segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Valedico

Maculados semblantes feitos para o adeus, na euforia de beijos, de colombinas e arlequins comemorando seus jubileus. Máscaras tortas, que pelo anonimato lhe concedem a partida, após satisfeita a carne, no inegável da embriaguez incontida.


Seguem em marcha, mil palhaços na avenida, travestidos e fantasiadas, na fervida luxúria extrapolada, pela libertinagem, acometida. Capitanos e Brighellas, Orazios e Isabellas, dando o adeus à carne, no proveito que só o incognato zela - são deuses tontos, aproveitando a ausência de culpa da despedida, no despudor de seus desejos, na euforia de suas incompletas vidas.

Borradas figuras, iluminadas no breu, seriam entre tantos, estes os olhos teus? Ou seriam mais um par, a cativar estes cansados meus?

Um poema sujo seria o mais indicado, para descrever entre tantas, as peripécias deste feriado. Tanto riso, tanto choro, das emoções irrefreadas, tanto mijo tanto louro, pelo álcool conquistadas. Mas apesar de tudo, sinto-me romanceado, entre tanta esbórnia, simplesmentepor pelo teu corpo ser abraçado.

Sinto a dádiva por teu corpo ser tocado, mesmo corpo por tantos acossado, minha musa, meu mármore lapidado. Minha amante inoportuna, minha tola paquera, essa parva paixão noturna, que nesse momento - desculpe - tua imagem já oblitera. Teu nome, teu nome... como era?

*Valedico: do larim, dizer adeus à alguém


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