Basta colocar o pé na entrada pra começar uma viagem ao tempo. Localizado no bairro Itacorubi, próximo ao Cemitério Jardim da Paz, e dentro do pátio da COMCAP, o Museu do Lixo - pioneiro em educação ambiental – proporciona aos seus visitantes um ambiente lúdico, onde é possível aprender, divertir e emocionar.
Era uma segunda-feira quente, com um agradável vento refrescando os alunos do primeiro ano do Colégio Catarinense e outros visitantes, que estavam sentados em volta de Valdinei Marques, conhecido como Neiciclagem, ouvindo atentamente suas histórias. Artista plástico autodidata, músico, fundador e coordenador do museu, transformou o galpão de 200 metros quadrados, onde antes funcionava a triagem da coleta seletiva, em um lugar diferente. Convidado pelo departamento técnico da COMCAP para desenvolver o projeto do museu, Valdinei vem criando, desde 2003, um espaço de memórias.
Com o objetivo de fazer histórias das histórias de cada peça que o compõe, transmudando o lixo em arte, reutilizam e reaproveitam os materiais, buscando provocar emoções.
“Certa vez, um senhor veio aqui e deixou sua máquina de datilografar. Emocionou-se ao saber que aqui seu objeto seria guardado e preservado. Em seguida, partiu tranqüilo para um asilo”.
Apesar das aproximadamente 80 visitas diárias, o Museu do Lixo, diferente de todos os outros da cidade, ainda não é conhecido por muitos.
“Aqui, nós mostramos às pessoas a importância do lixo: como deve ser separado e o que fazer, além de orientarmos para que cuidem mais do nosso planeta”, afirma Valdinei, quando perguntado sobre a importância do museu.
Há também informação e conscientização sobre os aspectos ambientais através da recriação de músicas conhecidas, como “Vagabundo Confesso”, do Dazaranha: “Eu sujo o mundo eu confesso, eu não sou apenas um/ pois é todo mundo que continua a sujar/ e o melhor pra um suja mundo é começar a reciclar/ pode acabar a água, melhor não desperdiçar/ as embalagens separar, depois é só mandar pra reciclar/ sacos de lixo e caixas bonitas é só limpar/ pra não juntar outros parasitas/ fazer minha parte eu posso, quatro latões vou arranjar ”.
O público ainda tem a oportunidade de entretenimento com apresentações audiovisuais, musicais e teatros, além de usufruírem de todo conteúdo do museu, tanto para fazer trabalhos escolares e acadêmicos, quanto para teatros e gravações de propagandas ou filmes.
“Peças que não são mais utilizadas ou que não tenham muita importância para as pessoas, serão bem-vindas no Museu. Aqui estarão expostas para todos os que se preocupam com a situação do meio ambiente”, pede Neiciclagem, para que o Museu continue a crescer e a encantar todos que passam por lá.
Crédito das fotos: Thaís Teixeira
Maria Eduarda Silveira
Thaís Teixeira
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