Com a lucidez de mercado que nos é indispensável, fechamos gratuitamente, um pacote de novos escritores para o Estopim. O acordo estabelecido nos corredores do Hospital Unisul foi com gente careca de tanto administrar; gente homem e gente mulher; gente loura, que por sinal ri alto; gente grisalha, por causa das Ciências Políticas; cidadão que vai emagrecer um bocado por dizer sim à vida de professor; sujeito que não sabe se o Brasil vai bem ou mau politicamente e, por isso, é calvo; gente nova, moço que também se encontra careca de tanto falar de cinema; enfim, gente que vai ganhar e gente que já tem cabelos brancos, alguns, como mostrado, que não têm mais nada, mas sobretudo gente que usa trança para disfarçar a calvície. Não perca! Eles permanecerão em nossas páginas pelo exíguo espaço de uma semaninha. Esperamos que com eles esteja uma criança insana chamada criatividade, já que em nossos bolsos ela não se encontra.
A Patota
Solange Leda Gallo
Então, a moçada pediu um texto para o Estopim. Fiquei super a fim de escrever, mas não tinha nada em especial pra dizer. Só queria poder participar desse blog que é tão legal e que eu gostaria de contribuir pra mantê-lo firme e forte.
Fiquei pensando nas boas ideias que se tem na vida, mas que nunca passam de ideias, e por isso mesmo gosto do Estopim, porque ele é uma ideia posta em prática, o que é raro.
A gente sabe que entre uma ideia e a prática existe o principal, vontade. Essa é a bichinha mais dura de se manter inabalável, porque muita coisa rola pra testar essa vontade, e ela só dura se for dura. Êta!
Então, pensando aqui no que dizer, lembrei de que quando eu era bem pequenininha, escrevi uma redação que foi parar num jornal. Nossa, eu fiquei tão feliz e assustada. É que eu ganhei um concurso da escola e por essa razão minha redação foi publicada. Falava sobre minha cidade. Era bem simplesinha, mas delicada, tinha anjo e outras imagens assim doces. Foi o suficiente para ganhar o mundo. E depois dessa, nunca mais parei. Passei a escrever sempre para o jornal da minha cidade “O Serrano”. Toda semana ia eu levar um texto para a gráfica do jornal. Eram crônicas que falam de fatos cotidianos. Nada importante, apenas coisas curiosas, as vezes sensíveis, as vezes adolescentes demais.
O fato é que aquele primeiro incentivo, o do prêmio pela redação, foi tão importante que definiu meu futuro, que seria, então, entre textos.
Quando posso, não perco a oportunidade de incentivar uma boa ideia, um talento, uma vontade. Sei a diferença que isso pode fazer. Sei a diferença que fez pra mim.
Então, pessoal do Estopim, estou aqui, compartilhando com vocês uma vontade, um sonho doce, uma profissão.
Que privilégio!
Agora espero vocês para uma prosa na praça. Nosso novo projeto de socialização do conhecimento.
É uma rede que começa na praça, trocando prosa a toa e vai derivando para o cine clube, para a comunidade, para a escola, para a fábrica de reciclados, para a universidade e muitas outros grupos legais que estarão por aqui, na redondeza, fazendo suas coisas e esperando visita. Assim, nós poderemos trocar fazeres e saberes fora das grades, dos calendários. Parece bom, né! Está para acontecer...Tem até banda no coreto!
Solange Leda Gallo
Um comentário:
Solange, agora ficamos curiosos para conhecer a redação que foi parar no jornal ....
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