Raquel Wandelli
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Foto: Cristina Souza |
Deambular, navegar, andar ao acaso, avançar para novos territórios, fugir para a rua são movimentos atávicos de migração de povos que inspiraram a escrita-viagem. A sanha de caminhar pelo planeta, que faz bichos e homens varrerem mundos, não é mais o que move a narrativa jornalística.
Nos tempos de hoje, o jornalista não pode mais andar ao acaso nem sujar os sapatos. Repórteres saem às ruas com pauta, fontes e imagens programadas. Saem para chegar a um fim predefinido, da mesma forma que os habitantes percorrem avenidas como não-lugares apenas para chegar a um destino, não para aproveitar a viagem.