quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

“Não nos responsabilizamos pelos veículos ou por objetos deixados em seu interior”

Segunda-feira, 28 de novembro de 2011. 19h deixo meu carro no estacionamento da Unisul Pedra Branca, entre a praça de alimentação e as quadras esportivas, exatamente embaixo do SAIAC. Ali parece ser uma região segura, à vista de todos (é um local de entrada e saída de estudantes e funcionários) e sob a guarda dos bananinhas – já apresentados ao respeitável público no venerável texto do colega Nícolas David.

Ao retornar da aula, pouco depois das 22h, encontro o veículo amassado no para-lama traseiro, com o para-choque arranhado e afundado e com a lanterna traseira direita quebrada. Prejuízo de R$2.500,00, conforme orçamento da concessionária.

Como neste horário o SAIAC já se encontra fechado para reclamações e reivindicações, me restou a ausência ao trabalho por algumas horas no dia seguinte na tentativa de negociar com a Unisul o ressarcimento dos danos ou, pelo menos, requerer uma investigação, através das imagens das câmeras do pátio da universidade, do responsável pelo estrago. Fui atendido no guichê n° 6 do SAIAC, que me apresentou ao setor que cuida da infra-estrutura do campus. Relatado o caso, registradas as devidas informações, ressarcimento negado. Ao menos fui embora com a promessa de, até o final daquela tarde, ter uma resposta formal sobre as gravações da câmera – sim, no singular! Infelizmente, todo o estacionamento frontal do campus Pedra Branca é atendido com apenas uma câmera, que consegue flagrar com relativa dificuldade apenas os infortúnios ocorridos ao seu redor.

Passou um dia, dois, três e agora dez. Embora tenham anotado meu nome, telefone, placa do carro e tenham prometido ligar até o final da tarde do dia 29 de novembro, ninguém na Unisul se deu ao trabalho de fazer contato informando o resultado das imagens, que poderia indicar quem teria sido o desastrado que colidiu em meu carro. Liguei para o SAIAC e registrei a ocorrência no portal Minha Unisul, solicitando uma resposta sobre o caso, mas encontrei apenas o descaso da instituição. Não me procuraram, não responderam às mensagens e não retornaram minhas ligações.

Não fosse a sorte rara de ter sido atingido por uma pessoa honesta – o motorista que colidiu em meu automóvel, procurou meu telefone junto ao DETRAN e, alguns dias depois, deu início ao processo de liberação do conserto junto à sua seguradora, assumindo o prejuízo -, eu estaria até hoje aguardando a resposta das investigações dos “detetives” da Unisul e provavelmente teria que ingressar com uma ação judicial pedindo a reparação dos danos – ao contrário do que afirmou o responsável pelo campus no momento em que negou o ressarcimento, é sim responsabilidade da instituição, conforme Súmula 130 do STJ e artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor, reparar os danos causados àqueles que utilizam seu estacionamento, ainda que não tenhamos que pagá-lo para usufrui-lo.

É revoltante saber que, desembolsando quase mil reais todos os meses, temos à disposição um ineficiente sistema de segurança, que não registrou a batida e não teria flagrado uma briga, um furto ou até mesmo a ocorrência de um crime nas barbas da administração do campus. Mais triste ainda é constatar o descaso da instituição, que nem ao menos responde ou dá satisfações às reclamações de seus acadêmicos. Na dúvida, recomendo a todos: façam seguro de seus carros ou procurem um bom advogado!


Crédito das fotos: Leonardo Contin da Costa
Leonardo Contin da Costa

Um comentário:

Boêmios disse...

Será que só eu tive a fertil imaginação ao ler o texto, de ver o Leonardo em um sobretudo, com chapéu fedora, em um monólogo de voz roca, um cigarro entre os lábios imóveis, com cenas preto e branco como se fosse um filme noir? Poxa parece muito aquelas narrações de detetives da déc. de 50

G.