sexta-feira, 6 de julho de 2012

Jeff Buckley - a voz que se perdeu no fundo do rio

O artista Jeffrey Scott Buckley, teria 45 anos se ainda estivesse vivo. Jeff Buckley era uma das maiores promessas musicais dos anos 1990. Seu pai também foi músico e consagrado, Tim Buckley, que morreu em 1975 por conta de uma overdose de heroína e morfina, aos 28 anos de idade. Jeff conseguiu se promover com o sobrenome e a semelhança física e vocal do pai, mas não foram apenas as semelhanças que fizeram com que o jovem aparecesse na mídia. Dono de uma voz fenomenal, um dom de criar músicas profundas e grandes habilidades com a guitarra, Jeff fez com que as pessoas parassem de achar que ele era somente “o filho de Tim Buckley”. 

Jeff Buckley era bastante incentivado pelo pai desde cedo a escutar blues, folk, jazz e outros estilos. Concluiu o colegial já sabendo que gostaria de ser músico. Jeff cantou em 1991 com seu pai em um festival e atraiu a atenção do guitarrista Gary Lucas, que o chamou para compor a banda Gods and Monsters. Após alguns shows e prestes a assinar um contrato, Buckley resolveu abandonar a banda, porque estava atrás de ambições musicais maiores.

Começou então a carreira solo em um pequeno bar que gostava chamado Sin-e e lá conquistou um fiel público. Um dos empresários da gravadora Columbia Records viu sua apresentação e resolveu contratá-lo em 1992 para gravar seu primeiro álbum.

O álbum Grace foi lançado em 1994 e muito bem visto pela crítica e por artistas de nome, como Robert Plant (de quem Buckley era fã), porém sua música era considerada muito “suave, melancólica e pouco comercial”, o que não resultou em boas vendas. Entretanto, quem pode ouvir o álbum, teve a sorte de ouvir músicas como Mojo Pin, Eternal Life e So Real. O cover de Hallelujah, de Leonard Cohen, foi uma das poucas músicas que fez um relativo sucesso.

Jeff também gravou alguns videoclipes desse álbum, como Forget Her e So Real, além de “Grace” um dos clipes mais conhecidos e música homônima ao álbum.

A gravadora, então, pressionou Buckley para fazer um disco de estúdio mais comercial em 1996, mas a teimosia prevaleceu e Jeff mudou de produtor. Após gravar algumas músicas, Jeff Buckley ficou insatisfeito com o resultado, mas continuou gravando para o disco que mais tarde seria intitulado My Sweetheart the Drunk. Prestes a encerrar as gravações em maio de 1997, Jeff Buckley decidiu nadar no rio Wolf, como fazia habitualmente, cantando Whole Lotta Love, de Led Zeppelin. No dia 29 de maio, helicópteros sobrevoavam o rio em busca de um corpo desaparecido levado pelas correntezas. Acharam Buckley uma semana depois perto do rio Mississipi (que é afluente do rio Wolf). Ele estava com 30 anos de idade.

Para a decepção de alguns membros da imprensa, não ficou constatado o uso de drogas (ilícitas e lícitas) antes de ele ir nadar. A morte foi considerada afogamento acidental. Um disco duplo póstumo foi lançado com as músicas gravadas para o segundo CD em estúdio, apenas modificaram o título para Sketches for my Sweetheart the Drunk (Sketches é um termo utilizado para designar fragmentos, ou seja, o disco é feito de músicas que não foram totalmente concluídas). Curiosamente, o nome da primeira faixa do disco dois é chamada Nightmares by the Sea (pesadelos pelo mar) e termina com um cover da música folk Satisfied Mind, que diz no refrão: I'll leave this old world with a satisfied mind (deixarei este velho mundo com uma mente satisfeita).

Atualmente, existem alguns projetos de gravações da vida de Jeff Buckley para os cinemas. A música dele continua influenciando bandas e ganhando fãs. Esse é apenas mais um artista genial e talentoso que poderia ter feito muito mais se ainda estivesse entre nós.

Felipe Kowalski

Um comentário:

Monochrome disse...

Amigo, tem informação errada aí. Jeff não chegou a conhecer Tim direito, na verdade Tim morreu quando Jeff ainda era criança. Mas ainda assim é bom ver que a musica dele ainda é lembrada e sua ausência vai ser sempre lamentada.