sexta-feira, 12 de julho de 2013

Ação inédita garante música e cultura no dia mundial do rock

Rafaela Bernardino

Proposta da 1ª Semana do Rock de Florianópolis é unir muito som e palestras que contem a história da música local

Inédita na cidade, a 1ª Semana do Rock em Florianópolis, organizada pelo Instituto Maratona Cultural e O Clube para o Dia Mundial do Rock, 13 de julho, está um sucesso e promete novas edições. O principal grupo da região que fomenta a ideia é O Clube, composto por bandas locais. Este surgiu em decorrência do falecido e antigo Clube da Luta, lugar em que os músicos da região se reuniam para festas, divulgação e confraternização entre os profissionais da cidade.

A ideia de juntá-los novamente foi de Geraldo Borges, formado em Administração e atualmente músico e organizador do evento. A façanha não foi tão bem sucedida inicialmente, já que a maioria dos integrantes não estavam mais interessados em remanejá-los. Disposto a criar uma interação entre os músicos, Geraldo criou "O Clube". No total, são 16 bandas da região, a maioria de rock, que todos os meses fazem confraternizações e eventos pela cidade.

Geraldo, que se casou com a psicóloga Carolina Fensterseifer ao som do velho rock'n'roll, conta que a ideia primordial é unir e ao mesmo tempo disseminar as bandas de músicas autorais pela cidade. Como trampolim, o viés cultural  também ganha espaço e conta presença no grupo. A semana, além de músicas das bandas d' Clube, teve palestra com o tema "O Rock Catarinense", de Rodrigo de Souza Mota, e um bate- papo sobre o cenário musical da capital com Márcio Costa. "Não podemos só tocar, é importante explicar o contexto histórico da música catarinense", comenta Geraldo.

Um dos palestrantes, Rodrigo de Souza Mota, é historiador e professor no IFSC, além de trabalhar em laboratórios de música voltados ao rock a partir dos anos 1948 . Intitulado "Rock 48", o laboratório traz uma série de acervos escritos à respeito do rock'n roll na região. "Eu resolvi criar o laboratório, porque quando eu fui me formar senti uma grande dificuldade em achar acervo sobre a história musical do rock no estado. Agora, com o Rock 48, posso ajudar o pessoal que precisa deste acervo", explica Rodrigo. A ideia de escolher a data, 1948, é garantida pelo DDD 48, em que o historiador junto de sua equipe passa por cidades do estado que tem o prefixo.

Já Bernardo Fiesch, formado em Música pela Udesc, e Luiz Gustavo Wistuba são integrantes da banda Besouros da Praia e participam d'O Clube. Eles estavam presentes na última quarta-feira em mais um dia da semana mundial do rock, com o pocket show de Daniel Ventura, que também integra o grupo. A reunião que aconteceu na Livrarias Catarinense do Continente Park Shopping, em Palhoça, contou com o repertório de bandas locais como Tijuqueira, Besouros da Praia e Dazaranha.

Para quem imagina que o grupo sempre toca em lugares fechados, Wistuba garante que é a primeira vez que eles fecham uma parceria desta magnitude. Perguntado sobre o que  O Clube fez nas outras edições do Dia Mundial do Rock, a resposta surpreendeu: "Nós fazíamos intervenções na rua. Já tocamos na Escadaria do Rosário, na Praça XV, em vários lugares. Uma vez nós pegamos um ônibus para o norte da ilha, se eu não me engano era para os Ingleses, e fizemos um show durante o caminho. (...)"


O pocket show, uma pequena apresentação, contou também com a venda de cd's e produtos do grupo "O Clube". Os pocket shows  - com a venda dos produtos do clube -, vão continuar até amanhã com a apresentação da banda Blame na Livrarias Catarinense na rua Felipe Schmith. A promessa é tocar em cima da marquise do estabelecimento e chamar a atenção de quem estiver por perto. "Eles não esperam ver a  gente na rua. Tocar na rua é diferente, o público é mais amplo e muita gente não sabe quem você é", comenta Bernardo.

A iniciativa é nobre e pretende ficar. Geraldo garante que a intenção é cada vez mais unir o âmbito musical com o meio cultural. Já Luiz, na reta final da semana, diz estar satisfeito: "Por enquanto está dando certo. A gente tem notado que o público está mais receptivo". Geraldo ainda finaliza firmando o compromisso de fomentar cada vez mais o rock local para o público:  

"Espero que as pessoas venha e gostem disso. É uma coisa que eu trabalhei com bastante carinho, com bastante atenção. A gente que botar a galera para falar sobre o rock daqui. A gente não quer falar sobre Bon Jovi e Led Zepplin. A gente quer falar sobre o Tijuqueira, Blame, Califaliza e Besouros da Praia. Vamos nos antenar sobre o que está acontecendo e procurar se ajudar a movimentar. A gente não é nada se as pessoas não estiverem junto com a gente. Espero que as pessoas entendam. Estou mais preocupado em deixar todos a vontade  e não no número de público."



Nenhum comentário: