quarta-feira, 14 de março de 2012

A vida dupla de uma universitária

Sou estudante universitária há um ano da Unisul,e recentemente me tornei também aluna na UFSC. Por coincidência, nas duas estudo no bloco B, talvez pela semelhança de jornalismo e letras-espanhol, cursos pertencentes a área de comunicação.
A vida dentro de dois campos tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais é uma jornada estudantil dupla, como se cada uma complementasse as angústias e frustrações que se entrelaçam formando um único desejo: mudança.
Trago pontos que nosso caro estopiniano Contin já havia retratado, a falta de infraestrutura do nosso bloco B da Pedra Branca: falta de sabonetes nos banheiros, buracos e poças d’água aos montes no estacionamento, um ventilador ultrapassado e reservas de data show.Tudo porque falta participação e iniciativa dos estudantes em busca de melhorias. Afinal, somos nós que pagamos as mensalidades em dia e nossos investimentos não podem ser revertidos para arrumar pequenas deficiências no bloco que conviveremos nos próximos três anos?

No outro bloco B, do lado oposto da cidade, temos comodidades que o governo oferece, como ar condicionado, sabonetes e datas shows em todas as salas, mas foram benefícios que os alunos de expressão que não se imprimiram exigiram os direitos deles. E nós, unisulnianos, nos contentamos com ventilador de teto e picadas de mosquitos como cortesia.
Outro ponto que entrelaço é o choque de cultura tecnológica entre os blocos B, na UFSC a sugestão e/ou intimação é que não se utilize notebooks, tablets nem smartphone durante as aulas. Os professores não estão habituados com as novas tecnologias e pelo o que me parece não têm interesse em se integrar, o próprio Moodle - sistema de apoio digital aos alunos, é tão pouco conhecido e usado, a minoria dos professores incentivam esse meio, colocando tutorias, propondo atividades fora da sala de aula.
Já na Unisul logo na primeira fase a maioria dos professores nos habituou com as novas tecnologias, desde o Izidoro professor supertecnológico à Josefina que se esforçou bastante com o EVA - Espaço Virtual de Aprendizagem. Não adianta termos professores qualificados se a universidade peca na infraestrutura e os alunos são acomodados. Caso entrelaçasse a capacitação dos professores do bloco B da Pedra Branca com a estrutura e atitude dos alunos do bloco B da federal, certamente as mudanças fluíriam.
Comum mesmo dentro dos dois conjuntos de salas universitárias é a participação bombástica do DCE. Tanto em letras quanto em jornalismo a recepção dos calouros e veteranos foi para falar de festa. Os alunos que participam do centro acadêmico estudantil estão se equivocando nas incumbências, pensam que a função deles é serem promoters universitários. Organizando festas e eventos sociais para tornar a faculdade mais lounge.
A central de cópias é outro setor acadêmico que precisava ser revisto por ambas as Instituições, afinal em pleno século XXI com toda a conscientização de ecologia que temos os professores deveriam economizar ao máximo de número de folhas de papel utilizadas, e incentivar a tramitação de documentos em meio digital, o mundo está em degradação, se nas próprias instituições de ensino não tiver uma conscientização, de pouco adiantará o jornalismo ecológico.
Não quero e nem ouso fazer uma comparação entre as duas Intuições, afinal falamos de uma Universidade Pública com direitos privados e uma Universidade Pública do governo federal. São mundos diferentes, a proposta foi entrelaçar a vivência de uma estudante em dois meios acadêmicos, com suas frustrações e angústias estudantis. Uma não é melhor nem pior que a outra, não busquemos os erros, mas nos espelhemos em acertos.
Bianca Queda

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