quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Dossiê Estopim - A Gestão Colaborativa Corrupta

Para você continuar sem entender esse libertino sítio construído a base da deformação gradual do conceito de irreverência e ironia

De origem remota, a palavra corrupção vem do latim corruptus, cujo significado é quebrado em pedaços, relativo a ideia de ação ou efeito de corromper. Toda a gestão pública tem suas redes de escândalos, e com o Estopim, não poderia ser diferente. Com viés de veículo alternativo, a equipe composta por colaboradores varreu muito sujeira para dentro do tapete, e para fora também nesses 365 dias de publicação.

Desde o pré-projeto desse famigerado veículo até a data de seu aniversário, raras vezes houve transparência em sua administração. Não que bilhões de dólares sumiram e ninguém soube o paradeiro do dinheiro, desviado aos bolsos dos diretores estopinianos. A obscuridade ocorre dentro das decisões importantes, que sempre são maquinadas maquiavelicamente por duas ou três pessoas da direção.

O caráter colaborativo teoricamente democrático foi uma utopia factual dentro das gestões. O que teria sido um jornal da 2 fase da turma de jornalismo da Unisul 2011.1, virou uma patota composta por cinco pseudos colunistas que iriam escrever sobre temas específicos. E assim começa nosso primeiro golpe e a elitização do Estopim.

No decorrer do tempo, as preocupações eram a expansão da equipe e fixação do nome Estopim, logo o primeiro tapete, de muitos, foi puxado. Nomes foram jogados na roda e convites secretos foram feitos aos potenciais escritores, alguns recusados outros não. Nesta fase os poucos leitores que liam o Estopim não sabiam que cara na A Patota teria no dia amanhã.

Passado a influência da expansão marítima realizada pelos países europeus no início do século XV, os estopinianos caminhavam rumo a colonização, nosso norteador era formar um público alvo para que pudéssemos cultiva-los com nossos textos ruins e de baixa qualidade. Cada vez que procurávamos uma tribo, um clã ou até uma quadrilha que se tornassem leitores de carteirinha do Estopim nos afundávamos em textos cada vez mais detestáveis. Nem nós mesmos mais líamos nossas porcarias, nosso único “público alvo” era a mãe do Adilson.

Brigas internas, contradições ideológicas e a cara que o Estopim nunca teve, levou a primeira explosão .Altas temperaturas e uma grande liberação de energia foram despendidas para resolver problemas internos que culminou na detonação da formação original da patota.

A essência estopiniana deu um giro de 180 graus, de Marte a Vênus, com novos integrantes começou um novo tempo para blog. Postando alguns textos bons e outros nem tantos, a diretoria conseguiu levar as publicações diárias equilibrando o nível de qualidade dos textos, perdendo em uns, ganhando em outros. A Patota foi se reconstruindo conforme os integrantes que não se encaixam no perfil do Estopim se dissolviam.

Mas como tudo acontece ao contrário nesse famigerado sítio, depois da calmaria, veio a tempestade. Com o intuito de se diferenciar dos canais de comunicação social, ou pelo menos tentar, os desbravadores estopinianos somaram novas tecnologias e métodos de comunicação, para dinamizar as postagens.

Planos de voo, que vem e vão, em vão, e destarte sonhos antigos saem do papel para uma nova etapa de divulgação, a saída do eletrônico para o papel. Contra – tempos aparecem por causos pessoais e o Estopim fica desfalcado.

A consequência ? A dupla aliança foi quebrada, com o primeiro golpe de Estado declarado. Contrariando a normalidade da ordem vigente e não correspondendo aos interesses da maioria, o golpe foi imposto violentamente apenas com o consentimento dos fundadores.

Literalmente como um empurrão o golpe de estado transformou-se em um Putsch, no português claro, o tiro saiu pela culatra e tudo acabou em pizza. Corruptelas aos trancos e barrancos, o Estopim se construiu em cima da deformação gradual do conceito de irreverencia e ironia, pela má compreensão ou reprodução da ideia de seus integrantes. 

Falecidos, renascidos ou ativos essa semana podem comemorar o aniversário do libertino jornal alternativo, que sem seguir uma linha editorial ou um código de ética tem a corrupção presente em sua administração como a típica gestão pública ou empresarial brasileira. O Estopim é corrupto, a gestão colaborativa é corrupta, os integrantes são corruptos, como Theodor W. Adorno e Max Horkheimer constaram nos anos 50 : O mundo é corrupto.

Crédito da ilustração: Gessony Pawlick Jr.
Bianca Queda

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