segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Marta, eu e o congelamento na era do Real

Fernando Schweitzer

A mulher precisa de tensão e o homem de atenção. Talvez por esta razão seja tão fácil para uma mulher ter um namorado cachorro, e para um homossexual não? Neste momento deveria entrar uma onomatopeia com som de freio de caminhão. Mas não! É a mais pura verdade.

Nossa sociedade tem nuances muito grosseiras e grotescas para dizer-se sutil. Portanto, não deixemos que a vã filosofia interfira. Não choremos o leite derramado. Mesmo porque custando mais do que R$ 2 é melhor esquentá-lo no microondas para não derramar.

Lendo um periódico esbarrei em uma seção "fotogalerias", e me assustei com as imagens da era do Plano Cruzado, concebido pelo imortal... Nãooooooooo... Não é o Wolverine. Falava do atual senador e magistrado na Academia Brasileira de Letras, José Sarney.

Pessoas apedrejando padarias e mercados que remarcaram preços tabelados pelo governo, supermercados sendo fiscalizados pela Superintendência Nacional de Abastecimento (Sunab). Realmente um terror. Somados a alta do dólar, salários congelados e uma mega-hiper-inflação. Pensei: Hoje o povo é acomodado.

Corte vertiginoso. Estão mandando trazer médicos, 4000, de Cuba. Hoje, por ora, não existe falta de comida nos mercados. Mas, no posto de saúde faltam médicos, ou você consegue um especialista para daqui a menos de dois meses no SUS-TO?

Quem sabe se a cotação de médicos subir tanto quanto a da moeda yankee, a demanda de pacientes baixe e o valor médio da consulta em um médico privado baixe... Por isso o Conselho Regional de Medicina (CRM) e estudantes neoliberais de medicina não querem médicos estrangeiros no país.

Gostaria de ver apedrejamento de clínicas médicas por subirem e remarcarem preços, por estarem acima dos tabelados pelo Plano Real. Fiquei meio perdido no tempo, meio onda caleidoscópica sócio-cultural-temporal-hermenêutico.

Aí, quando eu soube que eles tinham vetado os desfiles de estilistas brasucas com dinheiro do Ministério da Cultura pensei: “Ai, meu Deus! Eles não entenderam o conceito de moda como cultura. Não conhecem as exposições feitas no Museu D’Orsai, no Museu do Louvre..." - Marta e eu, pensamos juntos.

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