quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Uma menina livre

Afinal o que é ética? Sabemos que é um substantivo feminino singular usados por várias pessoas em muitos casos, mas no fundo a grande maioria não tem entendimento nenhum sobre seu significado. A ética já foi tema do Enem de 2009 - “O indivíduo frente à ética nacional”, ouve-se falar muito em revistas de medicina sobre a ética médica, na área da biologia, sobre sacrifícios de animais para pesquisas científicas e que isso seria antiético. Mas, afinal, qual o seu conceito? O pai dos burros traz “Parte da Filosofia que estuda os fundamentos da moral.” Porém, os fundamentos morais variam de pessoa para pessoa. Então ser ético também é variável?

A ética é uma menina livre, como Jaci Rocha gritou ao mundo certo dia, é uma utopia factível, ela veio para fazer perguntas e questionar. Você é lei?! Mas você é justa? Você é lei para quem? Da onde você veio? Immanuel Kant o pai da ética, oferece uma regra para saber se a decisão que tomamos está de acordo com o dever de toda pessoa agir: “Indague a si mesmo se a razão que o faz agir de determinada maneira pode ser convertida em lei universal, válida para todos os homens. Se não puder, esta tua ação não é digna de um ser racional, não é eticamente boa, porque falta-te a autonomia, estás agindo premido por circunstâncias exteriores. O bem ético é um bem a si mesmo.”

Se formos pensar por esse lado, na minha visão a ética é mais cultural do que moral, por exemplo, a ética médica diz que o profissional deve salvar a vida do paciente em qualquer situação, mas uma pessoa que é testemunha de Jeová não pode fazer transfusão de sangue, porque vai contra os princípios morais de sua religião. Então, caso aconteça de uma pessoa que é testemunha de Jeová ficar entre a vida e a morte e precise de transfusão de sangue, quem será o antiético? O doutor que desrespeitará o juramento ou o religioso que passará por cima das doutrinas? Nenhum dos dois.

O intuito da ética é que o indivíduo deve estar livre para agir não em virtude de algo que a sociedade impõe, mas questionando o porquê se é imposto dessa maneira, e quem deve seguir esse modelo padrão. Nossa ética não é nada mais do que nosso lado racional obedecendo às leis senão àquela que simultaneamente nos damos. Marxistas, liberais, mulçumanos, psicanalistas, jornalistas e políticos agem e valorizam as ações de maneira diferentes. Logo, deixo em aberto algo para refletimos: para quem serve sua ética? A ética nasceu livre, porém, a sociedade de todas as maneiras tenta aprisiona-lá.


Bianca Queda

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