quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Christmas without presents

Era domingo de manhã, e domingo em minha casa tem um inconfundível. O rádio alto da vizinha, a batição de panelas na cozinha, os sons de carros da fórmula1 e o choro dos gêmeos. Foi então que eu percebi algo errado no ar, deveria eu estar em um universo paralelo ou o bairro todo tinha evaporado.



Esperei algum sinal de vida. Nada. Até que tomei coragem e resolvi bisbilhotar a área. Pegadas no chão, cheiro de tinta, paredes sujas. Era manhã de Natal.



Em algumas famílias isso seria um dia feliz de confraternização, mas não na minha. Desde minha infância essa data comemorativa só causa problemas, desde Tio Alfredão parar no hospital por engasgar com tanto peru até o tombo da escada que custou à minha avó um pino na perna,e neste não seria diferente.



O rolo começou antes de servirmos o almoço natalino. A parentada estava toda reunida na sala de estar, quando papai berra:



- Meu bem, Cadê a mesa de centro da sala?



-Vendi no mercado das pulgas, coração.- Mamãe retruca



- Como assim você vendeu a mesa sem antes me consultar?,- Nessa altura papai já estava tendo um ataque de nervos

-Por que esse drama todo? Você mesmo vivia dizendo que odiava aquela mesinha cafona.



- O que você não está entendendo é que semana passada, ganhei R$2.000,00 no jogo do bicho e escondi no pé da mesinha até pensar o que faria com tanta grana.



E então começa a gritaria de ambos, e da família metida também, o circo já estava pegando fogo quando Titia Verônica que recentemente tinha chego de Miami deu a brilhante ideia:



- Vamos devolver os presentes das crianças, e com o dinheiro, compramos a mesinha de volta, simples “ Um Cristmas without presents” - riu sozinha de seu inglês



E assim foi meu natal: sem laços, embrulhos e toda aquela bizarrice natalina. Bem o que me consola é que sempre existe ano que vem.
Bianca Queda

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