sábado, 7 de janeiro de 2012

Liberdade de expressão, se eu te pego!

Do que mais falaríamos se não do estrondoso sucesso de Michel Teló? Sim, é uma pauta batida, meio mundo já está falando disso (e quando eu digo meio mundo, não é figurativamente). De forma irremediável, o tal do menino que veio lá do interior de inferno sabe onde, está fazendo a maior ”festa na balada”. Neste ano de 2011, o cantor foi primeiro lugar nas paradas italianas, espanholas e portuguesas, deixando pesos mundiais como Rihanna, Adele, Lady Gaga, David Guetta e Usher para trás. Sua canção “Ai seu eu te pego” bateu o recorde de visualizações de músicas brasileiras no Youtube, com mais de noventa milhões de acessos. Você tem noção do que é quase cem milhões de pessoas acessando uma música na internet?

É inegável o sucesso de Michel. No entanto, o estouro no mercado mundial trouxe vários empoeirados e revoltados com o caminho trilhado. A revolta (deixando claro que não são apenas mais velhos, muitos jovens também não gostam), tem como razão a pobreza de cultura da letra e o pouco, para não dizer só uma música, repertório do jovem. Isso é o que eu, Rafaela Bernardino, escuto nas ruas e com as pessoas ao meu redor. Antes de mais nada: não estou defendendo. Mas então, vamos aos fatos. Esse tal menino aí (que de menino não tem nada, com seus quase trinta e um anos), começou sua carreira no Grupo Tradição, em 1997 e ficou por longos onze anos. Além de ser cantor, é compositor, dançarino e instrumentista de gaita e sanfona. As canções que mais fizeram sucesso no Grupo Tradição foram de sua autoria também. Foi então, que em 2008 ele começou sua carreira solo. Bom, resumimos a vida do rapaz. E fica a resposta: Por favor pessoal, ele não tem só uma música famosa! Não é só o “Ai se eu te pego”, tem o "Ei, Psiu! Beijo Me Liga" e "Amanhã Sei Lá". Além de outras interpretadas por ele. Então, mesmo que vocês não gostem, vamos ser justos.

É claro que, infiltrando a minha opinião (já que isso virou uma crônica mesmo), não é o meu estilo de música preferido. Mas isso é questão de gosto. São músicas com propostas diferentes, com letras mais simples e populares. Tem também as mais salientes como as músicas funkeiras. Se fossémos censurar a letra, sairia tudo com “pi”, não é? Mas e daí? Quem disse o que é certo e o que é errado? Cada um escuta o que quiser. Existem culturas e músicas para todos, é só você escolher o seu. Mas criar campanhas em redes sociais só para xingar um estilo musical? Por favor, pessoas. O mundo está aí para ser desfrutado. Cada um escolhe a melhor forma de levar. Não cabe a nós julgarmos tal coisa. Sim, Michel Teló não é o mais maravilhoso e mais culto dos cantores, mas ele faz sucesso do jeito dele, com a proposta dele. E as pessoas o reconhecem e valorizam assim. Por que você tem que ser diferente? Reflita.

Rafaela Bernardino

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