Vende-se conhecimento

O abestado, tu que estás aí na fila esperando pelo busão, ou mesmo no trânsito nada intenso da Grande Florianópolis, por que tu não pica a mula e compra conhecimento? A matemática é simples tolo, tu entrega uns reais para a livraria e eles te dão numa sacolinha e tudo o livro que tu escolher e tiver condição de pagar. Não vai dá uma de bobo e comprar cousa cara demais né?! Tem uns baratinho, mas tem uns carinho também.

Diante disso, deixo o diálogo manezês e volto àquele formato textual que lhes é bem comum. Posando de intelectual barbudo e pensando que, enquanto jornalista, estou disseminando conhecimento. Para isso, fica uma dica das boas – quanta presunção. Desde o dia oito de dezembro está instalada no Centro da Capital a feira do livro. UFSC, Livraria Catarinense, Record e a distribuidora Literata, e muitas outras estão com seus box disponíveis aos literatomaníacos. Encontrei até mesmo um exemplar d’O Pasquim por lá.

Não seja tão ingênuo quanto eu. Os preços são os de sempre. No box da UFSC, por pouco eu não adquiri um livro do norteamericano Tom Wolfe.

- “Qual o preço dos livros da colação de bolso?” Perguntei esperando ouvir coisa boa.

- “Tem na primeira página”. Respondeu a lojista prontamente.

Estava a R$ 10. Educada, ela me trouxe uma boa notícia: tem 10% desconto. A estratégia de venda não deu certo comigo. Mas deixei claro que entendia de matemática: “fica a R$ 9 então?” Ora, esse é preço que se paga na livraria. Procurei a Livraria Catarinense. Desperdicei 10 minutos por lá e encontrei a distribuidora Literata.

Dei uma de jornalista e comecei a fazer perguntas a outra moça que atendia na Distribuidora. Queria saber das vendas e segundo Maris Tania Almeida, a divulgação da feira ainda era insuficiente para superaquecê-las, ou como diz as Casas Bahia: queimar o estoque. A lojista, que havia desistido do curso de jornalismo porque não se identificou com a graduação, me disse ainda que trabalha com livros desde 1991. Saramago é uma de suas leituras favoritas.

“Neste início a maioria ainda não sabe, só saiu no Jornal do Almoço até agora, então à medida que o pessoal vai passando, vai divulgando de boca em boca”, explica Maris.

Achei interessante que a vendedora tenha dito que apenas o Jornal do Almoço tenha noticiado a feira. Se eu fosse o Mario Motta ficaria triste. Para ajudar a Maris e a Literata, as empresas e o capitalismo, as pessoas das filas, a mim e ao Estopim, trouxe o assunto e faço a divulgação. Visite!

O abestado, tu não sabe onde que fica a feira do livro? É logo ali ó tolo. Pertinho, pertinho do antigo terminal cidade de Florianópolis. Se tu vim do Centro é logo adispox dos pombo. Passando os pombo tu vai reto toda vida e não tem erro tolo. Vaix ta a beira do conhecimento.

Nícolas David