiomática que for, estou no caminho certo fazendo jornalismo, porque escrever, observar, usar as palavras certas, focar o pensamento do leitor no que acho que deve ser o certo, é muito bom.

E no final das contas, não tenho vergonha já que, jornalista é fofoqueiro mesmo. Além do mais são das fofocas que nos sustentamos.

Não é fofoca? Não acredito em papai Noel e também acho que notícia é fofoca.
Bruna Morais

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