terça-feira, 29 de novembro de 2011

Merchanbol

Resumidamente o futebol é: onze pessoas que enfrentam outras onze, do mesmo sexo, com o objetivo de colocar a bola, usando os pés, dentro do retângulo adversário para vencer o jogo. Certo?

No começo do futebol brasileiro, os atletas - ditos profissionais – jogavam com uma bola de couro costurada com barbante, usavam sapatos com pregos nas solas e recebiam como salário no máximo uma cesta básica. Sem muita organização, só eram distinguidos os jogadores responsáveis por resguardar o próprio gol, e os que infiltrariam o campo adversário a fim de inserir a bola entre as traves do outro lado do campo.

Com o passar dos anos tudo foi aperfeiçoado, as bolas hoje são produzidas em laboratórios e submetidas a túneis de ventos. As chuteiras? Pesam só algumas gramas e são, na maioria das vezes, feitas sob medida. Porém, a maior mudança no futebol de hoje, se comparado ao de anos atrás, é a estrutura tática de cada equipe. Hoje, cada jogador tem seu destaque, sua função em campo, seu nome gravado na camisa e uma gorda conta bancária no final do mês.

A média de público do Santa Cruz de Pernambuco, time que jogava a quarta divisão do campeonato brasileiro, é de vinte mil torcedores, em 2011. Toda essa paixão, e o dinheiro gerado por ela, engrandecem em tais proporções, que esse ano um jogador, que se tornou profissional antes de atingir a maioridade, recebeu uma proposta de R$ 20 milhões para jogar e morar na Europa enquanto outros são pagos para vestir determinada logomarca ao dar entrevistas falando sobre os jogos, preocupados cada vez mais em como e quando aparecerão nas revistas.

A distância entre as traves laterais ainda é de um pouco mais de sete metros, ainda são onze contra onze e o objetivo principal ainda é de colocar a bola no fundo das redes. Certo?

Adilson Costa Jr.

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