terça-feira, 18 de junho de 2013

Pátria amada, Brasil(eiros)

Camila Albuquerque

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Acordamos com a sensação de estarmos em um novo país, que ainda não fora despido por índios ou portugueses. Um país onde o consenso geral é ir às ruas, em busca de novas respostas, novos valores, sabores, algo que nos faça conhecer esse chão rachado que sempre pisamos. Acordamos, pela primeira vez, com o mesmo objetivo.

Somos homens e somos mulheres. Rebeldes, imediatistas, baderneiros, impulsivos, vândalos, chamem do que quiser! Eu nos considero cansados. Estamos mentalmente exaustos e graças ao marasmo - recorrente de uma vida baseada em redes sociais, estamos fisicamente dispostos e vamos para a rua.

Não nos recordamos de algum outro dia em que nos sentimos assim, tão determinados e entusiasmados com algo que possa realmente fazer a diferença. Depois de anos sentados aprendendo o real significado da palavra “comodidade”, resolvemos jogá-la às traças.

Paramos em frente às televisões sedentos por informações e imagens que consigam nos aproximar de alguma maneira de tudo isso. Deturpada ou não, aprendemos também a tirar nossas próprias conclusões diante de tantas notícias duvidosas. E pela primeira vez, nos sentimos verdadeiramente conectados.

Conectados a um ideal. De repente, paramos de aceitar certas situações. Entramos em um surto geral em que todos jogaram fora essa armadura de “jeitinho brasileiro” e fizeram valer o nosso jeito brasileiro. Jeito esse que sempre existiu e que, por algum motivo, se fez ensurdecido por fones de ouvido.

O problema é maior que apenas os míseros – para alguns, R$ 0,20. O nosso grito é um grito de basta, de limites esgotados e paciências perdidas. Já perdemos tempo demais guardando a faca em vez de esmurrá-la.


E acordamos com um sentimento tão forte que nos preencheu de forma rápida e irredutível. Esmagando nossas costelas, estufando nossos peitos e colocando nossas caras a tapas. E o que até ontem era desconhecido e indiferente nos deu um baita de um tapa na cara. Mas antes tarde do que nunca posso afirmar que, enfim, sentimos a força do que é o patriotismo.

Um comentário:

Camila disse...

Orgulho dessa minha amiga! Tinha que ser xará! :)