terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O que seria do Perene sem o modismo

As redes sociais estão repletas de críticas aos novos conceitos, fato que traz à tona a grande e revista sacada de João Cabral de Melo Neto em Morte e Vida Severina, estamos diante de contradição pura e sobriamente exposta: vocês jovens de hoje não terão o que nós, jovens uns três anos mais velhos, tivemos.

Vê-se um deliberado anti-semitismo àqueles que declaram-se ortodoxos seguidores de certos modos de pensar, uma exposição incessante de maneiras e modos e, se não bastasse, há uma forte apelação contra o Bullying, o preconceito racial e gay. Os que compõem a massa formada por facebookers e twitters não admitiriam e dificilmente colocarão em questão tal fato que corroboram para executar, mas acontece que é escancarada a hipocrisia.
 
“Desconsidere o novo, tudo o que é novo não é tão bom quanto aquilo que já ocupou esse local, eu sou melhor porque sou mais antigo”. Pensamentos como estes estão espalhados em foto-mensagens divulgadas através das redes sociais. Não sei se só eu vejo desta forma, mas a tecnologia, tendo o termo como uma nova forma de fazer, sinônimo de inovação, tão criticado pelos postadores diários, lhes é tão conveniente quanto inconveniente quando usam um novo jeito de emitir e receber mensagens instantaneamente.

Impulsivamente, pelo fato de não ter o que fazer, ou premeditada a farsa ideológica que está sendo criada nos rumores virtuais não contribui muito para a formação de novos ideais. A interação acaba sendo somente daqueles que contribuem e compartilham do mesmo gênero crítico, o que distorce o sentido de interação. As redes sociais estão bem mais cerradas do que imaginamos, mas o que seria o perene se não uma longa conservação do modismo como bons modos e creditá-lo como novo meio de pensar.

Todos somos fruto das bagagens que adquirimos durante toda a nossa vida, assim como diz a cultura de referência, e considerar este como um propósito viável, e novo, portanto modal, todos nós somos um mosaico de pedras que nos impõem ou que buscamos no decorrer dos anos, somos frutos de modismos, estes modismos são os responsáveis pela construção dos nossos ideais, seja de forma direta ou reforma daquilo e disso. Pré-julgar todo novo como ruim é parar no tempo e ir contra si mesmo.


Adilson Costa Jr.

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