terça-feira, 13 de março de 2012

Não somos uma sociedade

A realidade é essa mesma: enquanto os juros do nosso país são mais altos do que o PIB, taxa representante daquilo que o país produz durante o ano, as classes trabalhadoras se dividem e brigam por causas superparticulares sem se preocupar com os demais cidadãos. Desta vez, os servidores públicos revindicam seus pesares e vão às ruas do centro da cidade, deixando quem necessita de seus trabalhos com qualquer assunto ou petição urgente, atrasada. Até quando vamos nos preocupar com o nosso sem pensar em nenhum momento no deles?

Após mais de 18h de greve, linhas de ônibus seguem praticamente paradas em BH e região.
Greve dos rodoviários e transtornos devem continuar na terça.
Rodoviários querem um aumento de 49%, tendo recebido contraproposta de 6%, que foi recusada.
Professores de SC mantêm greve por implantação do piso salarial.
Bancários decidem voltar ao trabalho em SC.

Quem anda de ônibus, quando tem greve, faz o quê? Reajuste salarial não poderia ser pedido de outra forma? O que fazem as mães que não têm onde deixar os filhos que poderiam estar nas escolas e, que por conta dos professores estarem em greve, têm que permanecer em casa? De uma hora para outra decidimos voltar, conseguimos o que queríamos e agora vocês podem fazer o que vocês precisam, meus 8% com certeza são bem mais importantes do que o tempo que seus juros contabilizados pelo atraso de pagamentos de salários, e minhas crianças merecem NAN enquanto as tuas não podem nem aquele de saquinho.

Alguém disse uma vez que "o olho grande acaba com a humanidade", pensemos com isso então que temos uma corrente criada por alguma semelhança entre certas pessoas que formam uma rede que até pode ser chamada de relação sociável, mas vemos todos os dias o contrário, egoísmo, egoísmo e outra vez egoísmo. Tanta coisa me deixa muito menos indignado e, se servir como exemplo, este é um dos únicos fatores que me fazem repensar o intuito da fé e do sincretismo religioso como algo benévolo à sociedade. Qualquer um que já tenha estudado um pouco de história sabe o que já fizeram aqueles que eram fanáticos por seus ideais, que em nome da vida mataram, em nome da fé torturaram, e que este foi o motivo de tantos assassinatos, mas é irrevogável que a fé une, verdadeiramente, as pessoas em torno de um mesmo ideal e promove, com isso uma interação justa entre estes.

Na contra mão de um ideal considerado consistente, é absurda a exposição do maior defeito do sistema econômico adotado pelo mundo todo, exceto os vermelhinhos comunistas subjulgados como inferiores, o seu estado é o antônimo do seu concorrente. Vivamos, sintamos, sejamos hipócritas o quanto pudermos, se isso for em benefício de alguém que não seja aquele que você vê no espelho todo esforço é válido.

Adilson Costa Jr.

2 comentários:

Thaís Teixeira disse...

Respondendo as perguntas do segundo parágrafo.
1. Reivindica junto! O grande problema desses movimentos trabalhistas é que não têm o apoio popular, ou por falta de conhecimento acerca do assunto ao qual se questiona ou por puro comodismo.
2. O professor ganha tão mal quanto nós (jornalistas e futuros jornalistas). Eles também têm filhos, também têm o direito de viver dignamente, afinal se não fosse por eles não saberiamos ler e escrever e por conseguinte não estariamos onde estamos agora. Seus movimentos reivindicatórios merecem tanto apoio quanto qualquer outro.

Um comentário ao quarto parágrafo (opinião puramente pessoal): A religião é um mau nescessário. As pessoas precisam acreditar que algo maior do que elas tem o poder de resolver seus problemas e salvar a humanidade do colapso. Acredito que esta seja tão controladora quanto o Estado e a Imprensa. (Não questiono a fé, em sim pois tendo uma religião ou não cada um tem a sua, mas as instituições religiosas)

Por fim, meu ultimo comentário. Esse sobre o tema do texto em si.
Sim, nós somos uma sociedade individualista e elitista. Não nos incomoda que alguns metros de nossa faculdade haja uma comunidade que vive abaixo da linha da pobreza por que isso não nos atinge diretamente. Greves de ônibus atralha nosso dia sim, mas alguma vez procuramos saber porque diabos eles estão fazendo isso? Greve de professores ferra com os estudantes, mas paramos pra pensar na porcaria de salários que eles ganham?

Na minha visão utópica de sociedade eu prefiro ficar contra o Estado e a favor de grevistas e manifestantes. Acredito que suas lutas valem a pena.

Fernanda disse...

Caramba,Adilson!Que isso! Qta asneira de uma vez só! Nao sei se tu vai chegar a ler esse comentario, mas fiquei indignada com teu texto.

“as classes trabalhadoras se dividem e brigam por causas superparticulares sem se preocupar com os demais cidadãos.”

Causas superparticulares? ? ? ir as ruas é afirmar o direito de greve, e de pleitear junto ao governo condiçoes dignas de trabalho, pois afinal, oessas classes diferentemente dos parlamentares não tem a prerrogativa de aumentar o próprio salário. Exigir condições dignas, aumento salarial é um meio de melhorar o serviço prestado, portanto não trata-se se interesse individual, é uma questão de interesse de todos nos. E o que é mais urgente, serviços q apenas serão procrastinados mas serão solucianados posteriormente a greve, ou a má qualidade do serviço permanente oriunda do descaso do governo em relação as classes? Uma greve pode ter resultados positivos e perenes, que refletem positivamente para a sociedade . Vedar as greves seria um atentado grave aos trabalhadores, o tempo passa, os preços aumentam, o dinheiro não rende p mais nada, e o salário continua estagnado. Não é atoa que vemos corrupção cada vez mais presente nesses setores. Enquanto os políticos aumentam os proprios salários e desviam nosso dinheiro, os trabalhadores se fodem, ficam aí implorando misérias ao governo para poder viver dignamente... pense nisso! Voce diz essas coisas pq realmente desconhece a realidade dessas pessoas, saia dessa bolha pelo amor de deus!!!!!