Sou estudante universitária há um ano da Unisul,e recentemente me tornei também aluna na UFSC. Por coincidência, nas duas estudo no bloco B, talvez pela semelhança de jornalismo e letras-espanhol, cursos pertencentes a área de comunicação.
A vida dentro de dois campos tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais é uma jornada estudantil dupla, como se cada uma complementasse as angústias e frustrações que se entrelaçam formando um único desejo: mudança.
Trago pontos que nosso caro estopiniano Contin já havia retratado, a falta de infraestrutura do nosso bloco B da Pedra Branca: falta de sabonetes nos banheiros, buracos e poças d’água aos montes no estacionamento, um ventilador ultrapassado e reservas de data show.Tudo porque falta participação e iniciativa dos estudantes em busca de melhorias. Afinal, somos nós que pagamos as mensalidades em dia e nossos investimentos não podem ser revertidos para arrumar pequenas deficiências no bloco que conviveremos nos próximos três anos?
No outro bloco B, do lado oposto da cidade, temos comodidades que o governo oferece, como ar condicionado, sabonetes e datas shows em todas as salas, mas foram benefícios que os alunos de expressão que não se imprimiram exigiram os direitos deles. E nós, unisulnianos, nos contentamos com ventilador de teto e picadas de mosquitos como cortesia.
Outro ponto que entrelaço é o choque de cultura tecnológica entre os blocos B, na UFSC a sugestão e/ou intimação é que não se utilize notebooks, tablets nem smartphone durante as aulas. Os professores não estão habituados com as novas tecnologias e pelo o que me parece não têm interesse em se integrar, o próprio Moodle - sistema de apoio digital aos alunos, é tão pouco conhecido e usado, a minoria dos professores incentivam esse meio, colocando tutorias, propondo atividades fora da sala de aula.
Já na Unisul logo na primeira fase a maioria dos professores nos habituou com as novas tecnologias, desde o Izidoro professor supertecnológico à Josefina que se esforçou bastante com o EVA - Espaço Virtual de Aprendizagem. Não adianta termos professores qualificados se a universidade peca na infraestrutura e os alunos são acomodados. Caso entrelaçasse a capacitação dos professores do bloco B da Pedra Branca com a estrutura e atitude dos alunos do bloco B da federal, certamente as mudanças fluíriam.
Comum mesmo dentro dos dois conjuntos de salas universitárias é a participação bombástica do DCE. Tanto em letras quanto em jornalismo a recepção dos calouros e veteranos foi para falar de festa. Os alunos que participam do centro acadêmico estudantil estão se equivocando nas incumbências, pensam que a função deles é serem promoters universitários. Organizando festas e eventos sociais para tornar a faculdade mais lounge.
A central de cópias é outro setor acadêmico que precisava ser revisto por ambas as Instituições, afinal em pleno século XXI com toda a conscientização de ecologia que temos os professores deveriam economizar ao máximo de número de folhas de papel utilizadas, e incentivar a tramitação de documentos em meio digital, o mundo está em degradação, se nas próprias instituições de ensino não tiver uma conscientização, de pouco adiantará o jornalismo ecológico.
Não quero e nem ouso fazer uma comparação entre as duas Intuições, afinal falamos de uma Universidade Pública com direitos privados e uma Universidade Pública do governo federal. São mundos diferentes, a proposta foi entrelaçar a vivência de uma estudante em dois meios acadêmicos, com suas frustrações e angústias estudantis. Uma não é melhor nem pior que a outra, não busquemos os erros, mas nos espelhemos em acertos.
Bianca Queda
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