Enquanto emissoras de televisão, rádio e jornais impressos davam atenção a assuntos importantíssimos, como o corte de cabelo de uma 'Panicat', os shows de Paul McCartney na América do Sul ou as Olimpíadas de Londres (fatos que mudarão completamente a rotina dos brasileiros se não forem retratados nos jornais), um assunto sem qualquer relevância ou importância para nosso país foi votado ontem em Brasília. De fato, não mereceu qualquer destaque da imprensa convencional.
O Código Florestal foi aprovado pela Câmara dos Deputados com as alterações do relator Paulo Piau – do PMDB de uma Minas Gerais que jamais sofreu com qualquer tipo de catástrofe climática (nem parece que na terra de Piau as chuvas matam e desalojam milhares todos os anos). Também é mentira que Piau tenha recebido R$ 990.000 (é isso mesmo: quase 1 milhão de reais!) de produtores rurais para alavancar sua campanha à Câmara em 2010. O PSOL denunciou o fato e bradou que, por e$e motivo, jamais Piau poderia ser relator do projeto, pois é totalmente imparcial no caso.
O Código Florestal aprovado na calada da noite de ontem, 25 de abril, permite a liberação de crédito agrícola para aqueles que devastaram áreas verdes, autoriza desmatamentos em topos de morros e manguezais e deixa completamente vulneráveis as áreas em torno de nascentes de rios (empresários envolvidos na Operação Moeda-Verde, em Florianópolis, já estão comemorando: construir shoppings em áreas de manguezais não é mais problema).
Parcela dos jornalistas (pelo respeito que tenho à profissão, costumo escrever Jornalistas com ‘jota’ maiúsculo, mas neste caso, meu respeito caiu por terra) noticiam hoje que houve uma derrota do governo na votação do Código. Discordo: a vitória ou derrota, em uma questão tão essencial para nosso país, não pode ser de governantes ou oposição. Quem perdeu foi a Nação Brasileira. Perdeu porque não foi submetida a um intenso debate, porque sua população não tomou conhecimento do assunto, dos artigos e temas polêmicos. Perdeu porque a mídia sequer fez um programa acessível ao povo, explicando a importância do novo Código, apresentando quem são os maiores interessados em sua aprovação da forma como estava e quem são, verdadeiramente, os chamados eco-chatos (que para mim, de chatos, não têm nada).
De Santa Catarina, metralharam a natureza os seguintes deputados: Celso Maldaner (PMDB), Edinho Bez (PMDB), Mauro Mariani (PMDB), Rogério Peninha Mendonça (PMDB), Ronaldo Benedet (PMDB), Valdir Colatto (PMDB), Esperidião Amin (PP), João Pizzolatti (PP), Carmen Zanotto (PPS), Jorge Boeira (PSD), Onofre Santo Agostini (PSD), Jorginho Mello (PSDB) e Marco Tebaldi (PSDB).
Que cada eleitor, cada eleitora, fiscalize seu representante em Brasília e cobre deles atitudes coerentes em seus mandatos. A melhor resposta que pode ser dada, quando não honram nosso voto de confiança, ainda está nas urnas.
Leonardo Contin da Costa
Um comentário:
fato, essa questao deveria ter sido dirimida pela população, e nao por quem pode se beneficiar de má fé da lei, criminosos escrachados. Engraçado que questões como a concessão de porte de armas para meros civis, são submetidas a decisao popular. O governo notavelmente se exime em questões que nao lhe sao convenientes se intrometer. Contamos agora com o veto do executivo! e fora a reeleição desses vagabundos, bom mesmo disseminar o nome dessas figuras para que nao cometamos o mesmo erro...
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