quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Hogar Moderno.

Resolvi começar com um título em espanhol que significa: Lar Moderno, uma expressão muito usada por autores europeus para caracterizar as famílias do século XXI.

Nos últimos 30 anos, houve uma mudança na estrutura dos lares brasileiros, a mulher já não é mais aquela figura de saia, lenço na cabeça e vassoura na mão, que renunciava sua vida em prol da família. A típica dona de casa brasileira representada na música Ai que saudades da Amélia de Mário Lago e Ataulfo Alves não existe mais.

Depois de 1857, quando as operárias de uma fábrica de tecidos nos Estados Unidos resolveram invadi-la, e paralisar a produção para reivindicaram melhores condições da mulher no mercado de trabalho, a vida das donas de casa deram um giro de 180º, a mulher largava o ferro de passar roupa e a esponja de louça e saía à luta para conquistar seu espaço no mercado.

No Brasil, a partir da década de 70, a participação das mulheres no mercado de trabalho tem apresentado uma espantosa progressão. Em 1970, apenas 18% das mulheres brasileiras trabalhavam. Em 2009, mais da metade delas, 52,4% continuam em atividade, segundo estudo Seade/Dieese.


Porém, essa mudança causou consequências para a construção dos lares. Sem tempo para se dedicar a casa e aos filhos, as crianças ficam muito tempo sozinhas e, na maioria das vezes, passam o dia inteiro em creches, causando isolação entre pais e filhos e, em alguns casos, pecando na criação.


Tive uma ótima oportunidade de trabalho há uns anos atrás, mas não aceitei. Não consegui deixar meus filhos e minha casa. Eu acreditei que não dá para ser boa em tudo e optei em ser apenas boa mãe e participar de tudo na vida deles, cuidando da casa e cuidando de perto da educação Karen Marcial, 38 anos.

E não somente com educação dos filhos, mas a alimentação e o cuidado com a casa mudaram muito. Por mais que hoje tenham duas rendas dentro de uma família a maioria não consegue pagar uma empregada para cuidar dos afazeres domésticos. Assim, as refeições ficam cada vez mais precárias, inserindo no cardápio fast-food, enlatados e congelados, sendo prejudicial à saúde da família inteira.


Não tenho tempo de cozinhar, acabo comendo frio, faço congelado, sempre que possível almoço fora, ou peço pelo tele-entregue. Júlia Barbosa mãe de três meninos, 35 anos.
Como um sábio professor meu fala “Se querem minha opinião, aqui vai”:

Não creio que as mulheres devam voltar a ser o que eram, afinal, nem todas têm aptidão para a vida do lar, mas é necessário fazer escolhas e criar prioridades. Será que realmente o problema dos lares modernos é a falta da mulher dentro de casa?
Bianca Queda

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