quinta-feira, 17 de novembro de 2011


         Todos os membros da Patota estavam falando abrobrinha demais. Diante disso, decidimos folgar e ocupar professores de jornalismo, publicidade, cinema e até de psicologia para escrever abrobrinhas por nós. Os resultados desse irresponsável planejamento não foi percebido nem mesmo na edição e cabe ao leitor aplaudir, ou parabenizar o que vem por aí. Sim, certamente, a seleção foi criteriosa. Chamem os bombeiros em caso de incêndio, pois existe ainda mais indivíduos envolvidos nessa balbúdia denominada Estopim.
A Patota

A Convocatória do Anátema
Daniel Izidoro


Gentes!... Existem ciclos, 'n' ciclos, e nem sempre eles são percebidos, lembrados, sentidos em sua extraordinária diversidade e complexidade intervenientes. Na dita sociedade 24hs, sem sábado ou sem domingo, os ritos, as passagens do tempo, o vivenciar social do tempo, soam como uma perda despropositada a um suposto continuum... sem sentido orgânico de tão fracassado! 

Pois daqui a exatamente 16 dias, ao longo do dia 02 de Dezembro, vai acontecer no Hi!PERmíDIA um... ANÁTEMA POLIFÔNICO!!... ?!?...

Ok, se fosse possível simplificar um simples de outra natureza, descreveria o 'evento' (...antes um acontecimento discursivo, espero!!!!) como um encontro de fim de ano, uma festa de celebração de muitos ciclos que se abrem e se fecham simultaneamente, um 'muitas coisas' para além disso.

Poderia ainda dizer que de algum modo a 'idéia' (in)surgiu-se da palavra de um, do comentário de outro, da necessidade de vários, da disponibilidade coletiva daquele tempo distendido de uma dita 'sala' de aula sem fronteiras formais. Afinal, nada mais natural do que a idéia de fazermos uma festa de fim de ano, de formatura, de fim de semestre, de fim de disciplina... em um fim de ano, não é mesmo?!?

Até pela falta de confraternizações autênticas naquilo que chamamos de espaço social de aprendizagem e sei lá mais o que. Tudo isto seria a mais pura verdade. De fato tudo isto já é muito!... Mas não é tudo!...

E não por nada...

Não raro há momentos em que ergo minhas mãos à luz ante os olhos e vivo uma perplexidade absurda!... Que fenômeno fantástico é a consciência! O emergir sensorial da própria existência em uma profunda celebração dos sentidos!... Solto um bramido!...

Não! Não desejo mais nada! Não! Não preciso mais de explicações!... Não! Não preciso dispender uma única célula de energia para explicar explicações que dêem a entender os porquês, os de onde vem, os quem somos, os para onde vamos... Não! Não preciso de nada mais além do que vivenciar intensamente este átino de brilho nos olhos, de estupefação profunda e... contínua!...

Ele, este átino, me vem à memória de tantas formas, em tantos dias, que nada mais posso dizer além de que de algum modo ele está profundamente vinculado ao presente, ao estar presente de tantas pessoas maravilhosas, que se (ultra)passam nos meus, nos nossos... Hi!PERmíDIAS!

Daí a importância desta tal 'celebração'... Daí eu os convocar, evocar, provocar, chamar a virem de todas as instâncias de seus sonhos doces e tresloucados, de suas ilusões partidas, desesperançados (?), para, eventualmente, transbordar um pouco deste tal brilho-átino-essencial-nosso-de-cada-Dia.

Não! Eu não sou ninguém! Não, eu não sou especial! Não, eu não tenho nada de especial... Eu sou, eu nada mais sou, do que esta profunda humildade do espanto!...Concebendo que podemos 'nos aprender' a viver um pouco melhor e mais intensamente a cada instante... Eu sou, eu o concebo, eu sou(!), o filho do espanto!...

Dizem, sim, em mim dizem(!), as lembranças mórbidas e as mais felizes, os gestos clínicos e os desenchavidos, os gozos serenos e os desarvorecidos, os olhares lânguidos e os sorrisos tímidos, os luares mínimos e os embevecidos, os cantares mágicos e os sonares rítmicos, os pulares cálidos e os solares físicos... (solitários... e tão envolvidos!)... dizem(!), sim, eles dizem, que sob andares cínicos com escapulários, sob olhares pânicos com os seus cenários, sob as sombras tépidas de seus corpos típicos...
urgem, rugem, mugem...

                ...a hora e a vez dos emissários do Amor sem Dor!
                    das cartas sólidas sem os refratários,
                      dos versos lápides sem seus postulantes,
                        das rimas síncopes sem os maus presságios!...

Pois há um encanto que não é presidiário! Há um vívido que não é temerário! Há um tímido que não é carcerário! Há um ímpeto que é o inventário... da nossa vontade pura e simples de... viver!

Não! Não estou incólume, só distraidíssimo! Não estou em lágrimas, nem crocolidíssimo! Não estou atônito, só mui meritíssimo!...

Não! Não estou afônico, só um tanto náutico! Eu sou meio atômico, um tantico asfáltico!
Nenê ultrassônico de um tal sexo fático, que não está anônimo, mas obviamente tácito!...

E muitos dos emissários, dos portadores contagiantes deste delirius tremem, deste vírus poético de sensório-heurística, vão procurá-los... Vão convidá-los para estar presentes. Para cantar, pintar, tocar, representar, dançar... celebrar!

Não! Não se iludam. Nem se culpem. Fiquem serenos para sentir o que querem, o que podem, o que desejam. Eles não esperam nada. Eles esperam tudo. Eles não sabem nada, eles só sabem tudo. É o essencial. Afinal, a resposta de cada um à nossa mensagem é a resposta... de cada um. Cada voz guarda em si a beleza de apenas... Uma Voz!...
 
...ops! Uma vérité de la palisse?... Creio que não...

Eu queria ter a voz de milhares vozes
Para que com a voz de milhares de vozes
Pudesse dizer quão impossível é expressar mais
Quão impossível é dizer menos...

Pois...
Aqui nós não jogamos garrafas vazias ao mar!
Aqui nós pegamos o mar... e o bebemos em garrafas!
Daniel Izidoro

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