
Não é difícil analisarmos esse quesito. Coloquemos o telejornal RBS Notícias (transmitido às 19h, pela emissora RBS) frente a frente com RIC Notícias (transmitido às 20h, pela emissora RIC Record). Muitas notícias fornecidas no primeiro não são prioridade ao segundo. Mas por que essa diferença? O critério do que é notícia não é conhecido mundialmente? Segundo o glossário do livro Manual de Telejornalismo, de Heródoto Barbeiro e Paulo Rodolfo de Lima, a notícia é um acontecimento que interessa à sociedade. Mas fica o questionamento: quem é mesmo que decide o que é interessante? É o ponto onde encontramos os que tem dinheiro para imprimir. Um caso que envolva o diretor da emissora não pode ser levado ao ar, mesmo que seja de interesse social. O que está disponível para nosso acesso é apenas aquilo que querem que todos saibam. Portanto a liberdade de exprimir é corroída pela ação de imprimir.
A desenfreada postura de aniquilar a comunicação em prol de um sistema é limitada. Enxergamos isso, claro como água, na campanha das Diretas Já, em Abril de 1984, conhecida por acumular mais de 1 milhão de pessoas no Viaduto do Chá e no Vale do Anhagabaú (Rio de Janeiro). A empreitada começou com o carimbo do dono de uma emissora famosa em todo o Brasil (nada de dar nomes aos bois), em não divulgar qualquer notícia sobre o acontecido. Mostramos então o poder de imprimir, muitas vezes não só de interesse de terceiros, mas também, do próprio meio em que ela deveria ser protegida.
Rafaela Bernardino
Um comentário:
Bem colocada a questão dos monopólios de mídia, principalmente aqui no estado (RIC x RBS). As vezes as noticias e fatos pouco importam se não trouxer um retorno financeiro e não atender a linha editorial desses veículos. Ainda bem que existem as mídias alternativas, estudantis e comunitárias.
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