quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Acaert se apresenta aos universitários de jornalismo

Repórter Ping-Pong



Na noite desta quinta-feira, 29 de agosto, o assessor de imprensa da Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert), Marco Aurélio Gomes, virá a Unisul para contar aos alunos do curso de Jornalismo qual a atividade desempenhada pela entidade. O profissional falará também sobre o veículo rádio e o Prêmio Acaert de Rádio e Televisão. Nesta entrevista, o leitor encontra pistas do trabalho realizado pela entidade desde 1980, ano de sua fundação, bem como uma reflexão sobre a falta de sintonia entre as universidades de jornalismo e a Acaert. Para o jornalista, uma aproximação significativa é uma via de mão dupla. O interesse deve partir dos dois lados.

Marco Aurélio é formado em jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina. Atuou como repórter do Diário Catarinense e RBS TV, foi coordenador de jornalismo da Rádio CBN-Diário. É co-autor dos livros: "Memória da Radiodifiusão Catarinense" e "JASC - 50 anos de vitórias". Atualmente, é coordenador da Rede de Notícias ACAERT - RNA, que produz conteúdo jornalístico para as emissoras de Rádio associadas à ACAERT.


Repórter Ping-Pong: Historicamente a Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert) foi presidida ou fizeram parte de sua diretoria, profissionais que exerciam ou exercem funções na grande mídia. Isso é justificável na origem da entidade quando esses profissionais lutaram para resolver os problemas da radiofusão na década de 1960. E hoje? É necessário que membros da grande imprensa façam parte da diretoria?

Marco Aurélio Gomes: Na atual diretoria da Acaert, quatro dos sete cargos diretivos são ocupados por representantes de pequenas emissoras de rádio de Santa Catarina. As outras, pelos representantes das emissoras de TV. Portanto, há um perfeito equilíbrio de participação das emissoras quanto ao seu tamanho. Isso sem falar que os últimos três presidentes são de emissoras de rádio do interior do Estado. Independente do tamanho, para a Acaert, todas são importantes e cumprem um papel estratégico de fortalecimento dentro da entidade.


Ping: Se é diretoria é composta por muitos membros que atuam nas grandes emissoras do estado. Como é possível dar espaço para as pequenas, nessa condição?

Marco Aurélio Gomes: Em parte, já respondemos ao questionamento. Vale destacar que a política dos últimos 13 anos da Acaert foi atuar em favor do rádio, principalmente as pequenas e médias empresas que não contam com estrutura de apoio, como assessorias jurídica e técnica. Não podemos menosprezar o tamanho de nenhum associado.

Ping: O 15º Congresso da Acaert foi marcante. Trouxe diversos palestrantes de peso das quatro principais emissoras de TV aberta do Brasil. Mas a participação de universitário não foi expressiva, no sentido de que poucos assistiram essa grande promoção da Acaert. Por que a entidade não se relaciona bem com o meio universitário? Corrija-me se estiver enganado.

Marco Aurélio Gomes: Em parte, isso é verdade. Nos últimos anos, realmente a entidade não atuou em sintonia com o meio acadêmico. Mas já tivemos algumas ações conjuntas, como o projeto "Novos Talentos do Rádio". Trata-se de uma parceria com a Estácio de Sá. Nós disponibilizamos, em nosso site, trabalhos de conclusão de curso do jornalismo para nossas emissoras. Devemos lembrar também o "Prêmio ACAERT de Rádio e Televisão", que destaca trabalhos universitários dos cursos de comunicação. Agora, para acontecer uma parceria é preciso um caminho de mão dupla. As instituições do ensino também estão distantes da Acaert. E não há nenhum ação por parte dos cursos em tentar essa aproximação. É uma demanda que precisa ser resolvida com diálogo e trabalho.

Ping: Essa visita que você faz a Unisul é para apresentar os trabalhos vencedores do prêmio Acaert. É também um gesto de aproximação com o meio acadêmico? Vocês visitarão outras universidades?

Marco Aurélio Gomes: Com certeza. Queremos deixar claro que não há, por parte da Acaert nenhum tipo de obstáculo em construir parcerias com o meio universitário. Nada que não possa ser feito se a entidade e instituições de ensino chegarem à conclusão que essa aproximação é interessante para ambas as partes.

Ping: Interessa a Acaert que novas emissoras de rádio e televisão surjam em Santa Catarina, trazendo maneiras de fazer jornalismo de um modo diferente das tradicionais?

Marco Aurélio Gomes: Não entendi muito bem a pergunta. De qualquer forma, a Acaert sempre estimulou e valorizou a qualidade dos serviços prestados por suas emissoras associadas. A maneira de fazer jornalismo depende exclusivamente de cada emissora, que atua conforma a identificação com o seu público.

Ping: O que a Acaert pode fazer para aumentar a heterogeneidade de canais midiáticos no estado?

Marco Aurélio Gomes: A Acaert acredita que há essa heterogeneidade de canais midiáticos. O que a entidade luta é pela legalidade da atuação principalmente na radiodifusão.

Ping: Através da Acaert e dos serviços que você presta a entidade, você tem contato com a realidade das nossas emissoras. Qual a avaliação que você faz da qualidade dos segmentos que a entidade visa profissionalizar e fortalecer?

Marco Aurélio Gomes: Sempre há espaço para a inovação e criatividade. E quem faz a seleção da qualidade dos serviços prestados é o próprio público, que não deve ser um agente passivo. Por isso, acredito muito na interatividade que a internet trouxe para quem faz rádio e televisão. O ouvinte e telespectador deixaram de ser apenas meros ouvintes e telespectadores. E quem não estiver antenado para essa realidade está fadado ao fracasso.

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