quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Tapa na cara da sociedade esportiva!

Tiago Menezes

Quarta-feira, 20 de novembro de 2013. Esse foi o dia do renascimento do espírito esportivo dentro do meu coração. Dia de final da Copa do Brasil, Flamengo e Atlético Paranaense decidindo um dos campeonatos mais importantes do país, com a casa improvisada dos atleticanos abarrotada de gente. Apesar de toda essa aura linda e de a TV dizer que era um dos jogos mais importantes do ano, essa partida foi totalmente irrelevante.

O Flamengo, com sua camisa demoníaca que tem o poder de ser campeã independente dos jogadores sem expressão que a usam, arrancava um bom resultado na casa do inimigo. Já o Atlético, que corria contra o adversário e o tempo, se esforçando para tentar fazer um golzinho para seguir vivo, tinha sua torcida descaradamente censurada por microfones colocados na torcida carioca. Tudo normal até aqui, uma típica noite de quarta-feira da Globo, eu diria.

Porém, o milagre ocorria em um canal alternativo, meio esquecido, no duelo entre um dos maiores clubes do mundo e um time valente do interior de São Paulo. Não gosto de ser repetitivo, mas me sinto na obrigação de escrever mais uma vez sobre meu clube preferido dessa temporada. Apesar de o Morumbi estar lotado e de o adversário ser gigantesco, a Ponte Preta foi lá e desferiu três disparos certeiros para cima do São Paulo, aplicando um sonoro 3x1 na casa do time da capital paulistana.


O São Paulo saiu na frente com Paulo Henrique Ganso e tudo parecia correr para o óbvio, até que Antônio Carlos, zagueiro tricolor, espirrou o taco e meteu contra o próprio gol, desandado tudo. Leonardo e Uendel ampliaram para a Ponte e o goleiro Roberto, heroicamente, segurou o ataque São-Paulino.

Além do sacode dentro de campo, a Ponte mostrou mais uma vez que tem a catimba sul-americana no sangue. Tendo perdido o mando de campo após a reclamação dos são-paulinos sobre o estádio em que jogariam o segundo jogo, onde a Ponte seria a mandante, a Macaca mostrou tudo o que pode fazer. O São Paulo, já acostumado (e mimado) com punições a juízes e trocas de mando de campo "sugeridas" por ele (tudo dentro do regulamento, na verdade), apanhou diante da torcida e teve que engolir a birra.

A Ponte Preta, improvável e guerreira, mostrou mais uma vez que sabe brigar e pode jogar apesar da situação lamentável no Brasileirão. Rumo à segunda divisão, ela tem a chance de chegar a uma final internacional e até ganhar uma vaga para a Libertadores da América de 2014. Não podemos esquecer do jogo de volta, mas já é seguro dizer que a vantagem é grande.

Mais uma vez, a Macaca me trouxe a boa e velha nostalgia de Libertadores e eu pude vibrar de verdade vendo futebol. Sigo apoiando e torcendo, cantando e sofrendo, enquanto a Ponte continuar viva rumo a glória. Minha esperança de que ainda exista futebol decente, abafado pelos entediantes campeonatos da CBF, ficou um pouco mais forte depois desta quarta-feira.

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